Saúde mental na advocacia: como enfrentar e manter o equilíbrio
- Por Bruna Snak
- Tempo: 7 minutos
A advocacia é uma profissão que exige não apenas habilidades técnicas e conhecimentos jurídicos, mas também um equilíbrio psicológico. Não à toa, cresce o debate sobre a saúde mental na advocacia, tema que ultrapassou o campo da preocupação individual e passou a ser pauta estratégica para escritórios e departamentos jurídicos.
Neste artigo, você vai entender como a saúde emocional influencia diretamente a qualidade da atuação jurídica, os principais desafios enfrentados por advogados(as), identificar sinais de alerta e conhecer estratégias práticas para promover o equilíbrio — inclusive com o apoio de tecnologias inovadoras e dicas para manter o bem-estar emocional no ambiente jurídico.
Sumário
Como o estresse impacta o trabalho jurídico?
O dia a dia da advocacia é cercado por diversas atividades: elaboração de peças processuais, leitura de processos, visitas a clientes, organização de documentos, audiências, entre outras. Essa rotina intensa frequentemente afeta a saúde mental dos profissionais do Direito.
Advogados lidam diariamente com:
- Prazos processuais apertados
- Altas expectativas de clientes
- Excesso de responsabilidade
- Demandas emocionais em casos delicados
- Ambiente competitivo
Esse conjunto de fatores eleva o risco de burnout jurídico — uma síndrome de esgotamento físico e mental que compromete a saúde e a capacidade de tomar decisões com clareza.
Segundo dados da OAB, mais de 60% dos advogados afirmam sentir ansiedade ou sintomas de estresse com frequência.
Por que a saúde mental é um desafio para os advogados?
Advogar exige mais que conhecimento jurídico: é necessário lidar com uma carga emocional que muitas vezes extrapola os limites saudáveis. Estudos da American Bar Association (2016) mostram que:
- 28% dos advogados sofrem de depressão;
- 23% apresentam sintomas de estresse;
- 19% relatam sintomas de ansiedade.
Além disso, o estudo PerfilADV (OAB + FGV) aponta que apenas 14% dos advogados brasileiros buscam apoio psicológico, sendo que esse percentual é de 20% entre as mulheres e apenas 8% entre os homens e a grande maioria ainda lida com sofrimento psíquico em silêncio. As consequências? Queda de produtividade, erros profissionais e, em casos mais graves, abandono da carreira.
Segundo o Washington Post (2023), advogar é considerada a profissão mais estressante dos Estados Unidos. No Brasil, a situação também é preocupante. De acordo com o sistema Smartlab, do Ministério do Trabalho, 30% dos afastamentos de advogados entre 2012 e 2018 ocorreram devido a transtornos mentais.
Sinais de alerta: como identificar que algo não vai bem?
Ficar atento aos sinais de que algo não vai bem é fundamental. Os sintomas variam de pessoa para pessoa e, muitas vezes, se confundem com outras questões. Entretanto, os principais indícios de que a saúde mental está sendo afetada incluem:
- Falta de motivação para o trabalho;
- Irritabilidade constante;
- Insônia ou distúrbios do sono;
- Dificuldade de concentração;
- Sensação de esgotamento ao final do dia;
- Redução da empatia e da paciência com colegas e clientes.
Ao ignorar esses sintomas, os efeitos podem evoluir para quadros mais graves, como depressão, transtornos de ansiedade e afastamentos prolongados.
Advogados estão mais suscetíveis a transtornos como:
- Síndrome de Burnout: esgotamento físico e emocional extremo;
- Ansiedade generalizada: preocupação excessiva e constante;
- Transtorno de pânico: crises de medo intenso e incapacitante;
- Depressão: perda de interesse, energia e motivação.
Identificar esses transtornos pode ser desafiador. Algumas perguntas podem servir como alerta:
- Você assume mais demandas do que consegue dar conta?
- Tem dificuldade em dizer não?
- Apresenta dores de cabeça frequentes, insônia, perda ou aumento de apetite, irritabilidade ou perda de memória?
