Doença celíaca: sintomas, tratamento e diferenças em relação à intolerância ao glúten
- Por Guido Boabaid
- Tempo: 9 minutos
Embora muitas vezes confundida com uma intolerância alimentar, a doença celíaca é uma condição autoimune que se manifesta através de uma resposta inadequada do organismo ao glúten, proteína presente no trigo, centeio e cevada.
Ao contrário da intolerância, que provoca desconforto sem causar danos orgânicos, a doença celíaca tem consequências mais sérias para a absorção de nutrientes e a saúde geral.
Por isso, o reconhecimento precoce dos sinais e a confirmação por exames podem evitar complicações a longo prazo.
Além dos métodos tradicionais, o teste genético tem ganhado espaço como ferramenta complementar na investigação, ao identificar a predisposição genética que pode estar por trás dos sintomas e direcionar as próximas etapas do cuidado.
Se você já ouviu falar sobre a doença, sente desconfortos sem causa definida ou tem histórico familiar da condição, continue a leitura. A seguir, explicamos quais são os sintomas, cuidados e como a GnTech pode ajudar no processo de diagnóstico e tratamento.
Sumário
O que é doença celíaca?
A doença celíaca é uma doença autoimune em que o sistema imunológico reage de forma inadequada ao glúten, provocando inflamação na mucosa do intestino delgado.
Essa reação danifica as vilosidades intestinais, estruturas responsáveis pela absorção dos nutrientes, e como consequência, pode haver déficits nutricionais mesmo com uma alimentação balanceada.
Trata-se de uma condição com base genética, ligada à presença dos alelos HLA-DQ2 e HLA-DQ8, que predispõem à resposta imune alterada.
Isso não significa que toda pessoa com essa predisposição genética vá desenvolver a doença, mas a ausência desses marcadores nos exames praticamente exclui o diagnóstico.Ao longo do tempo, sem diagnóstico e controle, a doença pode levar a complicações, como osteoporose, infertilidade e aumento do risco de linfoma.
Por isso, o reconhecimento precoce e o acompanhamento adequado fazem diferença para a saúde intestinal e sistêmica.

Quais são os sintomas da doença celíaca?
Os sintomas da doença celíaca podem se manifestar de diferentes formas, intensidade e abrangência. Entre as manifestações mais comuns, estão:
- Sintomas gastrointestinais, como dor abdominal e desconforto após as refeições;
- Diarreia frequente ou alternância com constipação;
- Fadiga constante, mesmo após períodos de repouso;
- Distensão abdominal, que pode ser confundida com gases;
- Perda de peso não intencional e progressiva.
Em alguns casos, os sinais estão restritos ao trato gastrointestinal, enquanto em outros podem afetar o organismo de forma sistêmica. E isso dificulta o reconhecimento inicial.
Além desses sintomas, outras manifestações menos esperadas podem indicar a presença da doença, como anemia por deficiência de ferro que não responde ao tratamento, osteopenia ou osteoporose em idade precoce, irritabilidade persistente e aftas frequentes.
Em crianças, o atraso no crescimento também pode ser um sinal de alerta.
Como os sintomas variam muito de pessoa para pessoa, é comum que o diagnóstico demore. Por isso, ao identificar um padrão recorrente ou a associação de diferentes queixas, é importante considerar a investigação da doença celíaca entre as hipóteses clínicas.
Qual a diferença entre doença celíaca e intolerância ao glúten?
A doença celíaca e a intolerância ao glúten são condições distintas, porém com sintomas semelhantes. Enquanto a primeira é uma doença de ordem genética, com danos à mucosa intestinal, a segunda é caracterizada por uma intolerância alimentar sem envolvimento do sistema imunológico e lesão intestinal.
Na doença celíaca, há um processo contínuo de inflamação intestinal, que interfere na absorção de nutrientes e pode levar a deficiências nutricionais, além de afetar outros órgãos.
Já na intolerância ao glúten, também chamada de sensibilização ao glúten não celíaca, os sintomas surgem após o consumo da proteína, mas cessam com a retirada temporária ou parcial do alimento da dieta, sem necessidade de exclusão total.
Outra diferença está no diagnóstico. A doença celíaca pode ser confirmada por exames sorológicos, biópsia e testes genéticos, enquanto a intolerância é diagnosticada por exclusão, após descartar outras causas, incluindo alergia alimentar.
A distinção correta entre esses dois quadros evita tratamentos desnecessários e orienta o cuidado de forma adequada, respeitando a individualidade de cada paciente.
Como tratar a doença celíaca?
