Filmes de terror e suspense que abordam saúde mental
- Por Larissa Speck
- 20/10/2025
- Tempo: 8 minutos
A relação entre filmes de terror e saúde mental pode parecer contraditória à primeira vista, mas tem despertado o interesse de psicólogos, pesquisadores e até profissionais da área médica.
Afinal, o medo, quando vivido em situações controladas, ativa áreas profundas do cérebro, ligadas tanto à sobrevivência quanto ao prazer.
O cinema de terror, ao simular perigos, permite que o público experimente sensações intensas sem exposição real a riscos. Em muitos casos, isso provoca uma resposta neuroquímica complexa que envolve adrenalina, dopamina e cortisol, substâncias ligadas às emoções e ao comportamento humano.
Essa experiência, que pode parecer apenas entretenimento, tem efeitos variados. Se você deseja entender melhor como o os filmes de terror impactam a mente e quais relações podem ser feitas com o cuidado em saúde mental, continue a leitura.
Sumário
Filmes de terror fazem mal à saúde?
A resposta para essa pergunta depende bastante, já que os efeitos do terror no cérebro variam entre as pessoas. Enquanto para alguns o medo estimulado por filmes desencadeia um pico de adrenalina e um prazer semelhante ao de andar em uma montanha-russa, para outros, pode gerar desconforto emocional, insônia ou crises de ansiedade.
Especialistas indicam que o medo controlado pode gerar benefícios psicológicos ao induzir a liberação de dopamina, o que traz uma sensação de recompensa após o susto. Esse alívio também ajuda a reduzir tensões do cotidiano.
Por outro lado, indivíduos com predisposição a transtornos de ansiedade ou com histórico de traumas podem ter reações intensificadas, incluindo alterações no sono e no humor.
Alguns possíveis impactos do terror sobre o corpo e a mente são:
- Aumento da frequência cardíaca e liberação de adrenalina;
- Ativação de mecanismos de defesa e vigilância emocional;
- Redução da tensão após o filme, com sensação de alívio e controle.
O segredo está em conhecer seus próprios limites, já que o que para um é divertido, para outro pode ser desconfortável.
O que a psicologia diz sobre assistir filmes de terror?
Assistir filmes de terror pode ajudar a desenvolver maior controle emocional. Quando a pessoa está consciente de que está segura, mesmo diante de cenas assustadoras, o cérebro simula uma ameaça e aprende a lidar com ela. Isso estimula a regulação emocional e o enfrentamento simbólico do medo.
Além disso, o susto seguido de alívio ativa a liberação de adrenalina e dopamina, neurotransmissores associados à sensação de prazer, foco e recompensa. Assim, a exposição controlada ao medo pode proporcionar um “ensaio emocional”, favorecendo o fortalecimento da resiliência psicológica em situações do cotidiano.
Além disso, o gênero do terror provoca reflexão e empatia, já que muitos filmes apresentam personagens lidando com traumas, perdas ou desafios psicológicos profundos.
Essas experiências, quando bem recebidas, podem despertar:
- Reflexão sobre os próprios limites emocionais e reações ao medo;
- Empatia por personagens e histórias que retratam dor ou traumas;
- Sensação de “superação” após enfrentar o medo simbolicamente.
Mesmo que fictícia, essa vivência tem um forte impacto sobre como o cérebro aprende a reconhecer e controlar emoções, e este é um exercício que pode ser útil para a vida fora das telas.
Qual filme fala sobre saúde mental?
O cinema tem sido um canal expressivo para discutir temas delicados, como transtornos mentais. Alguns filmes de terror e suspense psicológico representam o sofrimento psíquico com sensibilidade, provocando reflexões sobre a mente humana. Confira!
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O Babadook (2014)
O Babadook é um terror psicológico que usa o suspense para explorar temas como luto, depressão e os desafios da maternidade. O monstro do filme simboliza a dor e os traumas não enfrentados pela protagonista.
