30% DOS PACIENTES COM DEPRESSÃO NÃO RESPONDEM A PRIMEIRA ALTERNATIVA

por Guido Boabaid
12/04/2023 02/04/2024

Estima-se que 30% dos pacientes com depressão não respondem às drogas usadas como primeira alternativa. “Além disso, muitas pessoas apresentam efeitos colaterais intensos”, afirma o psiquiatra Luiz Henrique Dieckman, de São Paulo.

Reportagem sobre a depressão

A reportagem da IstoÉ entrevistou o baiano Antonio Abreu de 33 anos, que buscava alívio para a ansiedade. Inicialmente, foram várias tentativas, com diversos remédios e combinações de drogas, todas resultando em grandes frustrações. Os efeitos colaterais das medicações eram intensos e Abreu já considerava desistir do tratamento. Além disso, há poucas semanas, por orientação de seu médico, o paciente submeteu-se a um teste genético que revelou como seu corpo respondia à maioria das drogas psiquiátricas. Descobriu que algumas eram metabolizadas rápido demais, o que, para ele, tornava-as ineficazes. Outros medicamentos, eram processados de forma muito lenta, evidenciando que, nas doses recomendadas, também não trariam benefício. A partir das informações obtidas com o exame, foi possível desenhar um novo arranjo de remédios, no entanto, desta vez feito sob medida para as características específicas de Abreu. Ao que parece, o esquema deu certo. “Depois de tanto tempo, acho que agora cheguei no tratamento ideal”, diz.

O exame ao qual Abreu se submeteu faz parte de uma estratégia de tratamento que ganha cada vez mais espaço, chamada de medicina personalizada. A partir disso, seu propósito é oferecer os recursos médicos de forma a atender as especificidades de cada paciente, e isso implica conhecer características genéticas que influenciam a maneira pela qual cada um reage aos remédios. Há testes para examinar respostas a medicações indicadas contra diversas doenças (oncológicas e também depressão, por exemplo).

GnTech na Folha de São Paulo

A GnTech foi citada na Folha de São Paulo como laboratório referência, o Teste Farmacogenético realizado pela empresa analisa 73 medicamentos de 8 classes distintas e auxilia na prática clínica personalizada, pois analisa os genótipos dos pacientes em relação a diferentes medicamentos.

“Descobrir na base de tentativa e erro qual remédio funciona pode ser uma tarefa especialmente exaustiva, já que saber se um antidepressivo está funcionando pode demorar semanas”. Foi o que aconteceu com Thaís Helena dos Santos, 57 anos.

Por 17 anos ela brigou contra a depressão e estava quase perdendo a luta. “Fiquei oito dias sem comer, cheguei a perder 24 quilos. Meus filhos achavam que eu não iria sobreviver.”

Ela relata que foram oito internações em um ano e várias tentativas de remédio, seja para conseguir dormir ou para tentar tratar a doença, sem sucesso.

“Pedi licença do emprego achando que logo estaria de volta. Sem me recuperar, três anos depois fui aposentada por invalidez”, relata.

A peregrinação de remédio em remédio estava ainda longe do final. “Eu estava sempre chapada por causa dos medicamentos, cheguei a ficar dependente de ansiolíticos e até participei de reunião dos narcóticos anônimos.”

Uma das consequências desse período conturbado da vida de Thaís foi o diagnosticada com síndrome do intestino irritável. Ao investigar a doença, seu médico concluiu que as razões para o transtorno provavelmente eram psicológicas.

Thaís deixou de lado o neurologista e foi procurar um psiquiatra, que por sua vez recomendou a realização de um teste farmacogenético, que seria capaz de ajudar na seleção de um tratamento.

De fato, as drogas que até então vinha usando tinham boa chance de não funcionar ou de ter efeitos colaterais intensos. O médico escolheu uma das alternativas que pareciam promissoras e, desde então, 14 dos 25 quilos já foram recuperados.

“Ganhei de volta a capacidade de administrar minha vida, de dirigir um carro e de cuidar dos meus problemas, coisas das quais eu já não dava mais conta”, conta ela.

Estas reportagens sobre a depressão e de temas ligados à saúde mental são de extrema importância e repercutiram pelo Brasil, um exemplo é o jornal O Sul que também replicou a matéria sobre os testes farmacogenéticos que já estão sendo realizados.

Referências:

https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2017/06/1896005-teste-genetico-ajuda-medico-a-indicar-o-melhor-antidepressivo.shtml

https://istoe.com.br/como-achar-o-remedio-certo-para-sua-mente/?lipi=urn%3Ali%3Apage%3Ad_flagship3_company%3BjalWOPpqT0utYR42zp9oVg%3D%3D

https://www.osul.com.br/testes-geneticos-ajudam-o-medico-indicar-qual-droga-funciona-para-cada-pessoa/

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