Medicamentos psicotrópicos: quais são e para que servem

Medicamentos psicotrópicos se tornaram muito populares no tratamento de problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e insônia. 

Por causa dessa ação de influência no comportamento e nas emoções dos pacientes, as substâncias ajudaram a melhorar a qualidade de vida de quem enfrenta essas condições. 

Quer saber mais sobre os diferentes tipos de psicotrópicos e como eles funcionam? Continue lendo!

O que são medicamentos psicotrópicos?

Os medicamentos psicotrópicos são substâncias que atuam no sistema nervoso central. Eles alteram o funcionamento do cérebro para ajudar no tratamento de problemas de saúde mental e emocionais. 

Além disso, podem influenciar o humor, o comportamento e o pensamento. Dependendo do tipo de remédio, sua ação pode ser calmante, estimulante ou de equilíbrio do humor da pessoa.

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Ou seja: esses remédios corrigem desequilíbrios químicos no cérebro, que podem causar distúrbios psicológicos. No entanto, seu uso deve ser orientado e supervisionado por um médico especialista para evitar o surgimento ou agravamento de eventuais efeitos colaterais. Não à toa, a prescrição e o uso desses medicamentos são controlados por órgãos como a Anvisa, que garantem que sejam usados de maneira segura e adequada para cada paciente.

Ilustração de Medicamentos psicotrópicos

Tipos de medicamentos psicotrópicos

Para entender como agem os psicotrópicos, podemos classificá-los conforme seus tipos, modo de ação no cérebro e quais problemas mentais ou emocionais tratam. 

Abaixo estão os principais tipos de psicotrópicos:

Antidepressivos

Os psicofármacos antidepressivos são usados principalmente para tratar a depressão e ansiedade — dois problemas em escala global, atualmente.. Eles ajudam a melhorar o humor e aumentam os níveis de substâncias químicas no cérebro, como a serotonina. Alguns tipos são:

  • Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS): fluoxetina e sertralina, usados para tratar depressão e ansiedade;
  • Antidepressivos tricíclicos: amitriptilina, para depressão mais grave;
  • Inibidores da Monoamina Oxidase (IMAO): usados em casos de depressão que não respondem a outros tratamentos.

Ansiolíticos

Ansiolíticos são usados para tratar a ansiedade e o estresse. Eles ajudam a acalmar, mas alguns podem causar dependência se usados por muito tempo. Os principais são:

  • Benzodiazepínicos: diazepam e alprazolam, que têm efeito rápido, mas podem causar dependência;
  • Buspirona: uma opção que age mais devagar e tem menos risco de dependência.

Antipsicóticos

Um dos efeitos dos psicofármacos antipsicóticos é o de tratar doenças como esquizofrenia e transtorno bipolar, ajudando a controlar sintomas como alucinações e delírios. Existem dois tipos principais:

  • Antipsicóticos típicos: haloperidol, usado para crises agudas;
  • Antipsicóticos atípicos: risperidona e olanzapina, com menos efeitos colaterais, e usados em tratamentos de longo prazo.

Estabilizadores de humor

Esses remédios ajudam a controlar mudanças extremas de humor, especialmente aquelas causadas pelo transtorno bipolar. Os principais são:

  • Lítio: usado para prevenir episódios de mania e depressão;
  • Anticonvulsivantes: como o ácido valproico, também usados para estabilizar o humor.

Psicoestimulantes

Esses medicamentos são usados para tratar problemas como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e narcolepsia. Eles ajudam a melhorar a concentração e a manter a pessoa mais alerta. Exemplos incluem:

  • Metilfenidato: usado no tratamento de TDAH;
  • Modafinil: usado para tratar narcolepsia, principalmente, e tem o efeito de deixar a pessoa mais desperta.

Onde atuam os psicotrópicos?

O uso de psicotrópicos faz com que as substâncias atuem diretamente no cérebro e no sistema nervoso central. Isso altera a atividade de substâncias químicas chamadas neurotransmissores, que são responsáveis pela comunicação entre as células nervosas. 

De maneira resumida, os psicotrópicos agem em partes do cérebro que controlam emoções e comportamento, como:

  • Sistema límbico: regula as emoções. Os medicamentos que agem nesse sistema ajudam a controlar a ansiedade e depressão;
  • Córtex pré-frontal: relacionado ao pensamento e às decisões. Ajuda na concentração e no controle de impulsos para o tratamento de TDAH, por exemplo;
  • Gânglios da base: controlam movimentos e comportamentos repetitivos, ajudando a tratar condições como tiques e compulsões.

Além disso, os medicamentos psicotrópicos afetam os neurotransmissores de diferentes maneiras:

  1. Inibem a recaptação: antidepressivos como os ISRS aumentam a quantidade de serotonina no cérebro, o que melhora o humor e reduz a ansiedade;
  2. Bloqueiam ou ativam receptores: antipsicóticos, por exemplo, bloqueiam receptores de dopamina para controlar alucinações e delírios. Por sua vez, os ansiolíticos aumentam o efeito do GABA, que acalma o cérebro;
  3. Aumentam a liberação de neurotransmissores: estimulantes aumentam a dopamina e noradrenalina, o que visa melhorar o nível de atenção em pessoas com TDAH.

