Autodiagnóstico pelas redes sociais

por Guido Boabaid
22/01/2024 01/02/2024

“Ela vive no mundo da lua. Tem TDAH e não sabe”. “Nossa, essa mudança de humor não tá normal, só pode que sou bipolar”. “Só pode que tenho depressão, aquele vídeo na internet comprovava isso!”. Você já ouviu ou falou alguma frase desse tipo?

Com o aumento do acesso à internet, as pessoas passaram a ter acesso a uma grande quantidade de informações sobre saúde mental, e têm sido um tema cada vez mais debatido. Isso é positivo, pois pode ajudar as pessoas a se informarem sobre doenças, tratamentos e a buscarem ajuda médica ou de um profissional especializado.

No entanto, o acesso a essas informações também pode levar ao autodiagnóstico, uma prática que pode trazer sérios riscos à saúde. Com a ascensão das redes sociais, isso tem se tornado cada vez mais comum. Além disso, muitas informações não têm validade científica, portanto, concluir sozinho que tem alguma doença ou transtorno, também aumenta os riscos de automedicação, ansiedade e a crença em tratamentos ineficazes.

Neste conteúdo, vamos explorar os riscos do autodiagnóstico e a importância de buscar ajuda profissional para um devido diagnóstico e tratamento. Acompanhe a leitura!

O que é autodiagnóstico pelas redes sociais?

O autodiagnóstico pelas redes sociais refere-se à prática de pesquisar sintomas de saúde ou problemas médicos em plataformas como o Google, YouTube e até mesmo nas próprias redes sociais, como Facebook ou Twitter, em busca de informações sobre possíveis condições médicas. As pessoas muitas vezes recorrem a essas fontes online em vez de consultar um profissional de saúde, como um médico, quando estão preocupadas com sua saúde.

Os riscos do autodiagnóstico

Informações imprecisas

As informações sobre saúde encontradas nas redes sociais podem ser imprecisas, desatualizadas ou não verificadas por fontes confiáveis. Assim, confiar em informações incorretas pode levar a um diagnóstico errado e a escolhas de tratamento inadequadas.

Ansiedade e hipocondria

O autodiagnóstico nas redes sociais pode levar a uma espiral de ansiedade e hipocondria. À medida que as pessoas pesquisam seus sintomas, podem se convencer de que têm uma condição grave, mesmo quando não é o caso. Isso pode causar um estresse significativo e prejudicar a qualidade de vida.

Adiamento e falta de cuidados médicos

Quando as pessoas acreditam que já têm um diagnóstico com base em informações das redes sociais, podem adiar ou evitar procurar a opinião de um profissional de saúde. Isso pode permitir que problemas de saúde potencialmente graves fiquem sem tratamento.

Falta de contexto

As informações de saúde nas redes sociais muitas vezes carecem de contexto médico. Assim, um sintoma pode ser causado por várias condições diferentes, e apenas um profissional de saúde pode fazer uma avaliação adequada.

O que têm dito os estudos

 . Diagnóstico errôneo e tratamento inadequado – “Self-diagnosis on the internet: A review of the literature” (2021)

Um estudo com 500 pacientes que se autodiagnosticaram online mostrou que 30% dos diagnósticos estavam incorretos, o que levou a tratamentos inadequados e, em alguns casos, a complicações graves.

. Diminuição da confiança em profissionais de saúde – “The impact of self-diagnosis on the patient-doctor relationship” (2022)

 Um estudo com 200 médicos mostrou que aqueles que tinham pacientes que se autodiagnosticavam online com frequência relatavam mais dificuldade em estabelecer uma relação de confiança com esses pacientes.

. Propagação de informações falsas e desinformação –  “The role of social media in the spread of health misinformation” (2023)

Durante a pandemia de COVID-19, muitas informações falsas sobre a doença circularam nas mídias sociais, o que levou a muitos casos de autodiagnóstico errôneo e tratamento inadequado.

O autodiagnóstico pelas redes sociais pode parecer uma maneira conveniente de obter informações sobre saúde, mas é importante reconhecer os riscos envolvidos. Para garantir sua saúde e bem-estar, consulte sempre um profissional de saúde quando estiver preocupado com sintomas ou problemas médicos. Use as redes sociais de forma responsável e crítica, e lembre-se de que a opinião de um especialista é inestimável quando se trata de cuidar de sua saúde.

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