O que é autismo: sintomas, tipos e tratamento
- Por Guido Boabaid
- Tempo: 7 minutos
O Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado todo dia 2 de abril, é um lembrete da importância de entender o que é autismo para garantir o apoio necessário às famílias e aos indivíduos diagnosticados.
Devido a relevância do tema, vamos explicar aqui o que é autismo, como saber se uma pessoa tem o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e qual é o melhor tratamento.
Vamos lá?
Sumário
Qual é a definição de autismo?
O autismo, ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a forma como uma pessoa se comunica, interage socialmente e se comporta.
Segundo os critérios do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), o diagnóstico de autismo se baseia na observação de dificuldades na comunicação social, comportamentos repetitivos e padrões de interesse restritos.
O TEA abrange diferentes condições que antes tinham classificações separadamente, como a síndrome de Asperger e o autismo clássico. Com a nova Classificação Internacional de Doenças (CID-11), todos esses quadros foram agrupados sob o mesmo diagnóstico.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no mundo cerca de 70 milhões de pessoas têm autismo diagnosticado. Só nos Estados Unidos, uma a cada 36 crianças com menos de 8 anos têm a condição.
E pela primeira vez, o Brasil conseguiu estimar a frequência de casos de autismo no país. A Universidade de Passo Fundo (UPF), no Rio Grande do Sul, avaliou todas as crianças entre 2 e 12 anos da cidade de Coxilha e revelou que 1 a cada 30 crianças possui autismo.
O que é ser uma pessoa autista?
Ser uma pessoa com espectro autista significa ter um cérebro que processa informações de forma diferente. O TEA é uma condição do neurodesenvolvimento e, por isso, suas manifestações aparecem desde a infância e persistem ao longo da vida.
As principais características envolvem dificuldades na comunicação e interação social, comportamentos repetitivos e respostas sensoriais atípicas. No entanto, o autismo pode se manifestar em diferentes graus.
Os sintomas ficam evidentes já nos primeiros anos de vida, como o interesse restrito por certos temas ou uma grande dificuldade para lidar com mudanças de rotina.
Quais são os 5 sinais de autismo?
Os sinais de autismo variam de pessoa para pessoa, mas alguns comportamentos são marcadores importantes para a identificação precoce do TEA, como:
- Comunicação verbal limitada: atraso fora do comum na fala ou uso repetitivo de palavras e frases;
- Dificuldade de manter contato visual: evitar olhar nos olhos, mesmo em interações simples;
- Comportamentos repetitivos: bater palmas, balançar o corpo, organizar objetos em padrões;
- Hipersensibilidade sensorial: desconforto com sons, texturas ou luzes;
- Dificuldade de socialização: pouco interesse por brincadeiras em grupo, dificuldade em fazer amigos.
Outros comportamentos comuns em crianças com autismo são seletividade alimentar, hiperatividade, apego excessivo à rotina e interesse excessivo em assuntos incomuns.
Quais são os 4 tipos de autismo?
Antes da consolidação do TEA como o um espectro único pelo DSM-5, o autismo era dividido em subtipos. Essa classificação ainda ajuda a entender as nuances do transtorno:
- Autismo clássico: forma mais conhecida, podendo ter graus diferentes. Costumam ter dificuldades na comunicação, interação social e compreensão de expressões com duplo sentido ou comparações, além de comportamentos repetitivos com intensidade;
- Síndrome de Asperger: têm as mesmas dificuldades dos outros tipos de autismo, no entanto, o grau é reduzido. Costumam ter a linguagem preservada e com alto nível de inteligência. Se enquadram no autismo leve;
- Transtorno Invasivo do Desenvolvimento: é a fase intermediária entre a Síndrome de Asperger e o Transtorno Autista;
- Transtorno Desintegrativo da Infância: tipo menos comum e mais grave do espectro autista. A percepção acontece já na primeira infância.
Qual é a causa do autismo?
O autismo tem origem multifatorial. Os estudos atuais indicam que a genética e fatores ambientais são os principais responsáveis. Confira algumas das possíveis causas do autismo:
- Histórico familiar de TEA;
- Exposição a substâncias como ácido valpróico durante a gestação;
- Infecções virais maternas;
- Prematuridade;
- Baixo peso ao nascer.
Os testes genéticos para TEA podem ajudar a identificar predisposições e direcionar escolhas terapêuticas mais adequadas para o tratamento do paciente.
Como é o comportamento de quem tem autismo?
Os comportamentos de uma pessoa com autismo variam conforme o grau do TEA. No autismo leve (grau 1), por exemplo, muitos sinais passam despercebidos. A pessoa pode ser vista apenas como tímida ou introvertida, mas, na verdade, apresenta dificuldades reais em interpretar contextos sociais e lidar com mudanças inesperadas.
Exemplos comuns de comportamentos no TEA leve incluem:
- Preferência por atividades solitárias;
- Interesse intenso por temas específicos;
- Dificuldade em compreender ironias e metáforas;
- Incômodo com sons altos ou mudanças de rotina.
Para essas pessoas, um diagnóstico precoce com especialista e estratégias personalizadas de tratamento são fundamentais para garantir o seu bem-estar.
Como saber se você é autista?
O diagnóstico de autismo é feito por especialistas, com base em observações clínicas, entrevistas com familiares e testes padronizados. A avaliação neuropsicológica é uma das ferramentas utilizadas para investigar o desenvolvimento cognitivo e comportamental da pessoa.
Aliado a isso, o teste genético para autismo, como o da GnTech, atua no entendimento das características individuais e na escolha do melhor tratamento, especialmente se envolver uso de medicamentos.
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É possível sair do espectro autista?
O TEA é uma condição permanente, portanto, não existe cura para o autismo. Mas isso não significa que a pessoa está fadada a enfrentar dificuldades por toda a vida.
Com o tratamento precoce e contínuo, envolvendo terapias comportamentais, fonoaudiologia, psicopedagogia e, quando necessário, suporte com medicamentos, é possível observar grandes avanços no desenvolvimento e na autonomia da pessoa autista.
Além disso, o papel da família e da rede de apoio é muito importante nesse processo, caminhando junto com o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar.
Conhecer o autismo é o primeiro passo para cuidar
Compreender o que é autismo é o primeiro passo para promover acolhimento, respeito e encontrar o melhor tratamento para a pessoa com TEA. Quanto mais cedo obter o diagnóstico, maiores as chances de sucesso nas intervenções.
Tecnologias como o teste genético para autismo podem ser grandes aliados no cuidado, além de oferecer um direcionamento mais assertivo para o tratamento. Por isso, a GnTech oferece os melhores testes do mercado. Conheça nosso teste genético preditivo para TEA!
Perguntas frequentes sobre o que é autismo
Não saia com nenhuma dúvida! Confira as perguntas e respostas abaixo.
O autismo pode ser herdado de ambos lados da família. A herança genética é complexa e envolve múltiplos genes.
É o nível mais leve do espectro, em que a pessoa precisa de suporte mínimo para lidar com os desafios sociais e comportamentais.
Embora ambos afetem o comportamento, o TDAH está ligado à atenção e impulsividade, enquanto o TEA afeta a comunicação, interação social e padrões de comportamento repetitivos.