Apneia do sono: entenda as causas, sintomas e tratamentos
- Por Larissa Speck
- 27/01/2025
- Tempo: 9 minutos
A apneia do sono é um distúrbio respiratório que pausa a respiração por tempo suficiente para interromper o sono, podendo diminuir temporariamente a quantidade de oxigênio e aumentar a quantidade de dióxido de carbono no sangue.
Pessoas que sofrem com este distúrbio, tem sua vida afetada. Ao ter o sono afetado, passam a ter dificuldade de concentração, sonolência diurna e dores de cabeça, por exemplo.
Mas, com um diagnóstico e tratamento adequados, é possível retomar o equilíbrio entre saúde física e mental. Os testes farmacogenéticos ajudam a otimizar a prescrição de medicamentos, levando em consideração a genética individual do paciente.
Entenda mais sobre o que é apneia do sono, como essa doença afeta a sua saúde e o que fazer para melhorar!
Sumário
O que é apneia do sono?
A apneia do sono é um distúrbio que provoca a interrupção momentânea da respiração durante o sono, geralmente devido ao relaxamento dos músculos da garganta. Essas pausas, que podem durar entre 10 e 20 segundos, ocorrem repetidamente ao longo da noite e comprometem a qualidade do sono.
Existem três tipos principais de apneia:
- Apneia obstrutiva do sono: causada pela obstrução das vias aéreas;
- Apneia central: decorrente de falhas na comunicação entre o cérebro e os músculos respiratórios;
- Apneia mista: combina os dois fatores.
Os sintomas podem incluir:
- Ronco alto;
- Sonolência excessiva durante o dia;
- Acordar diversas vezes durante o sono;
- Acordar com sensação de sufocamento;
- Fadiga e cansaço extremo.
Caso não seja tratada, a apneia pode levar a problemas graves, como hipertensão e doenças cardíacas.
O que leva a pessoa a ter apneia do sono?
A apneia do sono está associada a diversos fatores, incluindo genética, condições médicas e estilo de vida. Isso significa que pessoas com histórico familiar de apneia apresentam maior predisposição, assim como pessoas com condições de saúde.
As principais são: obesidade, hipertrofia de adenoide e consumo excessivo de álcool, tabagismo e uso de medicamentos sedativos pois aumentam os riscos de desenvolver esse distúrbio.
O que piora a apneia?
Condições como obesidade, envelhecimento e características hereditárias podem intensificar a apneia do sono, pois são condições que levam a um estreitamento das vias aéreas superiores.
Além disso, os hábitos também podem influenciar o agravo como ingestão excessiva de álcool ou sedativos, já que acentua o relaxamento dos músculos da garganta, agravando o bloqueio das vias aéreas.
Níveis baixos de hormônio tireoidiano (hipotireodismo), doença do refluxo gastroesofágico ou acromegalia (produção excessiva do hormônio do crescimento) podem contribuir para a ocasionar ou agravar a apneia obstrutiva do sono.
Quando a apneia do sono é grave?
Uma apneia do sono é considerada grave quando o índice de apneia-hipopneia (IAH) ultrapassa 30 eventos por hora, acompanhados de outros sintomas. Quanto mais eventos acontecerem, maior será a gravidade da apneia do sono.
A determinação dessa gravidade ocorre de acordo com a frequência e intensidade dos episódios de não respiração (apneia) e respiração reduzida (hipopneia) que ocorrem por hora de sono. O índice mede o número de episódios de apneia e hipopneia por hora de sono.
Os médicos utilizam testes objetivos do sono para avaliar a gravidade da apneia, como a polissonografia, realizada em laboratórios do sono. Também é possível diagnosticar através de questionários para ajudar a detectar os sintomas.
A gravidade será determinada através do monitoramento da respiração durante o sono. Para isso, usa-se dispositivos portáteis para monitorar o fluxo de ar, a frequência cardíaca e os níveis de oxigênio em casa.
Quanto maior a gravidade, maior o impacto na saúde, como aumento do risco de hipertensão, arritmias cardíacas e outros problemas cardiovasculares.
Quais são as sequelas da apneia do sono?
Caso a apneia do sono não seja tratada, poderá causar sérias consequências para a sua saúde. Entre as sequelas mais comuns estão a hipertensão, o diabetes tipo 2 e as doenças cardiovasculares.
Além disso, a interrupção frequente do sono compromete a função cognitiva e aumenta o risco de demência, especialmente em idosos.
Para se ter ideia, um estudo da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, mostrou que conviver com apneia obstrutiva após os 50 anos pode aumentar o risco de desenvolver demência.
