Será que a anorexia é genética? Saiba quais as causas e tratamento
- Guido Boabaid
- Tempo: 8 minutos
A anorexia nervosa é um transtorno alimentar grave que afeta tanto o corpo quanto a saúde mental, e sua complexidade reside na interação entre alguns fatores, como o próprio DNA. Por isso, é correto dizer que a anorexia é genética!
Não à toa, trata-se de um dos elementos que contribuem com a predisposição genética de uma pessoa ao transtorno. Por isso, compreender o aspecto pode ser decisivo para alcançar um diagnóstico e tratamento mais personalizados.
Quer saber mais? Confira, neste post, tudo sobre hereditariedade e saúde associados à anorexia.
Sumário
O que é anorexia?
A anorexia nervosa é um transtorno alimentar caracterizado pela restrição extrema da ingestão de alimentos, o que resulta em um baixo peso corporal.
O conceito, definido pelo Manual da Merck Sharp & Dohme (MSD), relata ainda que a pessoa com anorexia tende a ter uma imagem corporal distorcida, pois enxerga-se como acima do peso — mesmo estando abaixo do valor considerado saudável.
Além disso, o transtorno pode afetar a saúde física e emocional, o que traz consequências para vários sistemas do corpo, como cardiovascular, digestivo e neurológico.
Quais tipos de anorexia existem?
A anorexia nervosa pode se apresentar de diferentes formas, sendo os dois tipos principais a restritiva e a purgativa. Veja em detalhes:
- Anorexia restritiva: caracteriza-se pela perda de peso por meio de dietas rigorosas, jejum ou exercícios excessivos, sem comportamentos de purgação, como vômitos ou uso de laxantes;
- Anorexia purgativa: além da restrição alimentar, a pessoa recorre à purgação para eliminar alimentos do corpo.
E, como adiantamos, fatores genéticos podem influenciar a predisposição para um ou outro tipo de anorexia. Estudo recente indica que mutações genéticas específicas podem afetar o comportamento alimentar, o que torna o indivíduo mais vulnerável a padrões de restrição ou purgação.
O que causa a anorexia?
A anorexia é genética, mas também é importante explorar as causas multifatoriais da condição, como os fatores sociais e psicológicos, como a pressão por padrões estéticos.
No que diz respeito aos fatores genéticos, mutações em certos genes podem aumentar a vulnerabilidade do indivíduo a desenvolver o transtorno.
Só que vai além: influências ambientais, como pressão social por padrões estéticos ou eventos traumáticos, também afetam a saúde física e mental das pessoas.
Dessa maneira, a predisposição genética pode afetar a forma como a pessoa lida com o estresse e a pressão e, com isso, aumentar a probabilidade de desenvolver anorexia.
Até por conta dessa combinação de fatores, o teste genético pode auxiliar no tratamento de anorexia — testes farmacogenéticos como os oferecidos pela GnTech, por exemplo, ajudam a identificar predisposições genéticas que influenciam tanto a suscetibilidade ao transtorno quanto a resposta a tratamentos.
Quem mais sofre com anorexia?
A anorexia nervosa afeta principalmente adolescentes e jovens adultos, com prevalência maior entre as mulheres — a cada três pacientes, um deles é homem.
E, como a anorexia é genética — ou, ao menos, tem o fator entre os gatilhos para o desenvolvimento do transtorno —, os fatores hereditários devem ser observados, como a história familiar de transtornos alimentares.
Por isso, vale o reforço: hereditariedade e saúde estão intimamente relacionados quando falamos a respeito da predisposição à anorexia, pois isso aumenta a probabilidade de sua manifestação.
Qual sistema a anorexia afeta?
A anorexia nervosa pode causar danos a vários sistemas do corpo, principalmente o cardiovascular, digestivo e neurológico:
- O sistema cardiovascular é bastante afetado, com risco de arritmias e insuficiência cardíaca devido à desnutrição;
- Além dele, o digestivo sofre com a diminuição da absorção de nutrientes essenciais, o que pode levar a desidratação e constipação;
- Já o sistema neurológico é impactado pela falta de nutrientes, e pode causar confusão mental e dificuldades cognitivas como consequência direta.