Responder “sim” a uma ou mais dessas perguntas pode ser um sinal de que é hora de buscar ajuda.
Como enfrentar esses desafios de forma prática?
1. Busque ajuda especializada
O apoio psicológico é insubstituível. Se os sintomas persistem ou afetam sua qualidade de vida, procure um psicólogo ou psiquiatra. Hoje, existem diversas linhas e abordagens de terapia que podem se adaptar ao seu perfil e que oferecem ainda mais precisão no cuidado.
2. Invista em medicina personalizada
Muitos profissionais que enfrentam depressão, ansiedade ou insônia recorrem a medicações — mas nem sempre com bons resultados. Nesse cenário, o teste farmacogenético, da GnTech, analisa o DNA e indica os medicamentos mais adequados para o seu perfil genético, otimizando o tratamento de transtornos mentais.
Essa é a aplicação da farmacogenética e da medicina de precisão na saúde mental: menos efeitos colaterais, mais eficácia e mais qualidade de vida para profissionais que já enfrentam sobrecarga suficiente em seu dia a dia.
3. Adote um estilo de vida saudável
Alimentação equilibrada, exercícios físicos e sono de qualidade são aliados fundamentais da saúde emocional. Além disso, atividades físicas e práticas como meditação e yoga contribuem para o bem-estar. Escritórios podem contribuir oferecendo pausas remuneradas, ginástica laboral ou apoio psicológico.
3. Estabeleça limites e priorize tarefas
Evite jornadas extensas, aprenda a dizer “não” e organize suas demandas de forma estratégica. Tenha horários definidos de atendimento, cumpra apenas o que está previsto em contrato e não se sobrecarregue.
4. Saiba priorizar
Nem tudo pode ser feito ao mesmo tempo. Priorize o que é urgente e organize o restante com ferramentas de produtividade.
5. Use a tecnologia como aliada
O uso de softwares jurídicos, como o CPJ-3C, por exemplo, contribuem diretamente para uma rotina mais eficiente, automatizando tarefas repetitivas e otimizando a gestão de processos e prazos. Com isso, sobra mais tempo para atividades estratégicas e menor desgaste mental.
Leia também: Como o CPJ-3C pode melhorar sua gestão de prazos
Cuidar de si também é advogar com excelência
Profissionais com a saúde mental comprometida perdem eficiência, motivação e qualidade de vida. O cuidado com a mente é tão importante quanto a formação jurídica.
Ao adotar práticas de autocuidado e soluções modernas, como o teste farmacogenético, é possível personalizar o tratamento de transtornos mentais, reduzir o sofrimento e recuperar o foco. Afinal, cuidar da mente também é uma forma de exercer a advocacia com excelência.
Lembre-se: advogados são essenciais à Justiça, mas precisam, antes de tudo, estar bem consigo mesmos para cuidar das demandas dos outros.
Perguntas frequentes sobre saúde mental na advocacia
A seguir, veja as respostas para as dúvidas mais comuns sobre saúde mental na advocacia:
Ele reduz a concentração, aumenta erros e pode levar ao burnout jurídico, afetando a produtividade e a qualidade do trabalho
É a síndrome de esgotamento causada pelo excesso de pressão, prazos e responsabilidades no ambiente jurídico.
Promovendo equilíbrio na rotina, incentivo ao acompanhamento psicológico, ambientes acolhedores e ferramentas tecnológicas que aliviem a sobrecarga.
Elas oferecem programas de saúde mental corporativa, com foco na prevenção de transtornos psicológicos e suporte emocional contínuo.
O PsicoGene Pro analisa seu DNA e aponta quais medicamentos têm mais chance de funcionar com menos efeitos colaterais, personalizando o tratamento.
Sim. Nesse sentido, softwares jurídicos ajudam a automatizar tarefas repetitivas, liberar tempo e reduzir a sobrecarga, promovendo um ambiente de trabalho mais saudável.
Não é obrigatório, mas é recomendável. A terapia ajuda no autoconhecimento, na regulação emocional e na prevenção de transtornos.