Saúde mental na maternidade: tudo que você precisa saber

por Larissa Speck
23/05/2023 26/03/2024

Desde a descoberta da gravidez até a gestação e o pós-parto, a gravidez traz à tona uma série de questões e emoções. Por isso, falar sobre saúde mental na maternidade é fundamental. 

Ao longo dos anos, a maternidade foi romantizada e pouco foi falado sobre seus principais medos e desafios. No entanto, com o alcance das redes sociais, cada vez mais mulheres têm se movimentado em torno desse assunto, compartilhando um mix de sentimentos como alegrias, ansiedade, animação e culpa.

Neste conteúdo, você vai conferir dicas de alguns cuidados com a saúde mental na maternidade e alguns dos transtornos e problemas mais comuns durante essa fase.

Acompanhe a leitura!

A importância da saúde mental na maternidade

Os dados sobre saúde mental materna representam a necessidade de dialogar sobre o tema. Segundo dados do World Maternal Mental Health Day, 7 em cada 10 mulheres ocultam ou minimizam os seus sintomas.

Fatores como a falta de apoio e compreensão aos transtornos psicológicos na maternidade também têm um impacto negativo quando o assunto é saúde mental na maternidade.

Transtornos comuns na gestação

São muitos os transtornos que podem acometer as mulheres durante a gestação. Confira a seguir os principais deles.

Depressão pós-parto

Os sintomas podem variar, mas geralmente incluem tristeza persistente, choro frequente, falta de energia, alterações no sono e apetite, sentimentos de culpa ou inadequação, perda de interesse nas atividades diárias e, em casos mais graves, pensamentos de prejudicar a si mesma ou ao bebê.

As causas da depressão pós-parto não são totalmente compreendidas, mas fatores como mudanças hormonais, histórico pessoal ou familiar de transtornos de humor, estresse, falta de suporte social, dificuldades no relacionamento conjugal ou problemas de saúde do bebê podem contribuir.

Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT)

Esse transtorno acomete mulheres que, mesmo antes do fim da gestação, enfrentaram situações traumáticas, como alguma complicação durante a gravidez ou durante procedimentos invasivos, violência doméstica ou algum tipo de acidente.

Aumento da reatividade, alterações cognitivas de humor e flashbacks ou pesadelos recorrentes são alguns dos sintomas mais comuns do TEPT.

A psicose puerperal, também conhecida como psicose pós-parto, é uma condição psiquiátrica rara, porém grave, que afeta algumas mulheres após o parto.

Psicose puerperal

A psicose puerperal geralmente se manifesta nas primeiras semanas após o parto, embora possa ocorrer em qualquer momento durante o primeiro ano pós-parto. Os sintomas são mais intensos e graves do que os da depressão pós-parto. Alguns dos sintomas comuns incluem confusão e desorientação, alucinações e ansiedade extrema.

Ansiedade e tristeza materna

A ansiedade materna pode se manifestar de várias maneiras, como preocupação excessiva com a saúde e segurança do bebê, medo de não ser uma boa mãe, preocupação com o desenvolvimento e crescimento do bebê, e hipervigilância em relação a possíveis perigos. A ansiedade pode afetar o sono, o apetite, a concentração e o bem-estar geral da mãe.

A tristeza materna, por sua vez, pode ser uma resposta normal às mudanças e aos desafios da maternidade. No entanto, quando a tristeza persiste e interfere no funcionamento diário, pode indicar a presença de uma condição como a depressão pós-parto.

Alertas do esgotamento emocional

Situações como em que o pai não participa ativamente dos cuidados do bebê ou em que não há uma rede de apoio presente em situações em que a mãe já apresenta algum tipo de transtorno mental, o risco de desenvolvimento de depressão ou ansiedade é muito alto.

Além disso, há uma ideia enraizada na sociedade da “mãe perfeita”, sempre disponível para tudo e extremamente afetivas no lar, saúde e educação.

Portanto, há alguns sinais que podem indicar quando há um esgotamento emocional acontecendo. São eles:

  • Cansaço;
  • Falta de ânimo;
  • Alterações no sono;
  • Preocupações em excesso;
  • Dificuldade de concentração;
  • Variações de humor.

1/4 DAS MÃES NO BRASIL PODEM TER DEPRESSÃO PÓS-PARTO DIZ ESTUDO

Como cuidar da saúde mental antes e depois da gestação?

O acompanhamento profissional com psicólogos faz toda a diferença nesse processo, afinal, através das terapias é possível obter uma visão mais realista e desmistificada da maternidade, além de desenvolver maior autoconhecimento e autonomia nas tomadas de decisões.

Sendo assim, a psicoterapia pode ajudar as mulheres a lidar com a maternidade de uma forma leve e auxiliar nos momentos de adversidade.

Uma dica interessante também é o aplicativo lançado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), o Motherly.

O aplicativo auxilia as gestantes a identificarem o princípio de sintomas depressivos em mães e gestantes, incentivando à busca por ajuda profissional e a evitar maiores riscos à saúde da mulher.

Como criar uma rede de apoio para as mães?

O termo rede de apoio se tornou bastante popular nos últimos anos, o que diz respeito não somente ao bebê recém-nascido mas também à mãe. Portanto, essa rede de apoio deve vir desde o nascimento do bebê, pelos seus familiares, amigos, e demais pessoas que fazem parte desse convívio.

Entender e respeitar o tempo da mãe, é um primeiro passo fundamental. Veja a seguir algumas outras práticas que podem ajudar a criar essa rede de apoio:

  • Cuide do bebê para que a mãe possa tomar um banho com calma ou tirar um cochilo sem interrupções;
  • Faça companhia para a mãe que, mesmo na presença do bebê, pode estar se sentindo de lado nessa fase;
  • Gestos e palavras de carinho para auxiliar no humor e autoestima da mulher;
  • Incluí-la em convites ou em assuntos diferentes da maternidade;
  • Ofereça apoio sempre que possível.

A relação entre mãe e filho no início da vida é fundamental para o desenvolvimento do indivíduo. Nesse contexto, é importante ficar alerta e não ignorar os sintomas: a saúde mental da mãe é imprescindível para um contato e cuidado saudáveis, além da sua qualidade de vida.

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