Atomoxetina: tudo sobre novo medicamento para TDAH no Brasil
- Guido Boabaid
- 31/07/2024
- Tempo: 7 minutos
Com o crescente entendimento dos desafios enfrentados por indivíduos com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), a busca por tratamentos eficazes tem sido uma prioridade constante. Nesse cenário, a atomoxetina emerge como uma opção farmacológica promissora.
Este blog post explora o papel da atomoxetina no tratamento do TDAH, destacando sua eficácia, mecanismo de ação e considerações importantes para pacientes e profissionais de saúde.
Vamos lá?
Sumário
Para que serva a Atomoxetina?
A atomoxetina é um medicamento usado principalmente no tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Ele funciona aumentando os níveis de neurotransmissores como a noradrenalina no cérebro, o que ajuda a melhorar a atenção, o foco e o controle dos impulsos em pessoas com TDAH. A atomoxetina também pode ser prescrita para o tratamento de outros distúrbios, como o transtorno de déficit de atenção em adultos (ADHD), mas é mais comumente associada ao tratamento do TDAH em crianças e adolescentes
Tem atomoxetina no Brasil?
Até pouco tempo atrás não havia acesso a esse medicamento no Brasil, entretanto em novembro de 2023, a atomoxetina chegou ao país, após aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O medicamento foi lançado no mercado com o nome comercial Atentah, pela empresa Apsen Farmacêutica.
Logo depois, a Anvisa aprovou o remédio, através de uma avaliação rigorosa de sua segurança e eficácia. A aprovação do medicamento no Brasil foi um marco importante, pois ofereceu uma nova opção de tratamento para o TDAH.
Diferença entre os medicamentos para TDAH?
A principal diferença entre um medicamento psicoestimulante e um não estimulante para TDAH é a maneira como eles atuam no cérebro.
Psicoestimulantes
Os psicoestimulantes são os medicamentos mais comumente prescritos para o TDAH. Eles atuam aumentando a atividade dos neurotransmissores dopamina e noradrenalina no cérebro. Assim, a dopamina está envolvida na atenção, motivação e recompensa, enquanto a noradrenalina está envolvida na atenção, concentração e alerta.
São geralmente eficazes no tratamento dos sintomas do TDAH, como falta de atenção, hiperatividade e impulsividade. No entanto, eles também podem causar efeitos colaterais, como insônia, perda de apetite, dor de cabeça, irritabilidade, ansiedade, aumento da frequência cardíaca e aumento da pressão arterial.
Não estimulantes
Os medicamentos não estimulantes são uma opção de tratamento para pessoas que não toleram bem os psicoestimulantes ou que têm outras condições médicas. Eles atuam aumentando a quantidade de noradrenalina no cérebro. E são geralmente menos propensos a causar efeitos colaterais.
Efeitos colaterais da Atomoxetina
Os efeitos colaterais mais comuns da atomoxetina são:
- Náusea
- Perda de apetite
- Sonolência
- Irritabilidade
- Boca seca
Outros efeitos colaterais possíveis incluem:
- Constipação
- Diarreia
- Dor de cabeça
- Tontura
- Sudorese
- Aumento da frequência cardíaca
- Aumento da pressão arterial
Qual a causa do TDAH?
Como a atomoxetina é um medicamento utilizado no tratamento do TDAH, vamos entender mais a fundo causa do TDAH, que é complexa e ainda não é totalmente compreendida. No entanto, acredita-se que seja um transtorno neurobiológico, com fatores genéticos e ambientais envolvidos.
Fatores genéticos
Os estudos genéticos já identificaram diversas alterações genéticas associadas ao TDAH. Essas alterações podem afetar o desenvolvimento e a função de neurotransmissores, como a dopamina e a noradrenalina, que desempenham um papel importante na atenção, no controle inibitório e na atividade motora. E como, cada organismo possui uma composição genética diferente, as alterações também são e consequentemente, o modo como tratar também será.
