Autismo em adultos: sinais importantes para o diagnóstico e tratamento
- Por Júlia Silva
- Tempo: 7 minutos
O autismo em adultos ainda é um tema pouco falado, mas que merece atenção. Muitas pessoas convivem durante anos com sensações de dificuldades sociais ou sobrecarga sensorial sem saber exatamente o porquê.
Quando o diagnóstico de autismo chega já na fase adulta, ele não só traz uma explicação, mas também compreensão, alívio e a chance de buscar apoio adequado.
Identificar o Transtorno do Espectro Autista (TEA) o quanto antes, é o primeiro passo para construir uma vida com mais bem-estar e aceitação.
Neste texto, você vai entender o que é o autismo tardio, quais sinais costumam aparecer e como é feito o processo de avaliação nessa etapa da vida.
Sumário
O que é autismo tardio?
O termo “autismo tardio” se refere ao diagnóstico de autismo em adultos. Pessoas que não foram identificadas com TEA na infância podem receber o diagnóstico em diferentes fases da vida adulta.
No entanto, é importante lembrar que, apesar de ser diagnosticado apenas na fase adulta, os sinais de autismo sempre estiveram presentes, se manifestando de diversas maneiras desde os primeiros anos de vida.
Apesar disso, a identificação tardia do autismo traz consigo inúmeros benefícios terapêuticos. O diagnóstico do autismo na vida adulta não representa um fim, pelo contrário, é uma nova etapa na busca por uma melhor qualidade de vida.
Quais os sintomas do autismo em adultos?
Entre os sintomas de autismo mais comuns, estão:
- Dificuldade de socialização;
- Dificuldade de interpretar sinais não verbais, entender ironias e sarcasmo;
- Dificuldade na formação e manutenção de relacionamentos;
- Necessidade de rotinas bem definidas;
- Dificuldade em lidar com mudanças;
- Grande interesse em tópicos específicos (hiperfoco);
- Sensibilidade sensorial com reações intensas a vários estímulos, como luzes, sons, texturas, cheiros e sabores.
Muitas vezes, esses sintomas passam despercebidos na infância porque as pessoas com Transtorno do Espectro Autista podem desenvolver estratégias de camuflagem, aprendendo a imitar comportamentos sociais para se encaixarem.
Além disso, pessoas com autismo grau 1 ou autismo leve também podem ter dificuldades de perceber os sinais por serem bem discretos.
Quais são as dificuldades de um autista adulto?
A vida adulta traz consigo uma série de desafios sociais, e para pessoas com autismo não diagnosticado, esses obstáculos podem ser ainda maiores. Veja quais são:
- A sobrecarga sensorial, por exemplo, pode tornar ambientes barulhentos ou com muita informação visual extremamente desgastante, dificultando a permanência em locais como shoppings, festas ou até mesmo no ambiente de trabalho;
- A falta de compreensão social por parte de outras pessoas pode levar a mal-entendidos, isolamento e dificuldades na construção de relacionamentos interpessoais, tanto no âmbito pessoal quanto profissional;
- No ambiente de trabalho, a dificuldade em lidar com mudanças repentinas, a necessidade de rotinas bem definidas e a possível sensibilidade a estímulos sensoriais também geram desgaste emocional;
- Esses fatores podem impactar diretamente o desenvolvimento da carreira, dificultando a adaptação a novos cargos, equipes ou ambientes que fogem do padrão ao qual a pessoa está acostumada.
Muitos adultos com autismo enfrentam frustração, ansiedade e até mesmo depressão devido a essas dificuldades não compreendidas.
Por isso, a falta de um diagnóstico adequado impede que a pessoa receba o suporte e as adaptações necessárias para que possa expressar seu potencial.
Como é a crise de um autista adulto?
A crise em um autista adulto, chamada de meltdown, é uma reação intensa a uma sobrecarga sensorial ou emocional e a pessoa pode apresentar comportamentos como:
- Gritos;
- Choro;
- Agitação motora;
- Movimentos repetitivos (como balançar ou bater);
- Em alguns casos, auto agressividade ou com o outro.
