Medicamentos anticoagulantes: tipos, indicações e como funcionam
- Por Guido Boabaid
- Tempo: 8 minutos
Você já ouviu falar em medicamentos anticoagulantes? Esses fármacos são utilizados na prevenção e no tratamento de doenças cardiovasculares, como trombose e AVC.
Apesar de seu uso frequente, os anticoagulantes exigem cuidado, já que qualquer erro de dosagem pode levar a complicações sérias, como sangramentos ou obstruções vasculares.
O desafio é que cada organismo responde de maneira diferente ao mesmo medicamento, e isso faz com que o ajuste de dose seja um processo individualizado.
A farmacogenética tem uma contribuição importante nesse contexto, pois identifica como cada pessoa metaboliza e responde a esses fármacos, dando mais direcionamento ao tratamento.
Continue a leitura para entender como funcionam os anticoagulantes, qual a indicação, os principais tipos disponíveis e como os testes genéticos podem orientar uma escolha mais personalizada.
Sumário
O que são medicamentos anticoagulantes?
Os medicamentos anticoagulantes são fármacos que impedem a formação de coágulos ou limitam seu crescimento em vasos sanguíneos.
A indicação principal é para reduzir o risco de obstruções que podem comprometer a circulação do sangue, como ocorre em casos de trombose, embolia pulmonar e acidente vascular cerebral.
Sua ação se dá por meio da inibição de algumas etapas da cascata de coagulação, que reduz a capacidade de agregação plaquetária. Por isso, é comum o uso da expressão “afinamento do sangue” ao descrever esse processo, ainda que o sangue em si não se torne mais líquido.
Para que servem os anticoagulantes?
A principal função dos anticoagulantes é prevenir a formação ou evolução de coágulos em pacientes com risco aumentado de eventos tromboembólicos.
A prescrição ocorre em diversas condições clínicas em que há maior propensão à coagulação anormal, o que pode levar à obstrução de vasos sanguíneos e suas consequências.
Entre as situações mais comuns em que o uso é indicado, estão:
- Trombose venosa profunda (TVP): ocorre quando um coágulo se forma em veias profundas, geralmente das pernas, podendo causar dor, inchaço e risco de embolia pulmonar;
- Fibrilação atrial: arritmia cardíaca que aumenta o risco de formação de trombos no átrio esquerdo, elevando a chance de um AVC isquêmico;
- Embolia pulmonar: é o bloqueio de uma artéria no pulmão por um trombo que se desprende de outro local do corpo, geralmente das pernas;
- Infarto agudo do miocárdio: em algumas situações, o uso de anticoagulantes auxilia na prevenção de novos eventos cardíacos;
- Acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico: em determinados casos, após avaliação médica, medicamentos anticoagulantes são usados para evitar recorrência.
Vale ressaltar que o tratamento é sempre individualizado, conforme o risco de sangramento e as características clínicas de cada paciente. Por isso, a prescrição e acompanhamento de um médico é indispensável.
Quais são os principais tipos de medicamentos anticoagulantes?
Os principais tipos de medicamentos anticoagulantes disponíveis no Brasil são os de uso tradicional, como a varfarina e a heparina, e os chamados novos anticoagulantes orais (NOACs), como rivaroxabana, apixabana e dabigatrana.
Cada grupo apresenta características específicas em relação à forma de administração, necessidade de monitoramento, interações e ajustes de dose.
Os anticoagulantes mais antigos exigem maior vigilância clínica e controle laboratorial constante. Já os NOACs foram desenvolvidos com protocolos de uso mais simples.
Veja quais são os principais fármacos utilizados atualmente:
- Varfarina: é um anticoagulante clássico, que requer controle rigoroso com exames de sangue (INR) e possui alta interação com alimentos e outros medicamentos;
- Heparina: ocorre em ambiente hospitalar por ser administrada por via intravenosa ou subcutânea. Divide-se em dois tipos: não fracionada e de baixo peso molecular;
- Rivaroxabana: é integrante dos NOACs, tem dose diária fixa e dispensa exames frequentes;
- Apixabana: outro NOAC, indicado para diversas situações clínicas, como prevenção de AVC em pacientes com fibrilação atrial;
- Dabigatrana: atua como inibidor direto da trombina, com baixa interação alimentar e sem necessidade de controle laboratorial contínuo.
