Estrogênio e progesterona: entenda as funções e as diferenças
- Guido Boabaid
- 11/10/2024
- Tempo: 8 minutos
O estrogênio e a progesterona são hormônios muito importantes para o corpo da mulher, pois atuam tanto na regulação do ciclo menstrual quanto na saúde reprodutiva.
Mas já vale adiantar: eles têm funções diferentes e influenciam o corpo de maneiras distintas. Neste artigo, vamos explicar de forma clara a diferença entre estrogênio e progesterona.
Continue lendo para entender como esses hormônios impactam a saúde feminina.
Sumário
Qual a função do estrogênio e da progesterona?
O estrogênio é responsável por características como o desenvolvimento dos seios e a preparação do útero para uma possível gravidez. Ele também ajuda a manter os ossos fortes e contribui para o bem-estar geral, incluindo o controle do humor.
A progesterona, por sua vez, é o hormônio que entra em ação após a ovulação, ajudando a preparar o útero para receber um óvulo fertilizado.
Se ocorrer a gravidez, a progesterona continua a ser produzida para apoiar o desenvolvimento do embrião. Caso contrário, seus níveis caem e a menstruação começa.
Esses dois hormônios trabalham juntos para regular o ciclo menstrual e manter a saúde reprodutiva. Por isso, o equilíbrio entre estrogênio e progesterona é importante: ele garante que o corpo feminino funcione de maneira adequada, tanto no ciclo menstrual quanto durante a gravidez.
O que causa a falta de estrogênio e progesterona?
A falta de estrogênio e progesterona pode acontecer por muitas razões. O envelhecimento e a menopausa são os principais fatores.
Isso porque, entre os 45 e 55 anos, os ovários naturalmente reduzem a produção desses hormônios, o que leva a algumas mudanças no corpo.
Além disso, existem condições médicas que podem causar essa deficiência hormonal. A falência ovariana prematura, por exemplo, ocorre quando os ovários param de funcionar antes dos 40 anos, resultando em baixos níveis de estrogênio e progesterona.
Tratamentos como quimioterapia e radioterapia podem influenciar negativamente a produção desses hormônios, assim como alterações na glândula pituitária, que regula a liberação de hormônios sexuais. Condições como a síndrome dos ovários policísticos (SOP) também podem causar desequilíbrios hormonais.
O que acontece com a falta de estrogênio e progesterona?
A deficiência de estrogênio pode causar alterações no ciclo menstrual, como irregularidade ou ausência da menstruação. Além disso, outros sintomas comuns são:
- Ondas de calor;
- Sudorese noturna;
- Secura vaginal;
- Mudanças no humor, como irritabilidade ou ansiedade.
O estrogênio também auxilia na saúde dos ossos e a sua queda pode aumentar o risco de enfraquecimento ósseo ao longo do tempo.
Já a falta de progesterona pode afetar o ciclo menstrual e o preparo do útero para uma gravidez. Isso pode resultar em problemas de fertilidade e no aumento do risco de abortos espontâneos. Como a progesterona ajuda a regular o ciclo, sua falta pode trazer ciclos mais curtos ou irregulares.
Além desses sintomas, a falta de ambos os hormônios pode influenciar o sono, reduzir a libido e, em alguns casos, causar o ganho de peso. Também pode haver impacto na saúde cardiovascular, já que esses hormônios contribuem para o equilíbrio dos níveis de colesterol.
Como repor estrogênio e progesterona de forma natural?
A reposição de estrogênio e progesterona natural envolve estratégias que favorecem a produção e o equilíbrio desses hormônios, sem a necessidade de terapias hormonais tradicionais. Por exemplo:
- Mudanças na dieta;
- Exercícios físicos;
- Suplementos naturais;
- Gerenciamento de estresse.
Confira em detalhes:
1. Mudanças na dieta
Alimentos ricos em fitoestrógenos — compostos vegetais que imitam o estrogênio — podem ajudar a aumentar os níveis do hormônio de forma natural. Entre os exemplos estão:
- Soja e derivados: tofu, tempeh, leite de soja e missô são ricos em isoflavonas, que atuam como fitoestrógenos;
- Sementes de linhaça: ricas em lignanas, outro tipo de fitoestrógeno, essas sementes podem ser adicionadas a smoothies, iogurtes ou saladas;
- Sementes de gergelim: contém lignanas, que ajudam a balancear os níveis de estrogênio;
- Grão-de-bico: outra boa fonte de fitoestrógenos;
- Vegetais crucíferos: brócolis, couve-flor e repolho contêm compostos benéficos ao equilíbrio hormonal.
