Esquizofrenia: tipos, causas e por que ocorre
- Guido Boabaid
- Tempo: 8 minutos
A esquizofrenia é um transtorno mental crônico e grave que compromete a maneira como uma pessoa pensa, age, expressa emoções, percebe a realidade e se comporta perante os outros.
Caracterizado por sintomas como alucinações, delírios e pensamentos desorganizados, esse distúrbio pode ter um impacto significativo na vida da pessoa e, por isso, merece nossa atenção.
Neste conteúdo, você saberá quais são os diferentes tipos de esquizofrenia, suas causas, sintomas e diagnóstico. Além disso, discutiremos suas opções de tratamento e qual é o papel da família nesse processo.
Sendo assim, para saber tudo o que precisa sobre essa doença, continue conosco.
Sumário
O que é esquizofrenia?
A esquizofrenia é uma condição psiquiátrica que afeta a maneira como uma pessoa percebe a realidade. Por consequência, ela costuma comprometer — e até mesmo alterar — seus pensamentos, sentimentos e comportamentos.
Esse distúrbio costuma gerar dificuldades de comunicação e de exercício das atividades diárias por causar uma série de sintomas como:
- Alucinações: ver ou ouvir coisas que não estão presentes;
- Delírios: crenças falsas e sem base na realidade;
- Pensamentos desorganizados.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a esquizofrenia afeta cerca de 1% da população mundial e é uma das principais causas da redução da qualidade de vida entre os 15 e 44 anos. No Brasil, estima-se que aproximadamente 1,6 milhões de pessoas convivam com essa condição.
De acordo com a Pfizer, essa doença costuma se manifestar no final da adolescência ou início da idade adulta, entre os 20 e 30 anos. Além disso, é igualmente prevalente entre homens e mulheres, embora os sintomas possam aparecer mais cedo nas pessoas do sexo masculino.
Portanto, para reduzir os estigmas associados a ele e para incentivar diagnósticos/tratamentos mais precoces e eficazes é importante entender os principais pontos sobre esse transtorno.
Quais são os 7 tipos de esquizofrenia?
A classificação da esquizofrenia contém 7 tipos principais: paranoide, catatônica, desorganizada, indiferenciada, residual, simples e infantil.
A seguir, confira os detalhes sobre cada um deles.
- Catatônica: marcada por alterações motoras extremas que variam entre falta total de movimento (catatonia) e agitação intensa;
- Paranoide: é caracterizada por delírios e alucinações auditivas, fazendo com que a pessoa tenha a constante sensação de estar sendo perseguida, ou ainda que tem poderes especiais;
- Desorganizada: provoca desorganização nos pensamentos e comportamentos, comprometendo a capacidade do indivíduo de realizar atividades diárias e mostrar um discurso coerente, além de apresentar emoções inadequadas ou limitadas;
- Indiferenciada: diagnosticada em pessoas que apresentam sintomas que não se enquadram especificamente nos outros tipos dessa doença;
- Residual: refere-se a pacientes que já tiveram episódios esquizofrênicos graves no passado, mas atualmente apresentam quadros mais brandos como, por exemplo, pensamentos estranhos ou comportamentos excêntricos, sem alucinações ou delírios;
- Simples: diz respeito ao declínio progressivo do funcionamento sem sintomas psicóticos pronunciados, como delírios e alucinações. Pode haver confusão com outras condições mentais por ser bem menos comum;
- Infantil: embora rara, essa doença pode se manifestar em crianças. Os sintomas, aqui, são semelhantes aos dos adultos, mas o diagnóstico e o tratamento são mais desafiadores.
Quais são os sintomas de uma pessoa que sofre de esquizofrenia?
Os sintomas da esquizofrenia variam amplamente. No entanto, as pessoas com essa condição geralmente apresentam alterações no pensamento, nas emoções e nos comportamentos.
Além disso, vale ressaltar que há a divisão em três categorias principais: positivos, negativos e cognitivos. Confira mais detalhes a seguir:
- Sintomas positivos: englobam comportamentos psicóticos adicionais, ou seja, que não são percebidos em pessoas típicas. Principalmente alucinações, delírios e pensamentos desorganizados;
- Sintomas negativos: refletem redução ou perda de habilidades normais, com falta de motivação, dificuldade em experimentar atividades prazerosas, retraimento social, emocional, e perdas na fala (alogia);
- Sintomas cognitivos: quando as funções mentais básicas são comprometidas, como prestar atenção, lembrar-se de coisas e acontecimentos, e planejar/executar tarefas.