Diferentemente de um ataque de raiva, o meltdown não é uma birra ou uma tentativa de manipulação, mas sim uma grande perda de controle diante de um sistema nervoso sobrecarregado, e os gatilhos podem ser diversos:
- Acúmulo de estímulos sensoriais (sons altos, luzes piscando);
- Mudanças inesperadas na rotina;
- Pressão social excessiva;
- Incapacidade de comunicar uma necessidade.
Por isso, é importante identificar os gatilhos individuais e desenvolver estratégias de prevenção, criando ambientes mais calmos, rotinas previsíveis e aprender a reconhecer os sinais de sobrecarga antes que a crise se instale.
O suporte psicológico é igualmente importante para a regulação emocional e para o desenvolvimento de habilidades de comunicação para expressar suas necessidades.
Como descobrir o autismo em adultos?
Para descobrir o autismo em adultos, é necessário uma avaliação multidisciplinar:
- O primeiro passo é buscar um especialista, como um neurologista, psiquiatra ou neuropsicólogo com experiência no diagnóstico de TEA. Durante a avaliação, o profissional irá coletar informações sobre a história de vida da pessoa, seus comportamentos atuais e suas dificuldades;
- Além disso, podem ser aplicados testes para autismo e questionários padronizados para o rastreamento e a avaliação das características do autismo;
- A avaliação neuropsicológica também é importante nesse processo, pois ajuda a identificar padrões cognitivos e comportamentais associados ao TEA.;
- Em alguns casos, o médico pode solicitar exames genéticos como apoio ao diagnóstico e para complementar a compreensão de possíveis comorbidades;
Nesse contexto, a GnTech oferece o teste genético para autismo, o PsicoGene TEA Pro, que pode fornecer informações relevantes para o plano terapêutico, auxiliando no ajuste de medicamentos, caso seja necessário.
Qual exame detecta autismo em adultos?
Não existe um único exame que detecte o autismo em adultos. O diagnóstico do TEA se baseia em exames clínicos, ou seja, na observação do comportamento, história de vida e aplicação de instrumentos de avaliação padronizados.
Além disso, o laudo neuropsicológico, elaborado a partir da avaliação neuropsicológica, também contribui para o diagnóstico, descrevendo o perfil cognitivo e comportamental da pessoa.
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O que pode ser confundido com autismo?
Outras condições podem apresentar sintomas que se assemelham aos do autismo, como:
- Esquizofrenia;
- Depressão;
- Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH);
- Transtorno de ansiedade social;
- Distúrbios de linguagem.
Por isso, uma avaliação completa e realizada por um profissional experiente é o passo mais importante para o diagnóstico correto.
Além disso, é importante alertar sobre o perigo do autodiagnóstico sem acompanhamento médico, pois isso pode levar a ações e cuidados inadequados, além de impedir que a pessoa receba o tratamento correto para o que realmente está acontecendo.
O diagnóstico é o primeiro passo para o cuidado
O diagnóstico de autismo em adultos não deve ser visto como um rótulo limitante, mas sim como o primeiro passo em direção ao autoconhecimento, inclusão e uma melhor qualidade de vida.
Assim como acontece em outras condições, o tratamento do autismo na vida adulta precisa ser individualizado, levando em consideração as necessidades e os desafios de cada pessoa.
Nesse sentido, conte com a GnTech como uma aliada no plano terapêutico de tratamento.
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Perguntas frequentes sobre autismo em adultos
Veja abaixo as principais dúvidas sobre autismo em adultos.
O Austista nível 1 apresenta dificuldades sociais e comportamentais sutis, com linguagem funcional e geralmente independente.
O TDAH está mais ligado à desatenção, impulsividade e hiperatividade, enquanto o autismo envolve dificuldades na comunicação social e sensibilidade sensorial. Porém, é preciso passar por uma avaliação neuropsicológica para diferenciar o TDAH e autismo.
A mente de um autista adulto é focada, detalhista e sensível. Pode ter facilidade com padrões, mas dificuldade com interações sociais e mudanças.
Reação intensa de sobrecarga sensorial ou emocional, resultando em perda de controle, causando uma crise.