Tipos de dor: conheça as diferenças e como cada uma é tratada
- Por Guido Boabaid
- Tempo: 9 minutos
Sentir dor faz parte da experiência humana. Ela é o sinal que o corpo envia para indicar que algo não está bem. Mas nem todas as dores são iguais e entender o tipo de dor que você sente é essencial para encontrar o tratamento mais eficaz.
Existem diferentes formas de classificação: por duração, por origem, por mecanismo ou até mesmo por como ela se manifesta no corpo. Dores agudas, crônicas, neuropáticas, nociceptivas, cada uma tem suas causas prováveis e respostas terapêuticas diferentes.
Neste conteúdo, você vai aprender a diferenciar os principais tipos de dor e por que essa identificação é tão importante. Ao final, também vamos mostrar como a farmacogenética pode contribuir para um tratamento individualizado, principalmente em casos de dor crônica.
Vamos lá?
Sumário
Os tipos de dor são classificados?
A dor pode ser classificada de diferentes maneiras, dependendo da sua origem, duração e dos mecanismos fisiológicos envolvidos. Geralmente são classificadas em: aguda, crônica, nociceptiva, nociplástica e psicossomática.
A seguir, saiba como cada uma costuma se manifestar:
Dor aguda
A dor aguda surge de forma repentina, geralmente em resposta a uma lesão ou inflamação recente. Pode durar alguns dias ou semanas, e costuma desaparecer com o tratamento da causa. É um sinal de alerta do corpo.
Exemplos: corte na pele, fratura, dor pós-cirúrgica, dor de dente.
Dor crônica
Diferente da dor aguda, a dor crônica persiste por mais de três meses. Pode ser contínua ou intermitente, e impacta diretamente a qualidade de vida. Muitas vezes, está associada a condições como fibromialgia, artrite ou dores na coluna.
Exemplos: lombalgia crônica, enxaqueca, dor pélvica, dor neuropática.
Dor nociceptiva
Essa dor é causada pela ativação de nociceptores (receptores sensoriais que identificam danos nos tecidos). Pode ser dividida em:
- Somática: originada na pele, músculos ou articulações;
- Visceral: ligada a órgãos internos, geralmente mais difusa e profunda.
Exemplos: dor muscular após exercício, dor abdominal, entorses.
Dor neuropática
A dor neuropática está ligada a lesões ou disfunções no sistema nervoso central ou periférico. Pode ser descrita como formigamento, queimação, choque ou dormência, e tende a ser mais resistente a analgésicos convencionais.
Exemplos: neuralgia pós-herpética, dor diabética, dor após AVC.
Dor nociplástica
É um tipo de dor mais complexo, que não resulta de lesões aparentes, mas de alterações na forma como o sistema nervoso interpreta os sinais de dor. Frequentemente associada a doenças como fibromialgia e síndrome do intestino irritável.
Exemplos: fibromialgia, cefaleia tensional, dor generalizada sem causa orgânica clara.
Dor psicossomática
Aqui, a dor tem origem em fatores emocionais ou psicológicos, mesmo quando não há uma causa física identificável. Transtornos como ansiedade e depressão podem intensificar ou até desencadear esse tipo de dor.
Exemplos: dor no peito sem problemas cardíacos, dores difusas durante crises de ansiedade.
Como se classificam as dores?
Na medicina, a dor é classificada com base em critérios que ajudam a entender sua origem, duração e mecanismos. Essa categorização é importante para direcionar o diagnóstico e o tratamento corretos. As principais formas de classificação são:
- Por duração:
- Dor aguda: aparece de forma repentina e está geralmente ligada a uma lesão ou condição passageira;
- Dor crônica: persiste por mais de três meses, podendo estar associada a doenças crônicas ou ser de causa desconhecida.
- Por mecanismo:
- Dor nociceptiva: causada por lesão tecidual que ativa os nociceptores (receptores sensoriais da dor);
- Dor neuropática: resultado de danos ou disfunção no sistema nervoso periférico ou central;
- Dor nociplástica: associada a alterações na forma como o sistema nervoso central processa estímulos, mesmo na ausência de lesão.
- Por localização:
- Somática: atinge músculos, ossos, pele;
- Visceral: relacionada a órgãos internos;
- Referida: percebida em local diferente do da origem real.
A identificação correta do tipo de dor é um passo importante para evitar tratamentos genéricos e que não trarão bons resultados. Ela abre caminho para terapias mais personalizadas, como a farmacogenética.