E para entender melhor os neurotransmissores, basta compreender que eles funcionam da seguinte maneira:

  • Serotonina: regula o humor, sono e apetite. Antidepressivos contribuem para o aumento dos níveis desse neurotransmissor;
  • Dopamina: ligada ao prazer e controle motor. Antipsicóticos reduzem sua ação em áreas específicas;
  • Noradrenalina: relacionada ao estado de alerta. Alguns antidepressivos aumentam seus níveis;
  • GABA: acalma o cérebro. Ansiolíticos aumentam sua ação, o que tende a reduzir os episódios de ansiedade.

Quais são os efeitos colaterais dos medicamentos psicotrópicos?

Abaixo estão os principais efeitos dos psicofármacos, divididos por tipo de medicamento, além de uma solução para ajudar a reduzir esses efeitos.

1. Efeitos colaterais dos antidepressivos

Antidepressivos, como fluoxetina e sertralina, podem causar:

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  • Náusea e tontura;
  • Insônia ou sonolência;
  • Diminuição da libido e, consequentemente, do desejo sexual;
  • Alterações de peso;
  • Boca seca e constipação.

2. Efeitos colaterais dos ansiolíticos

Ansiolíticos, como diazepam e alprazolam, podem causar:

  • Sonolência: a pessoa se sente mais cansada e com dificuldade de se concentrar;
  • Dependência: o uso prolongado pode causar vício e sintomas de abstinência ao parar;
  • Confusão e problemas de memória: mais comuns em idosos ou a partir da aplicação de doses elevadas.

3. Efeitos colaterais dos antipsicóticos

Antipsicóticos, como risperidona e olanzapina, usados para esquizofrenia e transtorno bipolar, podem apresentar:

  • Ganho de peso;
  • Tremores e rigidez muscular;
  • Aumento do risco de diabetes e colesterol;
  • Sonolência.

4. Efeitos colaterais dos estabilizadores de humor

Estabilizadores de humor, como lítio e ácido valproico, usados no transtorno bipolar, podem causar:

  • Tremores nas mãos (são os mais comuns);
  • Aumento da sede e necessidade de urinar;
  • Problemas estomacais, como náusea e dor;
  • Alterações na tireoide.

5. Teste farmacogenético para reduzir efeitos colaterais

Cada pessoa reage de forma diferente aos medicamentos. Uma maneira de diminuir os efeitos colaterais é o teste farmacogenético, que analisa o DNA da pessoa para entender como seu corpo processa certos medicamentos.

Nesse sentido,  a GnTech oferece esse teste, ajudando os médicos a escolherem a dose ou o remédio mais adequado para cada paciente. Isso ajuda a evitar efeitos colaterais e a melhorar o resultado do tratamento.

Veja como o teste farmacogenético auxilia o dia a dia do Dr. Ataíde:

Como agem os medicamentos psicotrópicos no tratamento e na evolução das doenças mentais?

Dependendo da condição e do tipo de medicamento, o impacto no tratamento pode variar, mas o objetivo é aliviar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e, em alguns casos, prevenir recaídas.

1. Depressão

Antidepressivos, como os ISRS, aumentam os níveis de serotonina no cérebro, melhoram o humor e combatem os sintomas de tristeza e apatia. Eles corrigem desequilíbrios químicos, além de promover o bem-estar e ajudar a prevenir recaídas.

2. Ansiedade

Ansiolíticos, como os benzodiazepínicos, aumentam o GABA, um neurotransmissor que acalma o cérebro, reduzindo sintomas de nervosismo e medo. São eficazes em curto prazo, enquanto antidepressivos podem ser usados no longo prazo para evitar dependência.

3. Esquizofrenia

Antipsicóticos bloqueiam a dopamina com o objetivo de reduzir alucinações e delírios. Eles são essenciais para o controle de crises e para a manutenção da estabilidade mental em longo prazo, prevenindo recaídas.

4. Transtorno Bipolar

Estabilizadores de humor, como o lítio, equilibram oscilações extremas de humor, prevenindo episódios de mania e depressão. Isso permite uma vida mais estável e reduz o risco de novas crises.

Conclusão

Em resumo, os medicamentos psicotrópicos são muito úteis no tratamento de problemas como depressão, ansiedade, esquizofrenia e transtorno bipolar. 

Eles ajudam a equilibrar substâncias químicas no cérebro para aliviar sintomas emocionais e comportamentais. 

No entanto, podem causar efeitos colaterais e dependência. Por isso, é importante sempre ter acompanhamento médico. Usá-los de forma responsável, com orientação profissional, garante um tratamento mais seguro.

Perguntas frequentes

Confira as principais dúvidas sobre medicamentos psicotrópicos.

Como saber se o medicamento é psicotrópico?

Medicamentos psicotrópicos têm ação no sistema nervoso central e são prescritos por profissionais de saúde.

Quais os efeitos colaterais dos medicamentos psicotrópicos?

Efeitos colaterais variam, mas incluem sonolência, tontura e dependência.

Quais os riscos do uso indiscriminado de psicotrópicos?

O uso indiscriminado pode causar dependência, tolerância aos efeitos dos medicamentos e graves consequências à saúde.

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