Vittude Summit 2024: saiba como foi o maior evento de saúde mental para empresas do Brasil
- Larissa Speck
- 08/10/2024
- Tempo: 13 minutos
As condições de saúde mental entre alguns funcionários estão causando impactos significativos e crescentes nas empresas. Em 2023, mais de 288 mil pessoas receberam benefícios do INSS devido a afastamentos relacionados a transtornos mentais, representando um aumento de 38% em relação a 2022. Além disso, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão e a ansiedade devem resultar em perdas de produtividade de US$ 6 trilhões por ano em todo o mundo.
Para compartilhar estratégias e melhores práticas adotadas por empresas que investem em programas de saúde mental em suas organizações, participamos do Vittude Summit, um evento de saúde mental corporativa realizado nos dias 5 e 6 de março, em São Paulo. O evento reuniu aproximadamente 1.100 CHROs, líderes de RH e gestão de saúde corporativa.
Acompanhe o nosso conteúdo de blog e saiba tudo sobre como foi o Vittude Summit 2024 e a nossa presença por lá. Boa leitura!
Sumário
Sobre a Vittude
A Vittude é uma empresa líder no desenvolvimento e na gestão estratégica de programas de saúde mental para empresas, sendo uma parceira estratégica das principais empregadoras do Brasil. Assim, com um conjunto de soluções inteligentes em saúde mental, a empresa baseia seus projetos em quatro pilares: diagnóstico, educação, clínica e inteligência. Atendendo a mais de 200 clientes, incluindo empresas como Grupo Boticário, Vivo, Ambev, Cocamar, Saint Gobain, Telhanorte Tumelero, L’Oréal, SAP e Thomson Reuters, ela beneficia mais de 600 mil pessoas com suas soluções. Assim, a Vittude já captou mais de R$ 40 milhões em investimentos dos fundos Crescera Capital, Redpoint eVentures, Scale Up Ventures e Superjobs.vc.
Vittude Summit 2024: qual a opinião da CEO sobre saúde mental nas empresas?
A Vittude, reconhecida por sua expertise no desenvolvimento e gestão de programas de saúde mental corporativa, tem sido uma aliada de CEOs que estão conscientes do problema real que afeta o futuro do trabalho. Através do Vittude Summit, a empresa busca apoiar líderes que enfrentam desafios para se conectar com profissionais de saúde mental corporativa e empresas parceiras nesse campo. Durante o evento, foram discutidos diversos temas essenciais, incluindo o engajamento da alta liderança, saúde no trabalho, gestão de saúde mental, benefícios corporativos, estudos de casos bem-sucedidos, coleta e análise de dados, retorno sobre o investimento (ROI) em saúde mental, diversidade, equidade e inclusão (DEI), bem como, marca empregadora, entre outros tópicos pertinentes.
Segundo Tatiana Pimenta, CEO da Vittude e idealizadora do Vittude Summit, o principal protagonista é o líder. “Cabe ao CEO e aos gestores tomar a decisão final, assumindo um papel proativo na erradicação desse estigma, fomentando uma cultura de transparência e suporte em relação ao bem-estar dos colaboradores”, ela esclarece.
Recentemente, uma pesquisa realizada pelo Infojobs mostrou que 61% dos funcionários não estão satisfeitos ou felizes em seus trabalhos. Além disso, a situação se agrava ainda mais com o fato de que a maioria desses entrevistados (76%) já presenciou colegas precisando se ausentar do trabalho devido a problemas de saúde mental. “Como líder máximo da organização, o CEO estabelece a cultura e os valores da empresa, mas também tem um papel direto na atmosfera de trabalho. É sua responsabilidade ir além dos números e objetivos, preocupando-se com o bem-estar emocional de seus colaboradores. Investir em programas de saúde mental corporativa, incluindo o uso de softwares para monitorar o bem-estar emocional da equipe, é fundamental para evitar crises e ausências que afetam negativamente a cultura empresarial”, destaca Tatiana.
O que disseram os especialistas
“A capacitação de um grupo seleto de lideranças influentes na companhia tem potencial de ser game changer“
VANESSA TOGNIOLLI – DIRETORA EXECUTIVA DE PESSOAS DA CI&T
“Temos ferramentas de IA para dar 92% de previsibilidade de adoecimento dos colaboradores”
DR. FLEURY JOHNSON – GERENTE SÊNIOR GLOBAL DE SAÚDE DO NUBANK
“Presenteísmo. Saber que algumas pessoas presentes, mas sem motivação, sem conseguir produzir, é um dos principais motivos para investir em saúde mental”.
ADRIANA BLINKSTEIN – PRESIDENTE DA 3M DO BRASIL
Pré-evento Vittude Summit 2024
Alguns insights da primeira live para o esquenta do Vittude Summit
A primeira transmissão ao vivo do Esquenta Vittude Summit ocorreu, e as conclusões que tiramos do encontro têm um grande potencial para transformar a saúde mental na sua empresa:
➡ Utilização de dados inteligentes: É crucial que as ações relacionadas à saúde mental corporativa sejam baseadas em dados internos, a fim de garantir abordagens personalizadas e eficazes contra os fatores que prejudicam a saúde mental dentro da sua empresa.