Por fim, é importante mencionar que os sintomas da esquizofrenia podem aparecer gradualmente e variar em intensidade. Sendo assim, em caso de suspeitas, não deixe de procurar por um médico especialista.
O que leva uma pessoa a ter esquizofrenia?
A esquizofrenia é uma condição complexa que apresenta causas multifatoriais e ainda não totalmente compreendidas. No entanto, há indícios de sua causa seja por uma combinação de fatores genéticos, ambientais e neurobiológicos.
Entenda melhor como eles funcionam:
- Fatores genéticos: pessoas com parentes de primeiro grau (como pais ou irmãos) esquizofrênicos têm um risco maior de desenvolver essa doença. Além disso, diversos estudos indicam o papel de várias mutações genéticas na susceptibilidade a essa doença;
- Fatores ambientais: a exposição ao estresse e a vivência de traumas na infância, podem aumentar os riscos para a esquizofrenia. Além disso, o uso de substâncias como maconha e outras drogas psicoativas durante a adolescência pode desencadear sintomas em pessoas predispostas a essa doença;
- Fatores neurobiológicos: anormalidades na estrutura e na função cerebral, como desequilíbrios em neurotransmissores (dopamina e glutamato) e alterações em áreas específicas do cérebro (hipocampo e córtex pré-frontal) têm sido implicados no desenvolvimento dessa doença.
Diagnóstico de esquizofrenia
O diagnóstico de esquizofrenia envolve uma série de processos, como avaliação dos sintomas, análise do histórico do paciente e observação dos comportamentos deste.
Nesse sentido, para detectar essa doença, os especialistas costumam seguir os seguintes critérios:
- Avaliação psiquiátrica: o psiquiatra ou psicólogo clínico conduz uma entrevista detalhada para avaliar os sintomas, o histórico familiar e pessoal, e os comportamentos/pensamentos do paciente;
- Exames físicos: são realizados para descartar outras condições médicas que possam estar causando os sintomas da esquizofrenia. Isso pode incluir exames de sangue e urina, e testes de imagem cerebral como a ressonância magnética;
- Avaliações psicológicas: serve para avaliar a função cognitiva, a capacidade de tomar decisões e a estabilidade emocional do paciente.
Tratamento para esquizofrenia
O tratamento para esquizofrenia é contínuo e costuma abranger uma combinação de medicamentos e terapias psicossociais. O objetivo, aqui, é controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. Entre os recursos mais utilizados para administrar a esquizofrenia, os principais incluem:
- Psicoterapia (especialmente a terapia cognitivo-comportamental – TCC);
- Terapia ocupacional;
- Apoio familiar, incluindo o engajamento de todos os membros com programas de educação e suporte sobre a esquizofrenia;
- Uso de medicamentos antipsicóticos.
Esse momento pode ser desafiador pela quantidade de tentativas para acerto da dosagem e tipo de medicamento a ser escolhido. Nesse caso, os Testes Farmacogenéticos, como os da GnTech são interessantes porque ajudam a personalizar o tratamento e, consequentemente, diminuir o desgaste até aa escolha do medicamento ideal.
Entenda como funciona um teste farmacogenético:
Conclusão
A esquizofrenia é uma doença que requer entendimento profundo por ser uma situação delicada, além de necessitar de um acompanhamento e tratamento constante.
Sendo assim, ao explorar seus tipos, sintomas, causas, diagnóstico e opções de tratamento, é possível ajudar e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Portanto, para saber como podemos lhe ajudar neste e outros processos, confira nosso catálogo de testes. Será um prazer lhe atender!
Perguntas frequentes
Confira as principais respostas para as dúvidas sobre esquizofrenia.
Uma pessoa com esquizofrenia pode exibir comportamentos desorganizados, alucinações, delírios e retraimento social.
A esquizofrenia é causada por uma combinação de fatores genéticos, ambientais e neurobiológicos, incluindo mutações genéticas, estresse, traumas e desequilíbrios químicos no cérebro.
O comportamento pode variar de alucinações e delírios ao isolamento social e à falta de motivação.
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