Transtorno borderline: sintomas, causas e tratamentos

O transtorno borderline afeta a saúde mental, e é caracterizado pela instabilidade em diversos aspectos da vida, principalmente em relação às emoções, relacionamentos e autoimagem.

Por isso, é importante desmistificar alguns estereótipos que cercam a doença. Afinal, a avaliação do seu tratamento, como qualquer problema de saúde, é individual através de um profissional.

Neste artigo, vamos responder às principais dúvidas sobre o tema para que você entenda quais são os sintomas do transtorno borderline, os graus, tratamentos e muito mais. Acompanhe.

Como é uma pessoa borderline?

Pessoas com transtorno de personalidade borderline tendem a apresentar alterações e flutuações bruscas de humor — muitas vezes, sem motivo aparente. 

Por isso, experimentam sentimentos como tristeza, raiva, ansiedade e animação com intensidade e frequentemente. Inclusive, em resposta a eventos pouco relevantes, como pequenas frustrações ou mesmo cenários imaginários.

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Além disso, pessoas com transtorno borderline podem ter comportamentos impulsivos, como:

  • Gastos excessivos;
  • Abuso de substâncias tóxicas;
  • Sexo sem proteção;
  • Direção perigosa;
  • Automutilação. 

Também existe o estereótipo de que pessoas com borderline mentem muito, o que não é sempre verdade. A instabilidade emocional e a dificuldade em regular os sentimentos podem levar a uma comunicação e interpretação dos fatos confusas — o que pode ser percebido como mentira. 

Outros sinais do transtorno são a dificuldade para controlar a raiva e uma visão distorcida de si. Assim, as pessoas podem ter sentimentos complexos em relação à autoimagem.

Quais os graus de borderline?

Não existe uma classificação formal para os “graus” do transtorno borderline. A divisão da doença se dá por tipos, pois a intensidade e frequência dos sintomas variam.

Entretanto, isso não significa que exista uma progressão linear ou estágios definidos como em outras doenças. Assim, os principais tipos de borderline são:

  • Transtorno de borderline implosivo: a pessoa internaliza com os sintomas da crise de borderline — guarda a raiva e o desconforto para si. Por isso, elas sentem muito e sofrem internamente, podem se automutilar e apresentam riscos de recorrer ao suicídio em atos impulsivos;
  • Transtorno de borderline explosivo: caracterizada por ataques de raiva e fúria explosivos, quando a pessoa se sente frustrada e decepcionada. Assim, pessoas com esse tipo de transtorno de personalidade borderline podem ter comportamentos como agressão verbal (xingamentos e ofensas) em relação às pessoas ao redor e a si, sem conseguir controlar seus impulsos.

Ainda, o DSM-5 (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) divide os transtornos de personalidade em três grupos. Borderline faz parte do grupo B — aqueles de caráter emocional, dramático e errático.

O que pode ser confundido com borderline?

Por ser complexo de diagnosticar, o problema pode ser confundido com outros, como o bipolar. Entretanto, existem diferenças entre o transtorno borderline e o bipolar que são importantes.

Além disso, em alguns casos, há a análise equivocada da doença como depressão, principalmente pelos altos índices de suicídio que as duas condições apresentam. Porém, as pessoas depressivas não têm períodos de bom humor ou euforia.

Por fim, a avaliação médica é indispensável para  descartar a possibilidade de transtornos alimentares, de pânico e ansiedade, que podem surgir e apresentar sinais parecidos.

Como diferenciar borderline de bipolar?

A principal diferença entre o transtorno borderline e o bipolar está na duração das alterações de humor. O primeiro tem um padrão de comportamento duradouro que causa alterações de humor repentinas. Além disso, a doença apresenta sintomas como impulsividade, relacionamentos instáveis e medo excessivo de abandono.

Por outro lado, o paciente bipolar pode passar pelo menos uma semana no estado de mania. E dias ou semanas, por exemplo, no estado de depressão. 

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Entre seus sinais, durante episódios de descontrole, a pessoa pode apresentar necessidade de menos sono e se sentir distraída. Durante os episódios depressivos, há tristeza profunda, perda de interesse e pensamentos suicidas.

Qual o tratamento para o transtorno borderline?

O tratamento para borderline depende principalmente do diagnóstico do borderline e os sintomas apresentados por cada pessoa. 

A principal opção costuma ser a psicoterapia, que pode ajudar o paciente a lidar com emoções negativas e a controlar o estresse. 

Entre as abordagens psicológicas, a terapia dialética comportamental (DBT) é uma opção que apresenta bons resultados entre pacientes com a condição. Por isso, procurar um psicólogo especializado nessa área pode ajudar.

O uso de medicação para borderline não é comum, mas pode ser usado para tratar outras doenças que tendem a surgir, como a depressão.

Além disso, o teste farmacogenético pode ser outra opção aliada ao tratamento, pois analisa o DNA do paciente e identifica variações genéticas que podem influenciar a resposta a diferentes medicamentos. 

Isso ajuda o médico a escolher a medicação mais adequada para cada paciente, o que pode resultar em um tratamento assertivo e com menos efeitos colaterais.

Entenda como teste farmacogenético funciona:

Conclusão 

O transtorno de personalidade borderline é complexo, mas possui tratamento. Com acompanhamento personalizado, pessoas com essa condição podem ter mais qualidade de vida. 

A combinação de psicoterapia, medicação para borderline e o uso de outros auxiliares, como o teste farmacogenético, oferecem uma boa via de tratamento para o transtorno.

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Perguntas frequentes 

Confira as respostas para as perguntas frequentes sobre transtorno de personalidade borderline.

Quem tem borderline mente muito?

A ideia de quem tem borderline mente muito é equivocada. Isso porque, em sua mente, a pessoa com a doença tem uma visão distorcida de si e dos outros, o que pode levar a uma interpretação errada da realidade.

Quais famosos têm borderline?

Personalidades como Amy Winehouse, Marilyn Monroe, Lindsay Lohan, Woody Allen, Britney Spears, Jim Carrey e Andressa Urach são exemplos de famosos com borderline.

Qual exame detecta o borderline?

Não existe um exame específico para detectar o transtorno borderline. Assim, o diagnóstico acontece pela observação de profissionais como psiquiatras e psicólogos.

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