Outro ponto de atenção: a genética pode influenciar a gravidade dos danos, com algumas pessoas sendo mais resistentes a esses efeitos do que outras, o que também evidencia a importância de um tratamento personalizado.
Afinal, a anorexia é genética?
Novas pesquisas têm apontado que sim, a anorexia é genética. Recentemente, um estudo envolvendo dados de mais de 17 mil pessoas trouxe à tona uma descoberta revolucionária sobre a anorexia nervosa, e a associou a mutações específicas.
Ao contrário da visão tradicional que a considerava um distúrbio puramente psiquiátrico, a pesquisa sugere que fatores metabólicos também influenciam o desenvolvimento da doença.
De acordo com os cientistas do estudo, publicado na Nature Genetics, a anorexia está relacionada a pelo menos oito genes do DNA humano.
Esses achados foram observados em pacientes com a condição, que também apresentaram propensão a outros transtornos psiquiátricos, como transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), depressão, ansiedade e esquizofrenia.
Outra pesquisa, esta conduzida por médicos da universidade King’s College, em Londres, reforçou a tese de mutações genéticas comuns a pacientes com anorexia.
Segundo Gerome Breen, um dos autores do estudo:
“As anormalidades metabólicas observadas em pacientes com anorexia nervosa são mais frequentemente atribuídas à fome, mas nosso estudo mostra que as diferenças metabólicas também podem contribuir para o desenvolvimento do distúrbio.”
Com base nesses resultados, os pesquisadores sugerem que a anorexia seja reclassificada como um “distúrbio metabopsiquiátrico”, pois integra as influências metabólicas e psiquiátricas no entendimento da doença.
Essa nova abordagem poderia abrir caminho para tratamentos melhor direcionados e personalizados — já que considera os aspectos mentais e físicos do transtorno.
Qual é o tratamento para a anorexia?
Se a anorexia é genética, seu tratamento envolve uma abordagem multidisciplinar, com a participação de profissionais de Nutrição, Psicologia, Psiquiatria e Medicina Clínica, com o uso de medicamentos, caso necessário.
Ou seja: é preciso cuidar tanto dos aspectos físicos quanto dos sintomas emocionais do transtorno. A intervenção psiquiátrica pode incluir terapia cognitivo-comportamental (TCC) para ajudar a pessoa a lidar com questões de imagem corporal e padrões alimentares disfuncionais, por exemplo.
Além disso, o tratamento medicamentoso é utilizado em alguns casos. Para isso, a GnTech oferece testes farmacogenéticos que auxiliam na personalização do tratamento, pois ajustam a dosagem de acordo com as necessidades genéticas do paciente.
Como resultado, pode melhorar a eficácia dos tratamentos e reduzir os efeitos colaterais.
Conclusão
Agora você já sabe que a anorexia é genética, mas também possui outros causadores, certo? Com essa informação em mãos, abre-se o caminho para a obtenção de diagnósticos mais precisos e também para tratamentos que gerem bons resultados.
Ao identificar predisposições genéticas, é possível personalizar o cuidado e melhorar os resultados do tratamento. E, aqui, os testes farmacogenéticos são importantes, principalmente no tratamento de saúde mental, pois permite ajustes nas intervenções terapêuticas.
Por isso, conte com a GnTech para cuidar da sua saúde!
Perguntas frequentes
Ainda tem dúvidas se a anorexia é genética ou sobre assuntos relacionados ao transtorno? Confira as principais respostas para essas perguntas.
A anorexia é um transtorno com causas multifatoriais, envolvendo fatores genéticos, psicológicos e sociais. Embora sua origem não seja completamente compreendida, a genética desempenha um papel importante na predisposição ao transtorno.
A distorção da imagem corporal ocorre quando a pessoa tem uma visão errônea de si mesma, geralmente se vendo como mais pesada do que realmente é, apesar da notável perda de peso.
Na psicologia, a anorexia é vista como um transtorno mental grave, envolvendo obsessão com peso, imagem corporal e o controle alimentar. É frequentemente tratada com terapia cognitivo-comportamental para ajudar o indivíduo a mudar padrões de pensamento prejudiciais.
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