O filme é elogiado pela construção de uma tensão profunda, atuações intensas e uma estética que lembra o expressionismo alemão. A mensagem principal mostra como lidar com os “monstros internos” faz parte do processo de saúde mental.
Cisne Negro (2010)
A protagonista é uma bailarina pressionada a alcançar a perfeição. O filme retrata, com intensidade, os efeitos dos transtornos obsessivos, distorção da autoimagem e o impacto psicológico da cobrança extrema. É uma representação visceral de como a mente pode colapsar sob exigências internas e externas.
Fragmentado (2016)
O longa apresenta um personagem com múltiplas personalidades em conflito. Embora seja uma dramatização extrema do transtorno dissociativo de identidade, levanta discussões sobre traumas infantis, mecanismos de defesa e os limites entre sanidade e controle mental.
Hereditário (2018)
A obra narra a história da família Graham, que enfrenta eventos estranhos após a morte da avó. O filme aborda o luto, segredos familiares e doenças mentais hereditárias, como transtorno dissociativo e esquizofrenia.
O terror é construído de forma gradual, com forte uso da sugestão e terror psicológico, criando uma experiência intensa e perturbadora.
É verdade que assistir filmes de terror atrai coisa ruim?
Essa é uma crença antiga, presente em muitas culturas. Porém, não há evidência de que assistir a filmes de terror atraia energias negativas ou eventos ruins. O que acontece, na verdade, é que o estado emocional de quem assiste pode influenciar a forma como o conteúdo é percebido.
Quando uma pessoa já está em um momento sensível ou fragilizado emocionalmente, o impacto de cenas intensas pode ser maior, criando uma sensação de desconforto que reforça essas crenças.
A resposta ao medo depende de:
- Crenças pessoais e culturais;
- Estado emocional prévio;
- Nível de identificação com a narrativa.
O terror, nesse sentido, reflete mais o que já está dentro de quem assiste do que aquilo que vem de fora.
Como o gênero de terror pode ajudar na saúde mental?
Apesar da reputação de assustador, o terror pode ter uma função emocional importante. Muitas pessoas relatam sensação de alívio após assistir a um filme assustador. Isso ocorre porque o corpo, após o susto, entra em um processo de autorregulação, reduzindo os níveis de estresse.
Esse movimento entre tensão e relaxamento funciona como uma catarse, onde a emoção é vivida de forma intensa e depois liberada. Isso ajuda na regulação emocional, no fortalecimento da mente e até no aumento da tolerância ao desconforto.
O corpo também responde quimicamente a essas experiências. Durante o medo, há liberação de adrenalina e cortisol, mas ao perceber que está tudo bem, o cérebro compensa com dopamina e endorfinas, promovendo bem-estar.
Entre os benefícios possíveis, estão:
- Alívio de tensões emocionais;
- Melhora no controle de respostas ao medo;
- Estímulo à resiliência e à sensação de domínio.
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Viu só como filmes de terror e saúde mental se conectam de maneiras surpreendentes? Eles criam espaço para refletir sobre emoções profundas, traumas e superações, ainda que por meio da ficção.
No entanto, quando o cuidado vai além da tela, é preciso contar com a ciência. O equilíbrio emocional, na vida real, depende de estratégias que considerem as particularidades de cada pessoa.
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Perguntas frequentes sobre filmes de terror e saúde mental
Ficou com alguma dúvida sobre esse assunto? A seguir, trouxemos as respostas para as dúvidas mais comuns. Confira!
Não necessariamente. Para muitas pessoas, podem ajudar no alívio do estresse, porém, para quem tem transtornos de ansiedade ou traumas, o impacto pode ser negativo. O ideal é observar como você se sente durante e após a experiência.
A psicanálise entende o terror como forma de projetar medos inconscientes. Os monstros, fantasmas e ameaças muitas vezes representam conflitos internos, desejos reprimidos ou traumas não elaborados.
Assistir a filmes de terror pode trazer algumas vantagens para a saúde emocional, como liberação de dopamina e sensação de prazer após o susto, treinamento psicológico para lidar com o medo e sensação de controle sobre as emoções.