Cérebro e intestino: como a saúde mental influencia seu sistema digestivo
- Por Larissa Speck
- 15/04/2025
- Tempo: 8 minutos
Você já ouviu falar que o intestino é o “segundo cérebro” do corpo? Essa expressão não é exagero. Estudos científicos comprovam que existe uma via de comunicação direta entre cérebro e intestino, conhecida como eixo intestino-cérebro.
Essa conexão envolve neurônios, neurotransmissores e bactérias intestinais, que atuam para regular funções importantes como o humor, o sono, o apetite e até a imunidade.
Isso significa que tudo o que sentimos pode impactar o funcionamento do nosso intestino. E o contrário também é verdadeiro: um intestino desequilibrado pode contribuir para sintomas de depressão, fadiga mental e oscilações emocionais.
Aqui, você vai entender como o cérebro e o intestino se comunicam, quais emoções afetam o sistema digestivo e muito mais, com base em ciência e práticas acessíveis para o dia a dia.
Vamos lá?
Sumário
Qual a relação entre intestino e cérebro?
O cérebro e o intestino estão conectados por uma via de comunicação chamada eixo intestino-cérebro. Essa relação vai muito além da digestão: envolve sinais neurais, hormonais e imunológicos que trafegam entre os dois órgãos o tempo todo.
É como se o intestino tivesse uma “linha direta” com o cérebro, participando ativamente da regulação emocional, do sono, da dor e até do comportamento.
Grande parte dessa comunicação ocorre por meio do sistema nervoso entérico. Com mais de 500 milhões de neurônios, ele é responsável por controlar funções digestivas, mas também envia informações ao cérebro central, influenciando processos cognitivos e emocionais.
Além disso, a microbiota intestinal, composta por trilhões de bactérias benéficas, participa da produção de neurotransmissores como a serotonina, substância responsável pela sensação de bem-estar e felicidade. Estima-se que cerca de 90% da serotonina do corpo seja produzida no intestino.
Ou seja, cuidar da saúde intestinal é também uma forma de cuidar da mente. E entender essa conexão é o primeiro passo para uma abordagem mais completa e personalizada no cuidado com o bem-estar.
Qual emoção pode afetar o intestino?
Entre todas as emoções, a ansiedade é uma das que mais afeta o intestino. Ela aciona o sistema nervoso autônomo e provoca alterações fisiológicas que impactam diretamente o sistema digestivo.
Em situações de estresse crônico, por exemplo, o corpo libera cortisol e adrenalina, substâncias que podem acelerar ou retardar o trânsito intestinal, causar cólicas, distensão abdominal, náuseas e episódios de diarreia ou constipação.
Mas a ansiedade não está sozinha. Emoções como medo, raiva e tristeza intensa também influenciam o funcionamento intestinal. Elas alteram o equilíbrio da microbiota intestinal, favorecendo a proliferação de bactérias pró-inflamatórias e reduzindo a produção de neurotransmissores importantes para o bem-estar mental e digestivo.
Tais alterações podem causar:
- Inflamação intestinal crônica;
- Redução da produção de serotonina (afetando humor, sono e apetite);
- Dificuldades digestivas (como constipação, diarreia e distensão abdominal);
- Maior vulnerabilidade a transtornos como depressão, ansiedade e TDAH.
Ou seja, o intestino responde ao que você sente. E sentir-se emocionalmente sobrecarregado pode ser o gatilho para sintomas físicos, mesmo sem nenhuma causa aparente no aparelho digestivo. Por isso, é fundamental olhar para corpo e mente de forma integrada — um não funciona bem sem o outro.
O que é o eixo intestino-cérebro e como ele funciona?
O eixo intestino-cérebro é uma via de comunicação complexa e bidirecional que conecta o sistema nervoso central (o cérebro) ao sistema digestivo, principalmente o intestino. Essa conexão envolve neurônios, hormônios, citocinas e bilhões de microrganismos que compõem a microbiota intestinal.
O intestino e o cérebro estão o tempo todo trocando informações. Essa conversa acontece de quatro formas principais:
- Sistema nervoso do intestino: o intestino tem tantos neurônios que é chamado de “segundo cérebro”. Ele se comunica com o cérebro por nervos e sinais químicos;
- Produção de serotonina: quase toda a serotonina do corpo é produzida no intestino. Se ele está em desequilíbrio, o humor também pode ser afetado;
- Bactérias intestinais: a microbiota ajuda a regular emoções. Quando há desequilíbrio nas bactérias, é comum surgirem sintomas como ansiedade e irritação;
- Imunidade: o intestino abriga boa parte das nossas defesas. Inflamações nessa região podem interferir na saúde mental.
