Tratamento para insônia: opções personalizadas para uma boa noite de sono
- Júlia Silva
- 15/01/2025
- Tempo: 10 minutos
Não ter um sono reparador pode ser um dos primeiros sinais de transtornos como ansiedade e depressão. Por isso, buscar tratamento para a insônia é importante, já que transtornos mentais também podem levar ao desenvolvimento de distúrbios.
Pesquisas também investigaram a relação causal entre a privação do sono e sintomas como paranoia, delírios e alucinações. Foi observado que o tratamento da insônia pode contribuir significativamente para a melhora desses sintomas.
De acordo com um estudo da Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica (SBNC), uma em cada cinco pessoas sofre de insônia. No Brasil, 45% da população afirma dormir mal.
Além disso, aproximadamente 52% relatam acordar cansadas, enquanto 32% dizem ter dificuldade para pegar no sono.
Se você enfrenta problemas para dormir, continue lendo e descubra quais são os principais tratamentos para a insônia e como melhorar sua qualidade de vida!
Sumário
O que é insônia?
A insônia é um distúrbio que dificulta iniciar ou manter o sono e pode ser classificada em três tipos:
- Aguda: dura menos de um mês, geralmente ligada a estresse ou mudanças na rotina;
- Subaguda: persiste entre 4 e 6 semanas, indicando problemas mais contínuos;
- Crônica: dura mais de 6 meses e está associada a condições como ansiedade ou doenças crônicas.
Os sintomas mais comuns são: dificuldade para dormir, despertares frequentes durante a noite e a sensação de cansaço ao acordar, mesmo após várias horas de sono.
Além disso, a insônia pode causar irritabilidade, falta de concentração e uma exaustão constante que prejudica o dia a dia.
Ela compromete a saúde física e mental, aumentando o risco de doenças cardiovasculares, crise de ansiedade e redução do desempenho cognitivo, também afetando a rotina e os relacionamentos.
Qual a relação entre insônia e saúde mental?
A privação de sono está relacionada a transtornos como depressão, ansiedade, Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e transtorno bipolar, podendo ser tanto a causa quanto um sintoma, contribuindo para pensamentos negativos recorrentes, aumento do estresse e mal-estar emocional.
Além disso, afeta negativamente a cognição, prejudicando a memória e a concentração, uma vez que é durante o sono que ocorre a consolidação da memória de longo prazo e o fortalecimento das conexões neurais.
Um estudo da Harvard Medical School analisou 26 estudantes saudáveis, com idades entre 24 e 31 anos, para entender melhor a ligação entre o sono e a saúde mental.
Enquanto parte dos participantes dormiu uma noite inteira, outros passaram a noite em claro. Usando ressonância magnética funcional, os pesquisadores observaram como o cérebro reagia a fotografias perturbadoras.
Nos participantes que dormiram bem, a amígdala, estrutura cerebral responsável por decodificar emoções, enviou sinais ao córtex pré-frontal, que ajudou a contextualizar e regular essas emoções.
Já nos que ficaram acordados, a amígdala apresentou uma atividade 60% maior, sinalizando maior sensibilidade a emoções negativas.
Além disso, os estímulos foram direcionados a uma área que libera norepinefrina, substância que ativa a resposta de “luta ou fuga”, aumentando o estado de alerta e o estresse.
Quais doenças neurológicas causam insônia?
A insônia pode ser causada por diversas doenças neurológicas, devido a alterações no funcionamento do cérebro. Algumas das principais são:
- Doença de Parkinson: rigidez, tremores noturnos e alterações nos neurotransmissores dificultam o sono;
- Doença de Alzheimer: danos no relógio biológico e agitação ao anoitecer comprometem o ciclo do sono;
- Esclerose Múltipla (EM): lesões no sistema nervoso central causam dor, fadiga e dificuldade para dormir;
- Epilepsia: crises noturnas e medicamentos podem interromper o descanso;
- Síndrome das Pernas Inquietas: sensações desconfortáveis nas pernas prejudicam o início do sono;
- Acidente Vascular Cerebral (AVC): danos cerebrais e complicações secundárias, como apneia, afetam o sono.
Outras condições, como ansiedade, tumores cerebrais ou lesões, também podem contribuir.
Como tratar insônia?
O tratamento da insônia pode incluir medicamentos, principalmente em casos relacionados à depressão e ansiedade, para melhorar a qualidade do sono e controlar os sintomas dos transtornos.
Em situações mais graves, combinações de terapias, como a terapia cognitivo-comportamental para insônia (TCC-I), e ajustes personalizados de medicação com base em testes farmacogenéticos podem ser necessários.
Além disso, adotar hábitos saudáveis, como manter uma rotina de sono, evitar cafeína à noite e criar um ambiente favorável ao descanso, pode ajudar a aliviar os sintomas e promover noites mais tranquilas.
Qual o médico indicado para tratar insônia?
- O médico indicado para tratar insônia depende da causa do problema:Neurologistas são recomendados quando a insônia está associada a condições neurológicas, como Parkinson ou Alzheimer;
- Psiquiatras são indicados para casos relacionados a transtornos como ansiedade ou depressão;
- Especialistas em medicina do sono podem avaliar distúrbios mais complexos, enquanto clínicos gerais podem ser consultados inicialmente para investigar causas gerais e encaminhar ao especialista adequado.
Em todos os casos, um diagnóstico preciso é indispensável para identificar a origem do problema e propor o tratamento mais assertivo, que pode incluir mudanças de hábitos, terapia ou medicação.