Exemplos práticos para entender cada tipo de dor
Compreender os tipos de dor na prática pode ajudar a identificar padrões e buscar o tratamento adequado mais rapidamente. Veja alguns exemplos que ilustram como diferentes dores se manifestam:
- Dor muscular pós-exercício: costuma ser aguda e nociceptiva, provocada por microlesões nas fibras musculares. Melhora com repouso e compressas frias;
- Enxaqueca frequente: é um exemplo clássico de dor crônica com componentes neuropáticos e nociplásticos. Pode ser desencadeada por estresse, alimentação ou alterações hormonais;
- Dor nas costas que irradia para as pernas (ciática): essa dor neuropática geralmente resulta de compressão do nervo ciático. Pode ser intensa, contínua e acompanhada de formigamento;
- Dor na fibromialgia: é considerada uma dor nociplástica, já que o sistema nervoso amplifica sinais dolorosos sem uma causa física clara. Os pacientes relatam dor difusa, fadiga e sono não reparador;
- Dor pélvica crônica: pode envolver diferentes mecanismos: visceral, neuropática e nociplástica, exigindo uma investigação multifatorial e abordagem personalizada.
Esses exemplos mostram que reconhecer o tipo de dor ajuda a encontrar o alívio efetivo mais rapidamente.
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O tipo de dor influencia no tratamento?
Sim, e de forma significativa. Cada tipo de dor tem um mecanismo diferente, o que significa que a resposta ao tratamento também varia. Por isso, a classificação correta da dor orienta diretamente a escolha dos medicamentos, dosagem e até a necessidade de tratamentos combinados. Veja como isso se aplica na prática:
- Dores nociceptivas (como as decorrentes de lesões ou inflamações) geralmente respondem bem a analgésicos comuns e anti-inflamatórios;
- Dores neuropáticas (como a dor do nervo ciático ou da neuropatia diabética) são mais resistentes e exigem o uso de antidepressivos, anticonvulsivantes ou até opioides em alguns casos;
- Dores nociplásticas, como na fibromialgia, costumam necessitar de uma abordagem multidisciplinar, combinando medicamentos, psicoterapia e mudanças no estilo de vida.
Além disso, o metabolismo de cada paciente pode afetar a eficácia e segurança de um remédio. Um mesmo fármaco pode funcionar perfeitamente para uma pessoa e causar efeitos colaterais intensos em outra.
É por isso que, muitas vezes, o tratamento da dor envolve tentativa e erro, o que pode atrasar o alívio e comprometer a qualidade de vida. Esse cenário reforça a importância de abordagens individualizadas, como o uso dos testes farmacogenéticos.
Dor não precisa ser uma incerteza: personalize seu tratamento
A dor é uma experiência complexa e entendê-la a fundo é o primeiro passo para cuidar melhor da sua saúde. Como vimos, os tipos de dor têm origens, mecanismos e respostas ao tratamento muito diferentes.
Quando se trata de dor, não existe uma única solução que funcione para todos. A variabilidade genética entre as pessoas explica por que alguns medicamentos são bons para uns e ineficazes (ou até prejudiciais) para outros.
O Teste Farmacogenético ConfortGene, da GnTech, foi criado justamente para personalizar o tratamento medicamentoso da dor com base no DNA do paciente.
Com ele, você e seu médico podem descobrir quais medicamentos são mais eficazes e seguros para o seu organismo, com base na sua genética. É um recurso de precisão para reduzir tentativas frustradas, minimizar efeitos colaterais e melhorar sua qualidade de vida.
O teste é indicado para pacientes com:
- Dor crônica ou de difícil controle;
- Histórico de efeitos colaterais ou falha com analgésicos;
- Preparo para cirurgias eletivas;
- Uso de múltiplos medicamentos ao mesmo tempo (polifarmácia);
- Casos acompanhados por equipes de dor, cuidados paliativos, anestesia ou reabilitação.
Além disso, a coleta é simples, indolor e feita com um swab bucal no conforto de casa. O laudo é entregue digitalmente e conta com suporte científico gratuito.
Perguntas frequentes sobre os tipos de dor
Veja as principais dúvidas respondidas.
As quatro etapas da dor são: transdução, transmissão, modulação e percepção. Elas descrevem o processo pelo qual o corpo detecta um estímulo nocivo, transmite a informação ao cérebro, a modula conforme outros sinais e finalmente a interpreta como dor.
A dor pode ser descrita segundo sete aspectos principais: localização, intensidade, duração, frequência, qualidade (ex: queimação, pontada), fatores agravantes/aliviantes e impacto funcional. Essas características ajudam o profissional de saúde a entender melhor o quadro clínico.
Mialgia é o termo médico para dor muscular. Pode surgir após esforço físico, infecções virais, distúrbios metabólicos ou condições crônicas como a fibromialgia.
É importante usar palavras que expressem intensidade (leve, moderada, intensa), qualidade (lancinante, queimação, pressão, latejante), e localização (ex: dor na lombar irradiando para a perna). Isso ajuda o profissional a classificar a dor corretamente e sugerir o melhor tratamento.
A mais comum é a escala numérica de 0 a 10, onde 0 é ausência de dor e 10 representa dor extrema. Também há escalas visuais com rostos expressando níveis de desconforto, úteis para crianças e idosos.
É uma dor aguda e súbita, muitas vezes descrita como um golpe, facada ou choque. Geralmente está associada a lesões nervosas ou processos inflamatórios intensos.