Entenda se a bulimia é genética, suas causas e como tratar essa condição
- Júlia Silva
- Tempo: 7 minutos
A bulimia é um transtorno com causas genéticas e ambientais, como traumas e pressões sociais. Por isso, entender se a bulimia é genética ajuda a identificar predisposições e iniciar o tratamento previamente.
Ela é caracterizada por episódios de compulsão alimentar. Neste distúrbio, há o consumo excessivo de alimentos seguido de comportamentos compensatórios, como vômitos induzidos, uso de laxantes ou prática de exercícios físicos de forma exagerada.
Veja aqui a origem da bulimia, como tratar e como descobrir se é genética ou não.
Sumário
Qual é a origem da bulimia?
A bulimia tem origens multifatoriais, envolvendo aspectos genéticos, psicológicos e sociais. Embora as causas exatas ainda não sejam totalmente compreendidas, os fatores psicológicos, como baixa autoestima, insatisfação corporal e transtornos emocionais são suas principais causadoras.
Além disso, a doença pode estar associada a depressão, transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e transtorno de ansiedade.
Muitas vezes, a bulimia surge após tentativas de dietas muito restritivas, pressões sociais, incluindo o culto à magreza, além de experiências traumáticas como bullying.
Pesquisadores em saúde descobriram que a possibilidade de haver uma contribuição da genética no surgimento da bulimia é de cerca de 31% a 83% de chance.
Por isso, conhecer a predisposição genética de distúrbios alimentares é a ferramenta principal para o tratamento. Compreender essas origens permite criar abordagens individualizadas para o diagnóstico e o cuidado.
Quantos tipos de bulimia existem?
A bulimia pode ser classificada com base em duas variáveis: na forma como os comportamentos compensatórios se manifestam (purgativa ou não purgativa) ou com base no peso corporal (associada à obesidade ou ao peso variável).
A compulsão alimentar afeta milhares de pessoas em todo o mundo. A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) estima que mais de 70 milhões de pessoas no mundo sofrem de alguma compulsão alimentar.
Na presença ou ausência de purgação:
- Purgativa: neste tipo, utiliza-se métodos para se livrar rapidamente das calorias dos alimentos consumidos, como vômito autoinduzido ou uso excessivo de laxantes ou diuréticos;
- Não purgativa: aqui, para prevenir o ganho de peso, a pessoa pratica exercícios excessivos, fica em jejum ou restringe significativamente a sua alimentação.
Além da divisão com base nas estratégias de compensação, há os tipos associados ao peso corporal:
- Bulimia associada ao sobrepeso ou obesidade;
- Bulimia associada ao peso variável, com oscilações constantes de peso.
Qual é a diferença entre bulimia e anorexia?
A bulimia é o comportamento de consumir alimentos com o sentimento de culpa após o consumo e, por isso, adota métodos compensatórios para evitar o ganho de peso. Já a anorexia é um distúrbio alimentar, psicológico e de imagem em que a pessoa se enxerga de maneira desproporcional à realidade, apesar de já estar abaixo do peso.
Ambos são transtornos alimentares que fazem a pessoa apresentar obsessão pela magreza excessiva, fazendo de tudo para perder o máximo de peso.
No caso da anorexia, a pessoa realiza exercícios físicos excessivamente, adota uma dieta rigorosa, se preocupa rigorosamente com o seu peso corporal e adota comportamentos, como:
- Recusar-se a comer;
- Comer pouco e recorrentemente apresentar pouco ou nenhum apetite;
- Preocupar-se excessivamente todas as calorias dos alimentos;
- Praticar atividade física em excesso com a intenção de perder peso.
Em ambos casos, fatores genéticos podem influenciar a predisposição aos distúrbios alimentares. Alterações em genes relacionados ao controle emocional e ao apetite podem estar associados à condição.
A causa da bulimia é genética?
Além de ser uma condição influenciada por fatores biológicos, psicológicos e ambientais, a bulimia também pode ter predisposição genética. São diferentes genes que podem estar associados,como: FTO (no cromossomo 16), SLC2A2 (no cromossomo 3) e ADORA2A (no cromossomo 22).
Eles estão, frequentemente, associados aos sintomas de:
- Sensação de saciedade;
- Ansiedade;
- Fome emocional.
Os testes genéticos permitem identificar predisposições de maneira mais precisa, o que torna mais intuitivo a criação de tratamentos preventivos e personalizados.
Se você estiver preocupado com a possibilidade de desenvolver alguma compulsão alimentar, é importante buscar ajuda profissional. Será preciso um acompanhamento médico para lidar com esses fatores da maneira correta.
O que a bulimia faz no corpo humano?
A bulimia causa uma série de impactos no corpo humano. Entre os mais comuns estão os problemas gastrointestinais, como inflamações no estômago e laringe, constipação e desidratação severa. Ainda, o vômito recorrente pode causar mau hálito e danos aos dentes, no longo prazo.
De fato, os efeitos dos comportamentos compensatórios, como o uso excessivo de laxantes, vômitos induzidos e jejum prolongado, provocam consequências físicas significativas.
Outra consequência é o desequilíbrio de minerais no organismo, como o potássio, o que aumenta o risco de arritmias cardíacas.
Além disso, a prática excessiva de exercícios de forma intensa pode levar a desmaios, fraqueza muscular e desgaste físico.
As consequências mais graves incluem doenças cardiovasculares, perda de massa óssea e até risco de morte.
Por isso, os transtornos alimentares devem ser identificados, diagnosticados e tratados rapidamente. O acompanhamento médico com tratamentos personalizados é importante.
Qual é o tratamento para a bulimia?
O tratamento da bulimia exige uma abordagem interdisciplinar, envolvendo profissionais como médicos, nutricionistas, psicólogos e psiquiatras que irão prescrever o melhor tratamento, podendo envolver o uso de medicamentos.
É importante que se busque ajuda profissional logo no início dos sintomas da bulimia. O primeiro passo é o diagnóstico, que irá avaliar comportamentos, histórico de compulsão alimentar e sinais físicos.
A partir dessa análise, o plano de tratamento é definido com base nas necessidades do paciente e o tratamento com medicação pode ser indicado para reduzir a compulsão alimentar ou para tratar condições associadas, como ansiedade e depressão.
Nesses casos, o realizar testes farmacogenéticos, como os da GnTech, ajudará a ajustar a dosagem e a identificar medicamentos mais adequados para cada paciente, facilitando a fase de tentativas e erros
Conclusão
Após ler o texto, podemos afirmar que: sim, a bulimia é genética também! Ela é um transtorno alimentar complexo e suas causas envolvem uma interação entre outros fatores, como psicológicos e ambientais.
Entender essa relação é importante para um diagnóstico preciso e para a definição do tratamento adequado, que só poderá ser indicado após a avaliação médica.
Abordagens personalizadas garantem maior sucesso nos resultados do tratamento, pois consideram tanto a genética quanto os aspectos emocionais e comportamentais do paciente.
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Perguntas Frequentes
Veja as respostas para as principais dúvidas sobre este tema.
Transtornos alimentares têm origem multifatorial, incluindo fatores genéticos, psicológicos e sociais.
A bulimia afeta tanto a saúde física quanto mental. Dentro os impactos, podemos listar problemas gastrointestinais, desequilíbrios de minerais importantes pro organismo, desgaste dentário, mau hálito e fraqueza muscular, por exemplo.
Bulimia e bulimia nervosa são a mesma doença. Ela é classificada dentro da Psiquiatria pelo comportamento de consumir alimentos de forma exagerada, seguido de métodos compensatórios para evitar o ganho de peso.
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