Fatores ambientais
Alguns fatores ambientais também podem aumentar o risco de TDAH, como:
- Exposição a toxinas durante a gravidez, como álcool, tabaco e drogas ilícitas;
- Infecções maternas durante a gravidez;
- Problemas no parto, como prematuridade e baixo peso ao nascer;
- Traumatismos cranianos;
- Intoxicação por chumbo.
Predisposição genética
Estudos de famílias e gêmeos mostraram que o TDAH tem uma forte predisposição genética. Cerca de 60-70% dos casos de TDAH são atribuídos a fatores genéticos.
Outros fatores
Além dos fatores genéticos e ambientais, outros fatores também podem contribuir para o desenvolvimento do TDAH, como:
- Distúrbios do sono;
- Transtornos de ansiedade;
- Transtornos de aprendizagem;
- Problemas de saúde mental.
Quem trata o TDAH?
O tratamento do TDAH é realizado por um profissional de saúde mental, que pode ser um psiquiatra, um neurologista ou um neuropediatra. Em conclusão, são esses os profissionais são especializados no diagnóstico e tratamento de transtornos mentais e neurológicos.
O psiquiatra é o profissional mais indicado para tratar o TDAH, pois é o especialista em saúde mental que pode prescrever medicamentos. Os neurologistas e neuropediatras também podem diagnosticar e tratar o TDAH, entretanto não podem prescrever medicamentos.
Além disso, ele é individualizado e pode incluir medicamentos, terapia comportamental e outras intervenções. O profissional de saúde mental irá avaliar o paciente e definir o tratamento mais adequado.
Qual a medicação mais indicada para o TDAH?
A escolha da medicação mais adequada para o paciente que sofre com o TDAH é individual, porém podemos observar alguns remédios que estão estre as escolhas de tratamento, como: a Ritalina, o Venvanse e agora, a Atomoxetina. Separamos as principais diferenças entre o Venvanse e Ritalina, que são psicoestimulantes, e a Atomoxetina, que é não estimulantes.
Venvanse e Ritalina: Diferenças
Venvanse e Ritalina são portanto, os dois medicamentos estimulantes usados para tratar o TDAH. A principal diferença entre Venvanse e Ritalina é a maneira como eles são absorvidos pelo corpo. O Venvanse é um medicamento de liberação prolongada, o que significa que é absorvido lentamente pelo corpo e permanece ativo por um período de tempo mais longo. Já, a Ritalina é um medicamento de liberação imediata, o que significa que é absorvido rapidamente pelo corpo e tem um efeito mais curto.
Outra diferença importante entre Venvanse e Ritalina é o seu perfil de efeitos colaterais. Os efeitos colaterais mais comuns do Venvanse incluem dor de cabeça, náusea, perda de apetite e insônia. Os efeitos colaterais mais comuns da Ritalina incluem insônia, perda de apetite e irritabilidade.
Como age a atomoxetina?
A atomoxetina é um inibidor seletivo da recaptação de noradrenalina (ISRN). Isso significa que ela bloqueia a recaptação de noradrenalina pelas células nervosas, o que aumenta a quantidade de noradrenalina disponível no cérebro.
Conclusão
Em conclusão, o TDAH é um transtorno comum que pode afetar o desenvolvimento e o bem-estar das pessoas e como muitos outros transtornos de saúde mental o tratamento deve ser individualizado para cada organismo. Portanto, o teste farmacogenético, que é um exame que analisa o perfil genético de uma pessoa para avaliar como o seu corpo metaboliza e responde a medicamentos, encaixa-se muito bem nesse caso. Pois, permite que o paciente, junto ao seu médico, escolha o melhor remédio para seu tratamento.
Conte com a GnTech
Há 12 anos, a GnTech vem contribuindo com a medicina no Brasil, com o propósito de oferecer saúde e bem-estar, trabalhando para descobrir novas oportunidades de oferecer qualidade de vida e tornar a saúde cada vez mais precisa e personalizada para as pessoas.
Contamos com testes farmacogenéticos voltados para a depressão e demais transtornos relacionados à saúde mental.
Entre em contato conosco e saiba mais.