Bipolaridade: quais os sintomas e como tratar o transtorno

bipolaridade é bem retratada no episódio “Take Me as I Am, Whoever I Am” (“Aceite-me Como Eu Sou, Quem Quer Que Eu Seja”, em tradução livre) da série “Modern Love”. A protagonista com transtorno bipolar é interpretada pela atriz Anne Hathaway, mostrando os altos e baixos da doença. 

Lexie acorda animada. Escolhe uma combinação de peças coloridas para se vestir e vai ao mercado. Ela está cheia de energia e chega a cantarolar em meio às gôndolas, enquanto escolhe um simples pêssego. Assim, apaixona-se e vê a vida como um alegre musical.

Um dia depois, o cenário é outro. Lexie, ignora as mensagens que chegam no celular e falta ao trabalho. Ela sequer consegue sair da cama.

Essa é a história da personagem. Entretanto, a descrição poderia retratar um episódio maníaco-depressivo de qualquer pessoa bipolar.

Acompanhe o conteúdo e saiba mais sobre o que é o transtorno bipolar, quais são os principais sintomas e como funciona o diagnóstico e tratamento. Boa leitura!

O que é a bipolaridade?

A bipolaridade é um transtorno cerebral que causa mudanças de humor, de energia e na capacidade de realizar tarefas cotidianas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 140 milhões de pessoas no mundo sofrem com a doença. Ela é uma das principais causas de incapacidade.

Pacientes bipolares sofrem mais do que uma simples mudança de humor. Suas crises apresentam picos muito contrastantes de euforia e depressão. Portanto, os sintomas podem afetar as relações pessoais e a carreira profissional.

Na série da Amazon Prime, Lexie tenta trabalhar dobrado para compensar os vários dias que acaba não indo ao escritório por não conseguir sair de casa. Ela vive uma vida solitária, pois mesmo encantando a todos em seus momentos alegres, não consegue manter as relações nos períodos depressivos.

história contada no episódio é real. A advogada Terri Cheney escreveu ao jornal The New York Times em 2008, compartilhando sua experiência com a bipolaridade na coluna “Modern Love”. Assim, a produção consegue transmitir um pouco do que são os altos e baixos de quem sofre com o transtorno. Confira um trecho:

Sintomas da bipolaridade

A doença se divide em dois episódios: o maníaco e o depressivo. Com isso, os sintomas psicóticos da bipolaridade são bem distintos dependendo da fase em que o paciente se encontra. Além disso, é possível que um episódio una sintomas dos dois quadros.

Sintomas de bipolaridade no episódio maníaco:

  • Ficar eufórico e exaltado;
  • Apresentar muita energia para realizar tarefas;
  • Aumentar os níveis de atividade;
  • Ficar nervoso;
  • Falar mais rápido do que o normal, bem como, unindo diversos assuntos;
  • Ficar agitado ou irritado com facilidade;
  • Sentir que seus pensamentos estão com uma velocidade acima do normal;
  • Fazer coisas arriscadas ou no impulso, como gastar muito dinheiro.

Sintomas de bipolaridade no episódio depressivo:

  • Pouca energia, dificuldade em sair da cama;
  • Ficar muito triste e sem perspectivas;
  • Diminuir os níveis de atividades;
  • Ter insônia ou hipersônia;
  • Sensação de preocupação e vazio;
  • Dificuldades para se concentrar;
  • Alteração no apetite;
  • Pensamentos negativos.
Ilustração que representa a bipolaridade.

Tipos de Transtorno Bipolar

O transtorno bipolar pode classificar-se em quatro tipos. A variação depende da intensidade dos sintomas e tempo de duração de cada fase do transtorno.

Transtorno bipolar tipo 1

A pessoa bipolar apresenta períodos maníacos, de no mínimo 7 dias, e fases depressivas, que podem durar semanas ou meses. Tanto no episódio de mania quanto de depressão, os sintomas são intensos e causam alterações muito significativas de comportamento.

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Como consequência, o portador do transtorno pode comprometer relacionamentos familiares, sociais e afetivos. Além disso, sua capacidade para o trabalho pode ser afetada.

O quadro pode ser grave e exigir a internação para preservar a segurança do paciente.

Transtorno bipolar tipo 2

Neste grupo, há uma alternância entre os episódios de depressão e de hipomania (estado mais leve de euforia, excitação ou agressividade). Como os sintomas são mais brandos, não interferem drasticamente no exercício das atividades cotidianas.

Transtorno bipolar misto ou não especificado

O paciente possui os sintomas de bipolaridade, mas eles não se apresentam em número ou tempo de duração suficientes para classificação no tipo 1 ou 2.

Transtorno Ciclotímico

Este é o quadro mais leve de transtorno bipolar. Caracteriza-se por repetidas oscilações de humor, até no mesmo dia. Assim, como os sintomas são mais leves, podem confundir-se com um temperamento instável e irresponsável.

Tratamento adequado para o transtorno bipolar

O transtorno bipolar é uma doença sem cura, porém pode ser controlada. O tratamento adequado inclui o uso de medicamentos e psicoterapia. Além disso, adotar hábitos saudáveis como exercício físico, alimentação balanceada e sono regulado podem contribuir para a melhora.

Em relação aos medicamentos, o tratamento depende do tipo de bipolaridade, gravidade e evolução da doença. Além disso, fármacos neurolépticos, antipsicóticos, anticonvulsivantes, ansiolíticos, estabilizadores de humor e o carbonato de lítio são utilizados para reverter os quadros agudos de euforia e evitar a recorrência das crises.

Por outro lado, a psicoterapia tem papel importante, oferecendo suporte para o paciente aprender a lidar com o transtorno. Portanto, o acompanhamento com psicólogo ou psicoterapeuta também pode ajudar a prevenir a recorrência das crises ao promover a adesão ao tratamento medicamentoso.

Outras produções que retratam a bipolaridade

Por Lugares Incríveis

O filme da Netflix “Por Lugares Incríveis” baseia-se em um livro homônimo e conta a história de Violet e Finch. A partir disso, a trama mostra a complexidade de quadros de transtorno bipolar e depressão na adolescência, trazendo aspectos como a dificuldade da família para identificar e lidar com as doenças e a importância do apoio dos amigos.

Spin Out

Spin Out é uma produção da Netflix que aborda o transtorno bipolar e traz como pano de fundo o mundo da patinação. A atriz Kaya Scodelario dá vida à personagem Katerina Baker, uma patinadora profissional que busca retomar seu desempenho no ringue depois de um grave acidente. 

Além disso, Kat tem que enfrentar seus traumas para voltar a patinar, Kat precisa também lidar com os altos e baixos do transtorno bipolar.

Conclusão

A vida real imita a arte, esses foram apenas alguns exemplos de produções audiovisuais que representaram muito bem o que é experienciar a rotina de alguém com o transtorno bipolar.

A qualquer sinal ou sintoma ou se desconfia que possa ter o transtorno, não hesite em buscar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra.

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