Como a genética influencia nos tratamentos médicos
- Giovana Weber
- 21/10/2024
- Tempo: 4 minutos
Sumário
Como a genética impacta nos tratamentos médicos – O papel crucial da medicina personalizada
A genética desempenha um papel crucial na forma como os tratamentos médicos são efetivos. Dessa maneira, cada indivíduo possui uma composição genética única, influenciando diretamente a maneira como seus corpos respondem a medicamentos e terapias específicas (influencia da genética nos tratamentos médicos). Assim, com avanços científicos e tecnológicos, a genética se tornou uma ferramenta poderosa na medicina personalizada. Nesse sentido, isso possibilita que profissionais de saúde ajustem os tratamentos com base nas características genéticas de cada paciente, resultando em abordagens terapêuticas mais precisas, seguras e eficazes. Compreender como a genética impacta as respostas individuais aos medicamentos é fundamental para proporcionar cuidados de saúde verdadeiramente personalizados, além disso, melhora a recuperação e bem-estar dos pacientes.
Acompanhe a leitura e entenda como a influencia da genética nos tratamentos médicos.
Eficácia dos medicamentos nos tratamentos médicos
Desde já, a falta de eficácia de qualquer antidepressivo somente pode ser determinada após o estabelecimento da sua dose apropriada e, no mínimo, depois de quatro a seis semanas de observação do paciente (1).
Em geral, a taxa de recaída da depressão aumenta (40%-71%) com as sucessivas tentativas de tratamento (2).
Referências:
1. Nierenberg AA, Ostacher MJ, Huffman JC, Ametrano RM, Fava M, Perlis RH. A brief review of antidepressant efficacy, effectiveness, indications, and usage for major depressive disorder. Journal of occupational and environmental medicine / American College of Occupational and Environmental Medicine. 2008;50(4):428-36.
2. Warden D, Rush AJ, Trivedi MH, Fava M, Wisniewski SR. The STAR*D Project results: a comprehensive review of findings. Current psychiatry reports. 2007;9(6):449-59.
Importância para a Psiquiatria
Os genes com biomarcadores prognósticos (variantes genéticas) de metabolismo e resposta aos medicamentos utilizados no tratamento da depressão são de grande interesse, tendo em vista:
A importância clínica e socioeconômica da depressão na sociedade.
O longo período de tempo para a resposta aos medicamentos antidepressivos.
A existência de pacientes com variantes genéticas que influenciam nos medicamentos utilizados no tratamento da depressão (3-4).
Referências:
3. Dunlop BW, Binder EB, Cubells JF, Goodman MM, Kelley ME, Kinkead B, et al. Predictors of remission in depression to individual and combined treatments (PReDICT): study protocol for a randomized controlled trial. Trials. 2012;13:106.
4. Eriksson E. Cognitive behavioural therapy for treatment-resistant depression. Lancet (London, England). 2013;381(9880):1814.
O que ocorre quando o medicamento é usado conforme a bula?
A princípio, a variação na resposta aos medicamentos entre diferentes indivíduos é muitas vezes atribuída à influência da genética. Aliás, cada pessoa tem uma composição genética única, o que afeta a maneira como o organismo processa e reage aos medicamentos.
Essas variações genéticas são apenas algumas das razões pelas quais a resposta aos medicamentos pode diferir de pessoa para pessoa. Contudo, compreender a genética de um indivíduo por meio de testes genéticos pode permitir aos médicos ajustar os tratamentos de acordo com suas características genéticas específicas, levando à abordagens terapêuticas mais personalizadas e eficazes. A medicina personalizada, com base na genética do paciente, é uma área promissora que tem o potencial de melhorar significativamente os resultados dos tratamentos médicos.
Influência da genética no tratamento da depressão
Os agentes inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) constituem a primeira linha de tratamento da depressão. No entanto, aproximadamente 50% dos pacientes falham com um tratamento inicial com ISRS (5).
Alguns polimorfismos (variações genéticas) nos genes envolvidos no metabolismo dos ISRS (por exemplo CYP2D6, CYP2C19, HTR2A, FKBP5) influenciam a ação dos medicamentos no organismo. Dessa forma, a eficácia e o metabolismo desses remédios ficam atrelados à genética de cada paciente. (6).
Da mesma forma, outros polimorfismos em outros genes também estão associados cientificamente ao metabolismo e a resposta aos medicamentos.
Referências:
5. Barak Y, Swartz M, Baruch Y. Venlafaxine or a second SSRI: Switching after treatment failure with an SSRI among depressed inpatients: a retrospective analysis. Progress in neuro-psychopharmacology & biological psychiatry. 2011;35(7):1744-7.
6. Stingl JC, Brockmoller J, Viviani R. Genetic variability of drug-metabolizing enzymes: the dual impact on psychiatric therapy and regulation of brain function. Molecular psychiatry. 2013;18(3):273-87.
Teste Farmacogenético
Com base no DNA, o teste farmacogenético prevê como cada medicamento se comporta para cada paciente.
Dessa maneira, fazendo conhecer o perfil farmacológico do paciente, aliado ao seu histórico possibilita maior segurança e assertividade na escolha do seu tratamento.