Como melhorar a saúde do intestino e do cérebro ao mesmo tempo?
Pequenas mudanças na rotina têm um grande impacto na microbiota intestinal e, por consequência, na saúde mental. Veja algumas atitudes que ajudam nesse equilíbrio:
- Invista em uma alimentação rica em fibras e alimentos naturais: frutas, legumes, verduras e grãos integrais alimentam as bactérias boas do intestino;
- Inclua alimentos fermentados na dieta: kombucha, kefir e iogurtes naturais contêm probióticos que fortalecem a microbiota;
- Pratique atividade física regularmente: exercícios moderados ajudam a reduzir o estresse e melhoram o funcionamento do intestino;
- Cuide do sono: dormir bem regula hormônios, fortalece a imunidade e dá suporte ao eixo intestino-cérebro;
- Reduza o estresse sempre que possível: técnicas como meditação, respiração profunda e pausas na rotina ajudam a manter o eixo em equilíbrio;
- Mantenha seus exames em dia: ter um acompanhamento médico frequente é sempre importante para manter a saúde mental e física reguladas.
É sempre bom lembrar que essas mudanças não substituem tratamentos médicos, mas são aliadas para começar seu plano de autocuidado. E com o apoio da genética, é possível entender melhor como seu corpo funciona e personalizar ainda mais o tratamento.
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Como a genética pode auxiliar na saúde mental e física?
A forma como seu corpo responde a medicamentos, alimentos ou situações de estresse não é aleatória, ela está diretamente ligada à sua genética. Entender essas informações pode transformar a maneira como você cuida da saúde física e mental.
Por meio de testes genéticos, é possível identificar predisposições para condições como intolerância alimentar, depressão, ansiedade, TDAH ou TEA. Assim, seu médico personaliza tratamentos e evita o processo de tentativa e erro que tantas pessoas enfrentam na busca por equilíbrio.
No caso da saúde mental, a farmacogenética faz toda a diferença. Os testes farmacogenéticos da GnTech, como o PsicoGene Select e o PsicoGene TEA Pro, analisam como seu organismo metaboliza diferentes classes de medicamentos, como antidepressivos, estabilizadores de humor, antipsicóticos e psicoestimulantes.
Com isso, é possível:
- Escolher a medicação mais adequada para o seu perfil genético;
- Evitar efeitos colaterais e interações indesejadas;
- Ajustar a dose ideal desde o início do tratamento;
- Aumentar as chances de sucesso terapêutico com mais rapidez e segurança.
E na saúde física? Os testes genéticos ajudam a identificar intolerância à lactose ou ao glúten, por exemplo, permitindo ajustes na alimentação antes mesmo dos sintomas aparecerem. Isso favorece o equilíbrio da microbiota intestinal, reduz inflamações e melhora a conexão com a saúde mental.
Conheça a cartela completa de testes da GnTech e veja como a genética pode ser uma aliada no cuidado com o corpo e a mente!
Conexão intestino e saúde mental: por que isso importa?
Compreender a conexão entre cérebro e intestino é indispensável para quem busca um cuidado mais completo com a saúde. Essa relação mostra que sintomas como ansiedade, tristeza constante, irritabilidade ou até alterações digestivas podem ter uma causa em comum: o desequilíbrio do eixo intestino-cérebro.
Mais do que entender essa ligação, o próximo passo é agir: mudar hábitos, buscar apoio profissional e considerar abordagens personalizadas, como os testes genéticos.
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O que as pessoas também perguntam sobre cérebro e intestino
Confira mais dúvidas respondidas sobre o tema:
Emoções como estresse e ansiedade alteram o funcionamento intestinal e a composição da microbiota, causando sintomas como dor, inchaço e diarreia.
Cérebro e sistema digestivo se comunicam o tempo todo por meio do eixo intestino-cérebro, que influencia o humor, a digestão e a imunidade.
Porque tem milhões de neurônios, funciona de forma autônoma e produz cerca de 90% da serotonina do corpo.