Parkinson: entenda o que é, a causa e os primeiros sinais
- Guido Boabaid
- 21/10/2024
- Tempo: 7 minutos
Imagine uma condição que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, tornando tarefas cotidianas como caminhar ou escrever, por exemplo, um desafio. Este é o mal de Parkinson.
Caracterizado por uma lentidão nos movimentos e tremores musculares, essa doença ocorre devido à morte de células nervosas responsáveis por partes motoras importantes do corpo.
Para saber mais sobre os sintomas, diagnósticos e tratamentos que podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes com Parkinson, continue a leitura!
Sumário
O que é Parkinson?
O mal de Parkinson é uma doença neurológica que afeta o movimento. É causada, principalmente, pela morte das células do cérebro que produzem dopamina, um neurotransmissor importante para o controle dos gestos, da memória e da sensação de prazer.
Ela recebeu esse nome em homenagem ao médico inglês James Parkinson, que a descreveu pela primeira vez em 1817, no seu ensaio “An Essay on the Shaking Palsy“.
Atualmente, estima-se que 1% da população mundial tenha o seu diagnóstico. Além disso, só no Brasil, cerca de 200 mil pessoas sofrem com a questão.
Onde o Parkinson se inicia?
Segundo um estudo publicado na revista Brain sugere que o mal de Parkinson pode começar fora do cérebro.
Nesse sentido, a pesquisa analisou o gene mutante LRRK2, comum em pessoas com a condição, e descobriu que ele, sozinho, não é suficiente para causá-la, demandando algo a mais para desencadear a enfermidade.
Esse impulso, conforme os pesquisadores, é a “tempestade de ocitocina”, uma reação que o LRRK2 provoca no sistema imunológico. Ela, ao entrar no cérebro, cria um ambiente propício para o desenvolvimento da microglia – uma infecção que destrói a região cerebral responsável pelos movimentos.
Em outras palavras, os níveis elevados dessas citocinas provocam o desenvolvimento de um processo degenerativo capaz de comprometer a mobilidade corporal.
Quais são os sintomas do mal de Parkinson?
O mal de Parkinson provoca reações como tremores, rigidez muscular e dificuldade de movimento. No entanto, essa doença pode se manifestar de formas variadas.
A seguir, confira quais são:
Sintomas iniciais
Os primeiros sinais de mal de Parkinson podem ser sutis e facilmente confundidos com outras condições.
Dessa forma, os pacientes podem notar:
- Leve tremor em uma das mãos;
- Sensação de rigidez ou lentidão nos movimentos;
- Pequenas mudanças na fala/escrita.
Tremores
O sintoma típico do Parkinson é conhecido como tremor de repouso. Ele é mais visível quando a mão do paciente está parada, mesmo quando ele está sentado ou em pé com os braços relaxados.
Por outro lado, ele costuma diminuir ou desaparecer durante a realização de movimentos com as mãos.
Dificuldades de mobilidade
Além dos tremores, muitos pacientes apresentam lentidão dos movimentos (bradicinesia) e rigidez muscular, podendo afetar a realização de tarefas simples e cotidianas.
Outros problemas de mobilidade são:
- Dificuldades para manter equilíbrio e marcha constantes;
- Problemas para engolir ou falar;
- Questões de postura.
Sintomas não motores
O Parkinson também causa sintomas não motores como, por exemplo:
Para saber mais sobre eles, confira o vídeo a seguir:
Esses sinais costumam surgir antes dos problemas motores e podem servir como indicativos precoces da doença.
Qual exame é feito para detectar o mal de Parkinson?
O diagnóstico de Parkinson é clínico e baseado na avaliação dos sintomas e do histórico do paciente. Porém, exames de imagem e testes laboratoriais também costumam ser usados para apoiar sua detecção e descartar outras condições.
As técnicas mais comuns incluem:
- Ressonância magnética;
- Tomografia computadorizada;
- Exames que utilizam radiotraçadores, como PET e SPECT, para avaliar a função dos neurônios dopaminérgicos.
Além disso, um novo exame de sangue desenvolvido com o uso de inteligência artificial foi capaz de prever o mal de Parkinson até sete anos antes do aparecimento dos sintomas.
Ele analisa padrões de biomarcadores no sangue, oferecendo uma ferramenta promissora para a detecção precoce da doença.
Quais são os fatores de risco para o mal de Parkinson?
O mal de Parkinson é uma doença multifatorial, ou seja, que pode ser provocada por diversos fatores como hereditariedade, lesões e idade. A seguir, confira os detalhes sobre os principais causadores dessa doença:
- Idade avançada: é o maior fator de risco para o Parkinson, sendo que a maioria dos casos são diagnosticados em pessoas com mais de 60 anos;
- Hereditariedade: ter um parente próximo com essa doença aumenta ligeiramente o risco de desenvolvê-la;
- Sexo: homens são mais propensos a desenvolver Parkinson;
- Exposição a toxinas: ter contato prolongado com a pesticidas e herbicidas pode aumentar o risco de desenvolver a condição;
- Lesões na cabeça: traumas repetidos na cabeça podem contribuir para o a doença.
Quem tem Mal de Parkinson pode ter uma vida normal?
Sim, muitas pessoas com mal de Parkinson conseguem manter uma vida relativamente normal, principalmente quando o diagnóstico é precoce e o paciente acessa o tratamento adequado.
Dessa forma, várias terapias costumam ajudar no controle dos sintomas e na melhora da qualidade de vida do paciente. São elas:
- Tratamento medicamentoso: fármacos, como levodopa e outros que aumentam ou substituem a dopamina no cérebro, são eficazes para controlar os sintomas motores da doença;
- Fisioterapia e exercícios: ajudam a melhorar a mobilidade, a flexibilidade, o equilíbrio e reduzir a rigidez muscular;
- Suporte psicológico: a depressão e a ansiedade são comuns em pacientes com Parkinson. Por isso, o apoio psicológico e a participação em grupos são importantes para o bem-estar emocional do paciente;
- Terapias complementares: como fonoaudiologia, terapia ocupacional e dietas específicas podem ajudar com os sintomas e, ainda, melhorar a independência da pessoa nas atividades diárias.
No mais, é importante reforçar que o Parkinson não tem cura, porém responde bem a uma série de estratégias para se manter controlado.
Neste contexto, o teste farmacogenético pode ser uma ferramenta importante para guiar o tratamento. O exame, realizado a partir do DNA, indica como os genes do paciente tendem a interferir no metabolismo, toxicidade e resposta dos fármacos.
Esse resultado ajuda a indicar qual medicamento tende a ser o mais seguro e eficaz, evitando, por exemplo, efeitos colaterais.
Entenda como ele funciona:
Perguntas frequentes
Confira, a seguir, as principais dúvidas sobre o mal de Parkinson.
A doença de Parkinson é uma condição neurológica degenerativa que afeta o movimento devido à morte de células produtoras de dopamina no cérebro. A causa exata é desconhecida, mas envolve fatores genéticos e ambientais.
Os primeiros sinais de Parkinson incluem tremores leves em uma das mãos, rigidez muscular, lentidão nos movimentos, pequenas mudanças na fala e escrita, e dificuldades de equilíbrio.
Conclusão
Entender o mal de Parkinson, desde seus sintomas até seus métodos de tratamento, é de extrema importância para todos nós, mas em especial para pessoas que têm o histórico dessa doença na família.
Afinal, o diagnóstico precoce desta condição é o primeiro passo para que o paciente mantenha sua qualidade de vida. E isso é possível através do conhecimento e do auxílio de especialistas.
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