Os NOACs oferecem maior previsibilidade na resposta anticoagulante e menor exigência de exames periódicos, favorecendo o acompanhamento em longo prazo de doenças cardiovasculares, por exemplo.
Ainda assim, a decisão entre os diferentes fármacos deve considerar fatores como função renal, idade, histórico clínico e uso de outros medicamentos.
Por esse motivo, a avaliação individualizada feita por um médico é indispensável para garantir a segurança do paciente e o resultado terapêutico esperado.
Quais os riscos e efeitos colaterais dos anticoagulantes?
O uso de medicamentos anticoagulantes, apesar dos benefícios, pode também trazer riscos. A principal preocupação são os sangramentos, que variam de leves a graves e podem ocorrer em diferentes partes do corpo. Outros efeitos adversos também merecem atenção. Veja os mais comuns:
- Sangramentos espontâneos: podem surgir sem causa aparente, como sangramento nasal, nas gengivas ou hematomas;
- Hematomas extensos: surgem com facilidade após traumas leves;
- Sangue na urina ou fezes: pode indicar sangramento interno e requer investigação imediata;
- Interações medicamentosas: anti-inflamatórios, antibióticos e até fitoterápicos podem interferir na ação do anticoagulante;
- Risco aumentado com automedicação: o uso sem orientação médica aumenta as chances de eventos graves.
A resposta individual ao anticoagulante é influenciada por fatores genéticos, idade, alimentação e uso de outras substâncias. Por isso, fazer ajustes na dose podem ser necessários com o tempo.
Além disso, a personalização do tratamento, baseada em testes genéticos, pode reduzir o risco de efeitos adversos e melhorar os resultados da terapia.
Não deixe de acompanhar os próximos conteúdos:
- Teste farmacogenético CardioGene: personalize seu tratamento para doenças do coração
- Vittude Summit 2025
- Teste genético para diagnóstico clínico: usar ou não usar?
- PsicoGene TDAH: o teste farmacogenético personalizado para o seu tratamento!
- Vittude Summit 2025
Como o teste farmacogenético da GnTech pode ajudar?
A resposta clínica aos medicamentos anticoagulantes pode variar entre os pacientes, e os fatores genéticos são muito importantes nesse processo.
Alterações em genes que regulam a metabolização de fármacos como varfarina, clopidogrel e rivaroxabana influenciam tanto a eficácia quanto o risco de efeitos adversos. Sendo assim, identificar essas variações possibilita um ajuste mais preciso da dose e a escolha do medicamento adequado a cada perfil.
Com base na farmacogenética, o teste farmacogenético CardioGene, desenvolvido pela GnTech, analisa como o organismo responde a esses anticoagulantes. Ele é uma ferramenta complementar à avaliação clínica, pois reduz a necessidade de condutas baseadas em tentativa e erro.
Além disso, o teste direciona as decisões médicas e aumenta a segurança do tratamento, prevenindo complicações como sangramentos e falhas terapêuticas.
Você já pensou em utilizar seu perfil genético para orientar a escolha do anticoagulante ideal? Conheça os testes da GnTech para cardiologia e personalize seu tratamento de forma segura.
Perguntas frequentes sobre medicamentos anticoagulantes
A seguir, veja as respostas para as dúvidas mais comuns sobre o uso de anticoagulantes.
Os principais medicamentos anticoagulantes utilizados na prática clínica são varfarina, rivaroxabana, apixabana, dabigatrana e heparina.
O ácido acetilsalicílico (AAS) é um antiplaquetário, não um anticoagulante, embora também atue na prevenção de eventos trombóticos.
Somente um médico faz a escolha do anticoagulante mais seguro para idosos, pois depende das condições clínicas e da função renal do paciente. Em geral, os NOACs, como apixabana, têm perfil de segurança mais favorável em muitos casos.
A maior utilização são de medicamentos apixabana, rivaroxabana e dabigatrana, no entanto, a escolha pelo profissional de saúde depende de fatores clínicos e genéticos.
Para saber se é preciso ajustar a dose do anticoagulante, o médico solicitará exames laboratoriais e uma avaliação clínica. Os testes genéticos também auxiliam nesse processo e podem ser indicados.
Ao prever como o organismo metaboliza o medicamento, o teste ajuda a ajustar a dose correta e evitar efeitos adversos, como sangramentos.