Depressão: sintomas, tratamento e como ajudar

depressão é uma doença que atinge pessoas em todo o mundo: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que mais de 300 milhões de pessoas sofram com o transtorno

A condição é diferente das mudanças usuais de humor e das respostas emocionais de curta duração aos desafios da vida cotidiana. Especialmente nos casos de longa duração e com intensidade moderada ou grave, a depressão pode se tornar uma condição crítica de saúde. 

O transtorno depressivo pode causar à pessoa afetada um grande sofrimento e levar à disfunção no trabalho, na escola ou no meio familiar. Assim, na pior das hipóteses, a depressão pode levar ao suicídio. Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano – sendo essa a segunda principal causa de morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos.

Os sintomas da depressão variam de paciente para paciente. Entretanto, é importante conseguir diferenciar a depressão doença de uma depressão reativa a algum episódio traumático. Confira alguns sinais que podem servir de alerta para procurar ajuda profissional.

Sintomas de Depressão

Alterações de sono na depressão

Um dos sintomas de depressão recorrente é a alteração do sono. Alguns pacientes encontram dificuldade para dormir, outros enfrentam sono ao longo do dia. Aproximadamente 80% dos pacientes depressivos apresentam queixas pertinentes a mudanças nos padrões do sono

insônia é a principal alteração do sono nesses casos. Portanto, as queixas específicas podem incluir despertares noturnos frequentes, sono não restaurador, redução do sono total ou sonhos perturbadores. 

Em cerca de 10% a 20% dos casos, pacientes depressivos podem apresentar excesso de sono (hipersonia). Ou seja, passam por episódios de sono noturno prolongado e aumento do sono diurno.

Alterações de apetite

aumento ou redução do apetite pode ser um dos sintomas de depressão considerados no diagnóstico. Alguns pacientes perdem a fome completamente. Em outros casos, desenvolve-se uma compulsão alimentar. Assim, após 14 dias com alterações de apetite, é aconselhável procurar um profissional.

Fadiga como sintoma de depressão

Dados de 2018 indicam que a fadiga está presente em mais de 90% das pessoas que convivem com transtornos mentais. Ela é um dos sintomas de depressão, pois a doença afeta os neurotransmissores associados ao estado de alerta e ao sistema de recompensas. Com isso, o transtorno afeta fisiologicamente os níveis de energia.

Isolamento

A pessoa com depressão tem um desequilíbrio químico cerebral. O lado esquerdo do cérebro, responsável pela comunicação e funções analíticas, fica retraído. Com isso, um dos sintomas da depressão é o isolamento e tendência a evitar atividades em grupo. A pessoa encontra dificuldade em socializar e expressar o que sente porque sua linguagem está com a capacidade reduzida. 

Dificuldade em memorizar e se concentrar na depressão

O desequilíbrio químico que a depressão provoca no cérebro afeta também a memória e concentração. As memórias que surgem são negativas, porque o processo de recordar está ligado ao estado emocional. Em situações felizes, a tendência é lembrar de coisas boas, já em momentos difíceis, as lembranças serão ruins. 

Devido ao sentimento negativo, a região do cérebro que recebe e gere informações fica sempre ativa. Com isso, torna-se difícil a concentração. A área cerebral onde se criam novas memórias e impressões quando se conhece alguém também é afetada.

Perda do sentido da vida e pessimismo

De forma geral, o paciente depressivo interpreta negativamente os acontecimentos, escolhendo sempre um ponto de vista pessimista.  O quadro depressivo se agrava quando a pessoa com depressão não percebe um sentido do futuro. Além disso, o paciente deixa de responder ao presente de forma significativa, o que agrava e reforça a sensação de falta de sentido da vida.

Confira o vídeo sobre sintomas de depressão:

O tratamento com antidepressivos

Como a depressão provoca alterações na química cerebral, na maioria dos casos é necessário o uso de antidepressivos para regularizar o processo de neurotransmissão do paciente. Portanto, o médico psiquiatra é quem vai definir a necessidade do medicamento, qual utilizar e em que dosagem.

papel dos antidepressivos é melhorar a composição química na comunicação entre os neurônios. Os neurônios se comunicam entre si, fazendo passar a corrente elétrica. Na depressão, a liberação de mediadores que fazem essa transmissão é precária ou inexistente. Portanto, são esses mediadores que nos fazem ter sensações de alegria e euforia.