➡ Educação e engajamento das lideranças: Os líderes desempenham um papel fundamental na condução das mudanças organizacionais. Para estabelecer uma cultura sustentável de saúde mental, é importante educá-los sobre sua importância, bem como permitir que apoiem adequadamente o bem-estar emocional de suas equipes e de si mesmos.
➡ Alinhamento cultural: As iniciativas voltadas para a promoção e cuidado com a saúde mental devem estar alinhadas aos valores e cultura da empresa para garantir a adesão e o engajamento dos colaboradores.
➡ Colaboração entre setores: A saúde mental não é responsabilidade exclusiva do departamento de Recursos Humanos. Assim, deve envolver outros profissionais, como médicos do trabalho, líderes e engenheiros de segurança do trabalho, é vital para uma abordagem eficaz na promoção da saúde mental.
Principais temáticas sobre saúde mental nas empresas abordadas no Vittude Summit 2024
. 1º dia de evento
Como começar a atuar em saúde mental sem budget?
“No começo, monitorávamos os afastamentos por CID-F [transtornos mentais e comportamentais]. Os indicadores que observávamos eram o absenteísmo e o custo salarial por horas não trabalhadas. Também trabalhávamos com a percepção dos business partners, junto às lideranças, de que o problema estava se agravando na organização”, compartilha Emerson Martins, Diretor de RH da Thomson Reuters para a América Latina. A empresa começou a oferecer psicoterapia como benefício, que agora é utilizada ativamente por 18% dos colaboradores. “O número de atestados médicos aumentou de 2022 para 2023, mas tivemos uma redução de 60% nas horas de absenteísmo. Isso indica um movimento de prevenção, de buscar consultas, para evitar que o problema se torne grave”, relata.
“Na Totvs, começamos nossa jornada em saúde mental com a economia que conseguimos em uma negociação mais eficiente com o plano de saúde. Começamos a investir em saúde integral, a acompanhar indicadores e o impacto no negócio e continuamos evoluindo nesse tema”, compartilhou Fernando Sollak, Diretor de RH da Totvs.
Saúde mental no Varejo: os principais desafios e aprendizados do setor
O segundo painel do primeiro dia do Vittude Summit destacou as experiências de grandes varejistas que já estão implementando e colhendo os benefícios dos programas de saúde mental em suas organizações.
Caio Nalini, Diretor de Gestão de Pessoas do Magalu, empresa com mais de 38 mil colaboradores e 1.000 lojas físicas, observa que o varejo enfrenta desafios específicos para investir em saúde mental, como margens reduzidas. “A vantagem disso é que somos desafiados a abordar o tema de maneira simples e factível”, ele explica. A disparidade de perfis na organização é outro desafio, com 22 mil colaboradores em lojas, 8 mil em distribuição, 8 mil em áreas corporativas, marketplaces, um call center próprio e o hub de tecnologia Luiza Labs. “Esses são ambientes muito diferentes. Para lidar com essa complexidade, investimos fortemente no desenvolvimento de liderança, para que eles possam promover a saúde mental no Magalu”, acrescenta.
Para isso, houve um investimento na capacitação da liderança para identificar sinais de problemas de saúde mental nas rotinas de gestão. “Uma transmissão ao vivo que realizamos entre um diretor de tecnologia e um parceiro de saúde mental foi crucial. O diretor começou a conversa contando sua experiência pessoal com depressão. Isso mudou completamente a interação do público com o conteúdo subsequente”, ele relata.
Estratégias de Saúde Mental e D&I
Neste painel, Ana Paula Franzotti, Diretora de Desenvolvimento Organizacional, Cultura e Equidade, Diversidade e Inclusão da Unilever, enfatizou que apenas aumentar o conhecimento não será suficiente para os líderes mudarem suas ações, uma vez que as pessoas têm preconceitos. “Fomos ensinados a excluir aqueles que são diferentes”, declarou.
Ela mencionou que a Unilever oferece programas de apoio psicológico 24 horas por dia, 7 dias por semana, que inicialmente não eram procurados pelos colaboradores. No entanto, quando a empresa começou a realizar pequenos grupos focais sobre depressão, houve uma lista de espera de interessados nessas sessões. “Ainda há um tabu sobre saúde mental nas organizações que precisamos superar”, disse Ana Paula. Assim, para ela, a diversidade exige dos líderes uma escuta ativa individual muito diferente daquela que ocorre entre pessoas semelhantes. “Em equipes diversificadas, os líderes precisam compreender questões que eles próprios não vivenciam, mas que têm impacto na saúde mental das pessoas. Isso requer mais dos líderes.”
. 2º dia de evento
Saúde mental pela alta liderança das empresas
Para explorar como os CEOs podem promover o tema dentro da organização, o painel “O papel do CEO na redução dos estigmas” contou com a participação de Adriana Nascimento Blikestein, Presidente da 3M do Brasil, Ariel Grunkraut, CEO da Zamp (responsável pelas marcas Burger King e Popeyes no Brasil), e Juliano Ohta, Advisor na Bain & Company e ex-CEO da Telhanorte, SaintGobain e Aldo Solar. A discussão foi moderada por Tatiana Pimenta, CEO e co-fundadora da Vittude.