Para aumentar a progesterona naturalmente, foque em alimentos que incentivem a sua produção, como:
- Vitamina B6: contribui para a síntese de progesterona e pode ser encontrada em bananas, batatas, espinafre e abacate;
- Vitamina C: aumenta a produção de progesterona e pode ser encontrada em alimentos como frutas cítricas, morangos e brócolis;
- Magnésio: importante para a regulação hormonal e está presente em nozes, sementes, grãos integrais e vegetais de folhas verdes.
2. Exercícios físicos
Manter-se fisicamente ativa é essencial para o equilíbrio hormonal. Exercícios moderados podem ajudar a reduzir o estresse, um fator que afeta diretamente os níveis hormonais, especialmente a progesterona.
Algumas práticas recomendadas incluem:
- Exercícios aeróbicos: caminhada, natação e ciclismo ajudam a regular a produção de estrogênio e manter o equilíbrio geral do corpo;
- Treinamento de força: o fortalecimento muscular pode melhorar a sensibilidade à insulina e aumentar a produção hormonal;
- Meditação e yoga: ajudam a reduzir o cortisol (hormônio do estresse), que pode interferir nos níveis de progesterona e estrogênio.
3. Suplementos naturais
Certos suplementos podem ser utilizados para apoiar a reposição natural de estrogênio e progesterona. Contudo, é sempre importante consultar um médico antes de iniciar qualquer suplementação:
- Vitex agnus-castus (Árvore-da-castidade): utilizado para equilibrar os níveis de progesterona e regular o ciclo menstrual;
- Óleo de prímula: contém ácidos graxos essenciais que podem ajudar a equilibrar os hormônios femininos, aliviando sintomas da síndrome pré-menstrual (TPM) e menopausa;
- Maca peruana: conhecida por equilibrar os hormônios, além de aumentar a energia e a libido.
4. Gerenciamento do estresse
O estresse crônico pode prejudicar o equilíbrio hormonal. Práticas de relaxamento, como meditação, ioga e exercícios de respiração profunda ajudam a reduzir os níveis de cortisol, favorecendo o equilíbrio de estrogênio e progesterona.
Terapia de reposição hormonal: quando é indicada?
A terapia de reposição hormonal (TRH) é um tratamento utilizado para aliviar os sintomas da falta de estrogênio e progesterona na menopausa e outras condições hormonais.
O tratamento envolve a administração de hormônios sintéticos ou naturais para substituir aqueles que o corpo deixou de produzir adequadamente.
A TRH é geralmente recomendada em situações nas quais as mulheres apresentam sintomas intensos de deficiência hormonal, principalmente durante a menopausa. Algumas das indicações mais comuns incluem:
- Sintomas intensos da menopausa;
- Prevenção de osteoporose;
- Síndrome do climatério;
- Insuficiência ovariana precoce.
Além do alívio de sintomas, a terapia oferece uma série de benefícios para mulheres que enfrentam desequilíbrios hormonais, como a melhora da proteção óssea e também da saúde cardiovascular.
De acordo com um estudo publicado pela Veja, a terapia é considerada segura para tratar os sintomas da menopausa, desde que monitorada por um médico e adaptada às necessidades individuais.
Outro estudo, discutido pelo Estado de Minas, destaca a relação entre menopausa e saúde mental, mostrando que a TRH pode ajudar a combater a depressão e a ansiedade, comuns nessa fase de transição hormonal.
Conclusão
Em resumo, o estrogênio e a progesterona são hormônios importantes que regulam o ciclo menstrual e preparam o corpo da mulher para a gravidez.
Quando há desequilíbrio nesses hormônios, podem surgir sintomas como ondas de calor e irregularidades no ciclo.
Para ajudar a restabelecer o equilíbrio hormonal, medidas como uma dieta adequada, prática regular de exercícios e, se necessário, terapia de reposição hormonal sob orientação médica podem trazer melhores resultados.
Perguntas frequentes
Confira as perguntas mais comuns quando o assunto é estrogênio e progesterona:
A progesterona regula o ciclo menstrual, prepara o útero para a gravidez e ajuda a manter uma gestação saudável, além de influenciar o equilíbrio hormonal geral.
Ela ajuda a manter o ambiente ideal para o desenvolvimento do embrião.
A deficiência de progesterona pode causar ciclos irregulares, dificuldades para engravidar e aumentar o risco de abortos.
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