Após o início do tratamento para depressão, é preciso esperar de 3 a 4 semanas para os antidepressivos começarem a fazer efeito. O uso é prolongado, normalmente por no mínimo seis meses. Para encerrar o tratamento, é preciso reduzir gradativamente as doses.

teste farmacogenético pode ser uma ferramenta para otimizar o tratamento e torná-lo mais rápido, eficaz e seguro. O exame realiza sequenciamento genético, analisa como os genes do paciente interferem no metabolismoresposta e toxicidade dos medicamentos. Consequentemente, ajuda a prever como a pessoa tende a reagir a cada fármaco, possibilitando mais assertividade na prescrição médica.

Como lidar com a depressão no dia a dia

Busque o apoio de amigos e família

A própria doença gera a sensação de solidão e vontade de isolamento. Portanto, pode ser difícil perceber a necessidade de pedir ajuda. Mas busque vencer essa barreira e compartilhe com a família e os amigos em que confia o que você está passando.

Ter uma rede de apoio pode dobrar as chances de recuperação da depressão. Isso porque ter pessoas com quem contar ajuda no alívio da doença e a manter perspectivas e sustentar o esforço necessário para vencer o transtorno.

Também é válido buscar grupos de apoio. Em muitas cidades há encontros de pessoas que enfrentam a depressão e trocar experiências é uma forma de apoio mútuo, fortalecendo todos os lados. Na internet também existem grupos de apoio nas redes sociais.

Volte a fazer as coisas que você gosta

A falta de vontade de fazer qualquer atividade também é algo que as pessoas com depressão precisam lidar. Mesmo atividades que antes eram prazerosas, já não geram tanto entusiasmo. Porém, é importante tentar encontrar tarefas que sejam divertidas para quebrar essa barreira da doença.

Ler um livro

Busque qual é a novidade do gênero que você gosta, ou daquele autor que você sempre gostou. Vale até mesmo reler algum livro preferido.

Filmes e séries

Não faltam títulos nos serviços de streaming. Pesquise por um filme ou série de comédia e aproveite esse tempo para esvaziar a cabeça e relaxar.

Tire um tempo para cuidar de você

Seja com uma massagem, uma hora na manicure ou aplicando uma máscara caseira. Tire um tempo para se cuidar e relaxar.

Relembre de alguma pequena tarefa que você gostava de fazer

Pode ser cuidar das plantas, preparar uma refeição ou até mesmo escrever.

Ilustração de um homem com depressão imerso em seus próprios pensamentos.

Exercício físico

O exercício físico pode ser a última coisa que uma pessoa com depressão tem vontade de fazer. Entretanto, a atividade libera no sangue importantes substâncias para a sensação de bem-estar, como a endorfina.

Para obter o máximo de benefício do exercício físico, é recomendado pelo menos 30 minutos diários de atividade. Uma sugestão é começar com cerca de 10 minutos de caminhada, bem como, procurar ir aumentando esse tempo à medida que vai se habituando com a prática.

Algumas opções de exercício para você começar: caminhada, yoga, pilates,  bicicleta, aula de dança, musculação.

Meditação

A meditação vem se destacando nos últimos anos como um meio para diminuir a ansiedade e a insônia, aumentar o foco e contribuir no combate à depressão.

Pesquisas revelam que a prática conhecida como mindfulness, que envolve exercícios respiratórios e de redirecionamento de atenção, tem tido êxito no combate à depressão.

Tire um tempo do seu dia para tentar praticar. Portanto, na internet é possível encontrar alguns vídeos no YouTube de meditação guiada, caso você não tenha familiaridade com as técnicas.

Pegue um pouco de sol

Estudos comprovam que os raios solares estimulam o bom humor e ajudam na liberação de serotonina, substância que nos dá uma sensação de bem-estar.

Assim, pegar um sol com frequência (e nos horários de menor incidência solar) pode ser um fator positivo no combate à depressão.  

Experimente fazer caminhada ao sol, alguma refeição ao ar livre ou até mesmo ir ao parque para ler ou ficar um tempo ouvindo música.

Conclusão

Com o tratamento e diagnóstico corretos, é possível encontrar estratégias de manejo e formas de lidar com a depressão no dia a dia.

Lembre-se: você não está sozinho, quanto antes buscar ajuda melhor.

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