Amamentação: remédios durante esse período

É comum o uso de medicamentos quando se está amamentando, contudo vem a dúvida: Será que algum desses medicamentos pode me prejudicar a amamentação ou o meu bebê?

Assim, essa resposta depende de muitos fatores, os principais são: a sua genética, que pode influenciar  diretamente no metabolismo do medicamento, as substâncias contidas e a quantidade ingerida.

Para isso explicaremos os tipos de metabolizadores. Acompanhe a leitura e saiba mais!

Mãe amamentando bebê

Amamentação: tipos de metabolizadores de remédios

Metabolizador normal

As pessoas que possuem dois alelos normais ou tipo selvagem denominam-se como metabolizadores normais (67% da população), pois não apresentam variantes alélicas que possam alterar drasticamente a biotransformação dos fármacos. Para essas pessoas recomenda-se as doses padrões de cada medicamento, indicadas nas bulas dos mesmos. Assim prescritas, essas doses farão o efeito esperado em seu organismo.

Metabolizador intermediário

Nesse caso, a pessoa é portadora de variação nos alelos que codificam enzimas metabolizadoras dos medicamentos (12% da população). Normalmente, a atividade do alelo variante é mais reduzida do que nos metabolizadores normais; eles são heterozigotos para um alelo deficiente ou ainda carregam 1 alelo que causam redução  com outro que causa a elevação da atividade da enzima. Assim, nesses casos, ajustes de doses dos medicamentos podem ser necessários.

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Metabolizador pobre ou metabolizador lento

Nesse caso, a pessoa é portadora de dois alelos com variantes que, geralmente, reduzem ou anulam a atividade da enzima (17% da população), o que pode levar a um aumento dos níveis plasmáticos do fármaco, aumentando os riscos de efeitos adversos ou reduzindo a ativação de um pró fármaco. Nesses casos, um ajuste para doses reduzidas pode ser considerado de maneira a aproveitar ao máximo os efeitos terapêuticos, evitando os efeitos adversos.

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Metabolizador ultrarrápido

Os metabolizadores ultrarrápidos (8% da população) possuem alelos que produzem enzimas com elevada atividade ou apresentam cópias extras de alelos (ex.: duplicação do gene). Nessas pessoas, o medicamento é metabolizado tão rapidamente que, em doses normais, praticamente não tem tempo de exercer o seu efeito terapêutico completo, pois não alcançam dosagem sérica suficiente. O ajuste da dose tem transformado muitos desses pacientes “resistentes ao tratamento” em bons respondedores ao tratamento, devido aos testes farmacogenéticos que personalizam as terapias.

A codeína e seus metabólitos, incluindo a morfina, são detectados no leite materno, mas a quantidade é tipicamente baixa e dependente da dose. Contudo, durante a amamentação as mulheres com um fenótipo metabolizador ultrarrapido podem atingir altas concentrações séricas de morfina com doses padrão de codeína. Isso pode acarretar em níveis elevados de morfina no leite materno e exposição perigosamente alta à morfina nos bebês amamentados. Notavelmente, casos de envenenamento fatal com a utilização de opiáceos em recém-nascido amamentado por uma mãe  com o metabolismo ultrarrápido foram descritos¹. Estes relatos levaram  a FDA (Food and Drug Administration U.S.A) e as agências reguladoras nos Estados Unidos, Reino e Canadá fazerem uma alteração da bula do produto para destacar o risco elevado de overdose de morfina em lactentes cujas mães estão tomando codeína e tem o gene CYP2D6 com o metabolismo ultrarrápido.

O MINISTÉRIO DA SAÚDE –  Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas divulgou um arquivo com a maioria dos medicamentos e a sugestão de uso para as mães que estão em amamentação. Este documento serve de referência para todas as mães que estão em processo de amamentação.

Para visualizar o arquivo Clique Aqui

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