Aos 80 anos, a recorrência do quadro era 4,7% maior entre mulheres e 2,5% maior entre homens com diagnóstico ou suspeita de apneia, quando comparados com indivíduos saudáveis.
Outra hipótese foi a de que mulheres com apneia moderada seriam mais propensas a ter insônia e/ou depressão.
Além das sequelas, noites mal dormidas podem causar disfunção cognitiva no longo prazo. O doutor em Neurociências e comportamento pela USP, Álvaro Cabral Araújo, explica as consequências de dormir mal:
“Além da percepção de maior sonolência, também existem estudos mostrando que a falta de sono pode progredir para uma certa disfunção cognitiva. Pode-se observar um aumento de risco de acidentes, por exemplo, a pessoa que está um pouco mais sonolenta está mais sujeita a sofrer acidentes com veículos motorizados”.
E as consequências tardias também são vistas do ponto de vista emocional, comportamental e clínico:
“As consequências tardias da apneia do sono […], aparecem tanto do ponto de vista emocional e comportamental quanto do ponto de vista clínico. Dores de cabeça, principalmente no período da manhã, alterações de humor, percepção de mal-estar e falta de ânimo. Há também uma maior tendência à síndrome metabólica e existem estudos demonstrando até aumento de risco de algumas patologias cardíacas quando a qualidade do sono é muito prejudicada”
O que fazer para melhorar a apneia do sono?
As opções de tratamento da apneia do sono depende da gravidade da condição e das causas. Veja as principais indicações:
- Mudanças no estilo de vida, como perda de peso, exercícios físicos regulares e abandono do tabagismo;
- Exercícios específicos para fortalecer os músculos da garganta;
- Utilização de placa de avanço mandibular, produzida por um dentista para impedir o fechamento da garganta;
- Uso de marca-passo na língua ou até mesmo dormir de lado pode ser útil para reduzir a apneia;.
- Em casos mais graves, o paciente precisará dormir com máscara de pressão de ar, como o CPAP, para conseguir respirar durante o sono. Este dispositivo manterá as vias aéreas abertas durante o sono.
Outra opção de tratamento para níveis avançados de apneia do sono é a abordagem cirúrgica. Entretanto, a recomendação dessa abordagem se dá caso nenhuma forma de tratamento funcione. É recomendado que experimente outros tratamentos durante, pelo menos, 3 meses.
O uso de testes farmacogenéticos têm ganhado espaço, pois permite ajustes em medicações e tratamentos mais assertivos. Com isto, não há necessidade de testar diferentes abordagens para decidir qual terá o melhor resultado, basta seguir o resultado do teste.
A partir disso, o médico especialista poderá direcionar o paciente para o tratamento que seja mais adequado para o seu caso.
Qual médico devo procurar para apneia do sono?
Se você suspeita de apneia do sono, os profissionais mais indicados para iniciar a avaliação são o otorrinolaringologista ou o clínico geral, que podem encaminhar para outros especialistas, como médicos do sono ou pneumologistas, caso necessário.
O otorrinolaringologista irá identificar alterações estruturais nas vias respiratórias que podem estar causando o distúrbio, enquanto o clínico geral pode avaliar os sintomas iniciais e solicitar exames.
É importante que se faça consultas regulares para investigar os sintomas e monitorar o progresso da doença. Caso seja necessário, o acompanhamento também indicará a necessidade de ajustes no tratamento.
Cuide da sua saúde física e mental hoje mesmo
Como vimos aqui, a apneia do sono impacta a qualidade de vida e a saúde em geral, mas com o diagnóstico e tratamento adequados, é possível melhorar o bem-estar.
Por isso, os testes farmacogenéticos oferecem uma abordagem que ajuda a otimizar a prescrição de tratamentos, levando em consideração a genética individual do paciente.
Não ignore os sinais de apneia do sono! Procure um especialista e dê o primeiro passo para recuperar noites tranquilas e dias mais produtivos.
Ficou com dúvidas sobre a apneia do sono?
Confira também respostas para as principais dúvidas sobre o tema.
A apneia do sono se torna perigosa quando é grave e não tratada, pois aumenta o risco de complicações como doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes tipo 2 e acidentes devido à sonolência diurna.
Exercícios de fortalecimento da musculatura orofaríngea, são recomendados para reduzir os sintomas da apneia. Um exemplo simples é repetir sons como “aaaaa” e “iiii” de forma prolongada para tonificar a garganta e prevenir o colapso das vias respiratórias.
Dormir de lado é a posição mais indicada, pois evita o relaxamento excessivo da língua e dos tecidos da garganta, que podem obstruir as vias respiratórias. Elevar a cabeceira da cama também é útil para a passagem de ar.
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