Para Ariel, além de garantir o investimento em saúde mental, o diferencial do CEO está em ser um exemplo para a empresa. “O papel do CEO é sair do discurso e ir para a prática. Não se trata apenas de orçamento. É preciso liderar pelo exemplo. Aqui na Zamp, quando um colaborador tira férias, ele não tem acesso ao e-mail, ao WhatsApp ou a qualquer ferramenta de trabalho. Parece algo básico desligar-se durante as férias. Mas ainda precisa ser mencionado.”
De acordo com Juliano Ohta, a evolução das empresas que se interessam pela saúde mental dos colaboradores envolve a implementação de programas educacionais e de treinamento em habilidades pessoais e emocionais. Ele acredita que é fundamental que as pessoas saibam identificar suas emoções, nomeá-las e expressá-las, para então serem capazes de lidar com elas de maneira adequada.
“A nossa intenção é concentrar esforços na liderança para capacitar as pessoas a lidarem com esse assunto. Buscar embaixadores da saúde mental, indivíduos que possam conduzir conversas difíceis que são necessárias”, relata Ariel. “A solução para o problema de saúde mental está intrinsecamente ligada à importância que os líderes atribuem a esse tema. Ela está enraizada em suas convicções”, argumenta Juliano.
Segundo Adriana, o maior desafio da 3M é garantir que o programa alcance todos os níveis da organização. “Ainda há muito estigma na produção, na manufatura, por exemplo. Essa é a próxima etapa em que precisamos concentrar nossos esforços”, acrescenta.
A importância da estratégia de dados na gestão de saúde mental
Além do respaldo da alta liderança e do CEO, outro ponto distintivo das empresas que estão progredindo na gestão de saúde mental é o uso de inteligência de dados. Em sua apresentação, Luckas Reis, Head de Psicologia e Pessoas da Vittude, demonstrou como as informações provenientes de um sistema de gestão de dados de saúde mental podem ajudar as empresas, bem como a elaborar estratégias e planos de ação para programas de saúde mental. “Através do Vittude Insights, realizamos uma análise da sinistralidade, identificamos casos precocemente e oferecemos análises de cobertura, apoiando assim os planos de ação das empresas”, explica.
Durante sua exposição, Luckas mostrou painéis de controle gerados com os dados de uma pesquisa quantitativa realizada com os colaboradores de uma empresa, os quais revelaram a relação direta entre indicadores de sofrimento psicológico, segurança psicológica, assédio, propensão ao burnout e presenteísmo.
O dashboard acima retrata a situação de uma empresa onde 56% dos colaboradores sofrem de sofrimento psíquico em níveis severos. Assim, ao analisar mais detalhadamente os 20% dos colaboradores que relatam baixa segurança psicológica, os dados mostram que mais da metade dessa população (54%) está sujeita a presenteísmo, 42% demonstram sinais de propensão ao burnout, e 80% relatam experiências de assédio.
“A telemedicina e a telepsicologia são ferramentas tecnológicas que contribuem na gestão de saúde mental. No Nubank usamos ferramentas que usam dados e IA e que nos dão previsibilidade de até 92% de adoecimento dos colaboradores. Isso nos permite atuar proativamente”, conta Dr. Fleury Johnson, Gerente Sênior Global de Saúde do Nubank.
Dr. Guido Boabaid no Vittude Summit 2024: confira a live completa do nosso CEO e fundador
O psiquiatra, CEO e fundador da GnTech Dr. Guido Boabaid marcou presença por lá com uma palestra muito bacana com uma palestra do Case “GnTech: o DNA da Inovação, da Economia e da Produtividade para a sua Empresa!”
A palestra, que aconteceu no dia 06/03 foi transmitida ao vivo através de uma live lá no nosso instagram.
“O tratamento com o teste farmacogenético reduz até 4,5 vezes o absenteísmo dos colaboradores. Em média, uma pessoa que faz um tratamento incompatível geneticamente fica cerca de 21 dias afastada do trabalho, enquanto uma pessoa com um tratamento compatível geneticamente fica longe das suas atividades por no máximo cinco dias”, informa o psiquiatra.
Segundo Guido Boabaid May, o Brasil precisa aprender com os outros países, onde os testes farmacogenéticos já fazem parte, inclusive, dos sistemas públicos de saúde. São exemplos a Inglaterra, a Holanda, o Canadá, a Espanha e a França. “Nos Estados Unidos, praticamente todos os seguros de saúde cobrem a realização de testes farmacogenéticos”, afirma.
Assista a live completa abaixo:
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Há 12 anos, a GnTech vem contribuindo com a medicina no Brasil, com o propósito de oferecer saúde e bem-estar, trabalhando para descobrir novas oportunidades de oferecer qualidade de vida e tornar a saúde cada vez mais precisa e personalizada para as pessoas.
Contamos com testes farmacogenéticos voltados para a depressão e demais transtornos relacionados à saúde mental.
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