Saiba aqui se a obesidade é genética, quais os principais fatores e influências
- Guido Boabaid
- Tempo: 7 minutos
Será que a obesidade é genética? Essa é uma pergunta importante para uma condição complexa que envolve uma série de fatores, incluindo hábitos alimentares, estilo de vida e até os nossos genes.
Assim, compreender seus fatores é o primeiro passo para a manutenção da saúde pública e para a desmistificação da doença que, apesar de tão popular, ainda é vista com preconceitos.
Veja aqui, nesse conteúdo, tudo sobre a relação entre genética e obesidade. Você vai entender quais são os genes associados ao seu desenvolvimento, fatores de risco e muito mais.
Vamos lá?
Sumário
Qual a relação entre genética e obesidade?
Sim, existe uma relação entre genética e obesidade. Diversos estudos, como o feito na universidade de Navarra, na Espanha, relacionam a genética e a predisposição ao ganho de peso. A estimativa é que entre 40% e 70% da variação no fenótipo associado à obesidade tenha um caráter hereditário.
Outra referência é uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), que indica como a genética pode ser responsável por cerca de 60% dos casos de obesidade.
Apesar disso, é importante destacar que essa condição não é determinada por um único gene. Ela acontece a partir de uma combinação desses, que interagem entre si e com outros fatores.
Além disso, em casos em que o excesso de peso se torna uma ameaça à saúde, é importante investigar fatores como a presença de outras doenças, genéticas ou não, que podem ser fatores de risco, a saúde mental do paciente, entre outros.
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Quais são os principais genes relacionados à predisposição à obesidade?
Entre os genes que podem estar associados a essa condição, dois se destacam: o primeiro é o gene Fat Mass and Obesity Associated (FTO), associado ao aumento do risco de obesidade, que afeta a regulação do apetite e do metabolismo.
O segundo é o gene Melanocortin 4 Receptor (MC4R), um tipo que está relacionado à sensação de saciedade e ao controle da ingestão alimentar.
Além desses, também é possível citar:
- Apolipoproteína A-II (APOA2): responsável pelo transporte de colesterol e a sensibilidade a gorduras saturadas;
- Gene CLOCK: ligado à regulação do ciclo circadiano e aos hábitos alimentares noturnos;
- Enzima Conversora de Angiotensina (ACE): influencia na capacidade de metabolização de carboidratos e resistência à insulina;
- Receptor Gama-Ativado do Proliferador de Peroxissomos (PPARG): faz parte da formação e desenvolvimento das células de gordura no corpo.
Assim, outra consideração importante é a genética relacionada à predisposição de outras doenças que podem abrir a porta para a obesidade, como diabetes, resistência metabólica, hipertensão e condições endócrinas.
Ainda, é importante ressaltar que um fator hereditário não é uma sentença. Mesmo com uma predisposição genética para a obesidade, é possível adotar um estilo de vida saudável e manter um peso adequado com a ajuda de dieta equilibrada, prática regular de atividade física e acompanhamento médico.
Quais fatores favorecem as chances de uma pessoa se tornar obesa?
Como abordamos, existe uma relação genética para a obesidade, mas outros fatores também têm importância. Entre eles:
- Metabolismo: a regulação da taxa basal pode predispor as pessoas a um organismo mais lento, o que influencia no ganho de peso;
- Genes associados: como abordamos, existem estudos que relacionam a obesidade à genética, principalmente em relação a determinadas moléculas;
- Resposta do corpo à alimentação e exercício: é normal que algumas pessoas tenham maior facilidade em ganhar peso. Isso muda entre homens e mulheres também;
- Sedentarismo: a falta de atividade física regular é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da obesidade;
- Distúrbios hormonais: condições como hipotireoidismo ou Síndrome de Cushing podem impactar o metabolismo e levar ao ganho de peso;
- Estresse e sono: esses dois fatores podem causar uma descompensação no corpo e levar a uma maior procura por comida como forma de saciedade;
- Problemas de saúde mental: principalmente casos severos podem contribuir para comportamentos alimentares não saudáveis.
Obesidade e saúde mental: o que tem a ver?
A obesidade é definida como uma doença pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e tem relação com a saúde mental, já que pode causar ou ser causada por algum transtorno emocional.
Ainda, segundo um levantamento da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), cerca de 60% dos pacientes obesos sofrem com algum distúrbio psiquiátrico.
Além disso, pela obesidade afetar o convívio social e autoestima da pessoa, pode comprometer aspectos importantes da saúde mental.
Com o tempo, o transtorno emocional e o ganho de peso podem se “retroalimentar”, com um servindo de gatilho para o outro.
Por isso, é extremamente importante buscar ajuda profissional — com médicos, psiquiatras e psicólogos — além de manter hábitos de vida saudáveis e exames de rotina em dia.
Assim, a saúde mental e a saúde física conseguem caminhar lado a lado em equilíbrio e o corpo fica fortalecido para predisposições genéticas.
Conclusão
Como vimos, em alguns casos a obesidade é genética e pode ser um problema de saúde complexo, influenciado por uma combinação de fatores hereditários, de estilo de vida e outras condições de saúde.
Assim, a genética afeta essa condição, ao contribuir para a sua predisposição individual ao ganho de peso. Apesar disso, em alguns casos, é o ambiente que aciona o gatilho.
Sendo assim, os testes genéticos podem ser uma ferramenta útil nesse processo, principalmente para avaliar a predisposição a doenças genéticas hereditárias, que são fatores de risco para o desenvolvimento da obesidade.
Ainda, esses resultados precisam ser interpretados em conjunto com outros fatores, como o histórico familiar, quadro de saúde emocional e os hábitos do dia a dia.
Desta forma, eles ajudam a promover uma maior taxa de sucesso nos tratamentos e ações preventivas.
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Perguntas frequentes
Confira as respostas para perguntas comuns sobre a relação entre obesidade e genética.
A obesidade hereditária é uma predisposição genética a desenvolver excesso de gordura corporal e peso ao longo da vida.
A genética tem uma influência comprovada por estudos na obesidade, mas a doença é multifatorial, além de influenciada por fatores ambientais, de estilo de vida e pela saúde emocional.
Sim, é possível vencer a obesidade a partir da mudança de estilo de vida, acompanhamento médico e comprometimento com o tratamento.
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