Qual medicamento trata insônia?
O tratamento da insônia com medicamentos depende da causa e das características individuais de cada paciente. Entre os principais estão:
- Benzodiazepínicos (ex.: diazepam, alprazolam): promovem relaxamento e sedação, mas têm risco de dependência;
- Não-benzodiazepínicos (Z-drugs) (ex.: zolpidem, zopiclona): tratam insônia crônica com menor risco de dependência;
- Antidepressivos sedativos (ex.: trazodona, mirtazapina): indicados para insônia associada à ansiedade ou depressão;
- Antihistamínicos (ex.: difenidramina): ajudam em casos leves, mas podem causar sonolência no dia seguinte;
- Melatonina e seus agonistas (ex.: ramelteon): regulam o ciclo sono-vigília, sendo úteis em distúrbios do ritmo circadiano.
O ajuste do tratamento precisa ser personalizado e acompanhado de perto por um médico, considerando a resposta individual e os possíveis efeitos colaterais. Nesse sentido, os testes farmacogenéticos podem ajudar a identificar a melhor opção para cada pessoa.
Veja como funcionam os testes da GnTech:
Sempre busque orientação médica, e combine o uso de medicamentos com hábitos saudáveis e, se necessário, psicoterapia.
Como se chama o exame do sono?
O exame do sono é chamado polissonografia. Ele monitora diversas atividades do corpo durante o sono, como atividade cerebral, padrões respiratórios, frequência cardíaca, nível de oxigênio no sangue e movimentos corporais.
É realizado com sensores conectados ao corpo, podendo ocorrer em um laboratório ou em casa com equipamentos portáteis.
O teste é indicado para diagnosticar distúrbios como apneia do sono, insônia crônica, narcolepsia e síndrome das pernas inquietas.
A polissonografia é muito importante para identificar a causa dos problemas de sono e determinar o tratamento mais adequado, melhorando a qualidade de vida do paciente.
4 estratégias para dormir melhor
A psicóloga Cecília Dassi explica alguns fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de quadros de insônia e dá dicas para manter uma boa higiene do sono como estratégias para dormir melhor:
1. Faça exercícios físicos durante o dia
Em relação ao sono, os exercícios ajudam a gerar cansaço e exaustão física, facilitando o adormecer à noite.
Quanto mais o corpo estiver fisicamente cansado ao final do dia, maior será a probabilidade de a pessoa adormecer com facilidade ao se deitar.
No entanto, é importante evitar realizar atividades físicas intensas nas três horas que antecedem o horário de dormir. Caso contrário, o corpo pode permanecer muito ativo, dificultando o processo de relaxamento necessário para pegar no sono.
2. Evite substâncias estimulantes à noite
Durante o período noturno, é essencial evitar o consumo de substâncias estimulantes, como café, chá verde ou energéticos.
Esses produtos podem deixar a mente mais alerta e o metabolismo acelerado, dificultando o relaxamento e a qualidade do sono.
3. Desvincule a cama de outras atividades
Usar a cama para atividades como ler, assistir séries ou trabalhar pode interferir na capacidade de pegar no sono.
Tornar a cama um espaço exclusivo para dormir ajuda o cérebro a associá-la ao momento de descanso, facilitando o desligamento das atividades do dia.
4. Evite utilizar o celular, computador ou televisão antes de dormir
A luz azul emitida por telas de smartphones, computadores, televisores e outros dispositivos eletrônicos prejudica a produção de melatonina, o hormônio responsável por regular o sono.
Por isso, é recomendável afastar-se desses aparelhos pelo menos 30 minutos antes de se deitar.
Atualmente, muitos smartphones possuem um recurso que reduz a emissão de luz azul, deixando a tela com um tom amarelado durante a noite.
Embora esse recurso seja útil, ele não é suficiente para garantir um sono de qualidade. A interação com aplicativos e redes sociais também mantém o cérebro em estado de alerta, dificultando o relaxamento necessário para dormir bem.
Não deixe a insônia prejudicar sua saúde!
A insônia pode comprometer sua saúde física, mental e emocional, interferindo na qualidade de vida e no desempenho diário. Por isso, é essencial buscar um tratamento para insônia que recupere noites de sono tranquilas e reparadoras.
Com o auxílio de testes farmacogenéticos da GnTech, os profissionais de saúde podem identificar as opções de tratamento mais compatíveis com o seu perfil biológico.
Essa abordagem possibilita encontrar a dosagem certa de forma mais fácil, aumentando a eficácia dos medicamentos e proporcionando resultados mais rápidos e seguros.
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Portanto, priorize sua saúde e bem-estar. Com o suporte certo, você pode superar a insônia e viver com mais disposição e equilíbrio. Afinal, dormir bem é fundamental para uma vida plena!
Ficou com dúvidas sobre insônia?
Confira as principais dúvidas sobre insônia:
Insônia é a dificuldade de iniciar ou manter o sono, resultando em cansaço, irritabilidade e impacto na qualidade de vida.
O tratamento pode incluir terapia comportamental, mudanças de hábitos e, em alguns casos, medicamentos prescritos por um médico.
Neurologistas, psiquiatras e médicos do sono são os mais indicados, dependendo da causa da insônia.
A cura envolve identificar e tratar as causas subjacentes, combinando terapia cognitivo-comportamental, ajustes no estilo de vida e, se necessário, medicamentos.
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