O tratamento da doença celíaca é baseado na eliminação completa do glúten da dieta, o que inclui não só os alimentos claramente derivados de trigo, centeio e cevada, mas também produtos com risco de contaminação cruzada.
Mesmo pequenas quantidades ou traços podem reativar a inflamação intestinal e comprometer a recuperação. Essa conduta deve ser mantida por toda a vida e exige acompanhamento contínuo.
Para alcançar esse objetivo, algumas medidas são recomendadas. São elas:
- Dieta sem glúten, orientada por um nutricionista especialista, para garantir variedade e equilíbrio nutricional;
- Reeducação alimentar, com leitura atenta de rótulos e conhecimento dos termos que indicam a presença de glúten;
- Acompanhamento nutricional, com avaliação periódica de vitaminas, minerais e parâmetros laboratoriais;
- Prevenção de contaminação cruzada, evitando preparo de alimentos em superfícies ou utensílios compartilhados com produtos com glúten.
Além da orientação alimentar, é necessário monitorar possíveis deficiências, como ferro, vitamina B12, cálcio e vitamina D, que podem estar comprometidas antes do diagnóstico ou durante a fase inicial do tratamento.
Nesse contexto, o suporte multiprofissional, indica-se o acompanhamento médico e nutricional, pois favorece a recuperação intestinal e reduz o risco de complicações a longo prazo.
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Como o teste genético pode apoiar o diagnóstico e tratamento
A confirmação da doença celíaca nem sempre é simples, principalmente quando os sintomas são leves, intermitentes ou confundidos com outras condições. Aqui, o teste genético pode ser um recurso complementar, para identificar a predisposição genética relacionada à presença dos genes HLA-DQ2 e HLA-DQ8.
Esse tipo de exame não substitui os testes sorológicos ou biópsia, mas pode ser um aliado em casos duvidosos ou quando há contraindicações para exames invasivos.
O teste genético de intolerância a glúten e lactose da GnTech também pode ser utilizado em pacientes com familiares de primeiro grau já diagnosticados, para antecipar medidas de prevenção e acompanhamento clínico.
Entre os principais benefícios do teste, estão:
- Precisão no diagnóstico, ao excluir a doença quando os marcadores genéticos estão ausentes;
- Personalização da dieta, com base em informações genéticas que orientam a conduta clínica;
- Prevenção de complicações, a partir da identificação precoce da predisposição;
- Economia com exames e tempo de tratamento, ao reduzir a necessidade de procedimentos mais complexos.
Tenha uma vida mais tranquila com a GnTech
Como você viu, a doença celíaca pode comprometer diferentes aspectos da saúde quando não identificada e tratada de forma adequada. Por isso, compreender os sintomas, conhecer as diferenças em relação à intolerância ao glúten e seguir as orientações alimentares é tão importante para quem convive com a condição ou suspeita dela.
O teste genético da GnTech é um grande aliado na investigação da doença celíaca e intolerância ao glúten. Com ele é possível descobrir se há predisposição genética associada, entender os riscos para o desenvolvimento da doença e elaborar um plano terapêutico de cuidado.
Se você busca mais segurança em relação à sua saúde intestinal ou quer entender melhor se há relação entre seus sintomas e o consumo de glúten, conheça o Teste Genético Preditivo para Intolerância a Glúten e Lactose da GnTech.
Ele pode ser o passo que faltava para você finalmente viver com mais saúde e qualidade de vida.
Perguntas frequentes sobre a doença celíaca
Confira, a seguir, as respostas para as dúvidas comuns sobre este assunto.
A doença celíaca se manifesta através de sintomas como dor abdominal, diarreia, inchaço, fadiga e perda de peso. Além disso, pode causar problemas de pele e deficiências nutricionais devido à má absorção de nutrientes.
A doença celíaca pode surgir em qualquer idade, mas é mais comum o diagnóstico na infância, entre 6 meses e 2 anos, quando a dieta começa a incluir glúten. No entanto, não é incomum que surja apenas na fase adulta.
Uma pessoa celíaca deve evitar todos os alimentos que contêm glúten, que é encontrado em trigo, cevada e centeio e pode estar em pães, massas, bolos e alguns produtos processados.
A duração de uma crise celíaca varia, mas os sintomas podem persistir por dias ou semanas, dependendo da quantidade de glúten ingerida e da resposta do organismo. A recuperação total pode levar mais tempo quando há danos intestinais.
Para descobrir se você é celíaco, é necessário realizar exames específicos, como testes de sangue que detectam anticorpos relacionados à doença. Além disso, um médico pode solicitar uma biópsia do intestino delgado para confirmar o diagnóstico.