Tratamento para insônia: entenda as opções e como encontrar o ideal para você
- Por Júlia Silva
- 28/07/2025
- Tempo: 11 minutos
Dormir mal pode ser um sinal de que algo mais sério está acontecendo com sua saúde mental. Por isso, buscar tratamento para a insônia é importante, já que transtornos mentais também podem levar ao desenvolvimento de distúrbios.
A insônia, caracterizada pela dificuldade de iniciar ou manter o sono, está associada a transtornos como ansiedade e depressão. E o contrário também é verdadeiro: noites mal dormidas aumentam o risco de desenvolver problemas emocionais e cognitivos.
A boa notícia é que existem diferentes caminhos para tratar a insônia e que o tratamento pode (e deve) ser personalizado.
Neste guia, você vai entender como funciona o tratamento para insônia, quais são as abordagens mais indicadas e como a genética pode ajudar a encontrar o caminho certo, sem tentativas frustradas.
Sumário
O que é insônia?
A insônia é um distúrbio do sono caracterizado pela dificuldade de iniciar ou manter o sono durante a noite. Pode se manifestar de diferentes formas: dificuldade para adormecer, acordar várias vezes durante a noite ou despertar muito cedo sem conseguir voltar a dormir.
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 72% dos brasileiros sofrem de doenças relacionadas ao sono, entre elas, a insônia. A condição é classificada em três tipos, de acordo com sua duração:
- Insônia aguda: dura menos de 1 mês e costuma estar ligada a episódios de estresse, ansiedade ou mudanças na rotina;
- Insônia subaguda: persiste por 4 a 6 semanas, sinalizando uma disfunção mais duradoura;
- Insônia crônica: dura mais de 3 meses e frequentemente está associada a transtornos mentais, doenças crônicas ou uso de medicamentos.
Entre os sintomas mais comuns da insônia, estão:
- Dificuldade para pegar no sono;
- Despertares frequentes durante a noite;
- Sensação de cansaço mesmo após várias horas na cama;
- Irritabilidade, lapsos de memória e queda na concentração.
Além de prejudicar o descanso, a insônia impacta diretamente a saúde mental, física e emocional. Estudos associam o distúrbio a riscos aumentados de ansiedade, depressão, doenças cardiovasculares e queda no desempenho cognitivo, afetando significativamente a qualidade de vida e os relacionamentos.
Qual a relação entre insônia e saúde mental?
A insônia e a saúde mental estão profundamente interligadas. A privação de sono pode ser tanto sintoma quanto causa de transtornos como:
Quando não dormimos bem, o cérebro se torna mais vulnerável a pensamentos negativos recorrentes, irritabilidade, estresse e mal-estar emocional. A longo prazo, isso pode gerar um ciclo difícil de quebrar: quanto mais a mente sofre, pior tende a ser o sono e vice-versa.
Além disso, a falta de sono afeta a cognição. Dormir mal prejudica:
- A memória de longo prazo;
- A concentração;
- A capacidade de tomar decisões.
Durante o sono, o cérebro consolida memórias e fortalece conexões neurais. Sem esse processo, o funcionamento mental e emocional fica comprometido.
Um estudo da Harvard Medical School observou os efeitos da privação de sono em 26 jovens adultos saudáveis. Metade dormiu normalmente, enquanto a outra metade passou a noite em claro.
Os resultados mostraram que:
Nos que dormiram bem, a amígdala cerebral (área que regula emoções) se comunicou com o córtex pré-frontal, ajudando a interpretar os estímulos de forma equilibrada. Nos privados de sono, a atividade da amígdala aumentou em 60%, gerando reações emocionais intensas e desproporcionais. Além disso, foi ativada a área que libera norepinefrina, um neurotransmissor ligado à resposta de “luta ou fuga”, aumentando o estado de alerta e estresse.
Essa pesquisa reforça o papel do sono na regulação emocional e na prevenção de desequilíbrios mentais.
Como devo tratar a insônia?
O tratamento da insônia deve ser personalizado, levando em conta a causa do problema, o impacto na rotina e o histórico de saúde do paciente. De forma geral, o cuidado pode combinar três pilares:
1. Terapias psicológicas
A Terapia Cognitivo-Comportamental para Insônia (TCC-I) é considerada o tratamento de primeira escolha, especialmente em casos crônicos. Essa abordagem ajuda a:
- Mudar padrões de pensamento disfuncionais sobre o sono;
- Criar hábitos mais saudáveis na hora de dormir;
- Reduzir a ansiedade associada à cama e ao sono.
A TCC-I tem eficácia comprovada e menos efeitos colaterais que medicamentos.
2. Medicamentos (quando indicados)
Em alguns casos, o uso de medicações pode ser necessário, principalmente quando a insônia está associada a transtornos como depressão, ansiedade ou condições neurológicas. Os medicamentos mais comuns incluem:
- Hipnóticos e benzodiazepínicos (uso de curto prazo);
- Antidepressivos sedativos, quando há transtornos associados;
- Melatonina e seus agonistas, especialmente em idosos e em distúrbios do ritmo circadiano.
É essencial que o uso seja prescrito por um profissional e monitorado de perto, para evitar dependência e minimizar efeitos adversos.
3. Personalização do tratamento com base na genética
Cada organismo reage de forma diferente aos medicamentos e isso pode dificultar a escolha da medicação ideal para dormir. Para resolver esse desafio, os testes farmacogenéticos da GnTech analisam o perfil genético do paciente e indicam:
- Quais medicamentos tendem a ser mais efetivos;
- Quais exigem ajuste de dose;
- Quais têm maior risco de efeitos colaterais.
Essa abordagem reduz tentativas e erros e acelera a resposta ao tratamento.
Conheça os testes farmacogenéticos da GnTech
4. Mudanças de hábitos
Além do acompanhamento clínico, algumas medidas ajudam a melhorar a qualidade do sono:
- Estabelecer uma rotina regular de sono;
- Evitar cafeína, álcool e telas à noite;
- Praticar exercícios físicos durante o dia;
- Criar um ambiente escuro, silencioso e confortável no quarto.
Esses hábitos fazem parte da chamada higiene do sono, essencial para o sucesso de qualquer tratamento.
Qual o médico indicado para tratar insônia?
O tratamento da insônia começa com um diagnóstico correto — e, para isso, o tipo de profissional ideal pode variar de acordo com a origem do problema. Veja quem procurar:
- Clínico geral ou médico da família: costuma ser o primeiro profissional a investigar causas gerais da insônia. Ele pode avaliar os sintomas, solicitar exames e encaminhar a um especialista, se necessário;
- Neurologista: recomendado quando há doenças neurológicas associadas, como Parkinson, Alzheimer, epilepsia ou sequelas de AVC;
- Psiquiatra: indicado em casos de transtornos mentais, como depressão, ansiedade, bipolaridade ou insônia relacionada ao uso de medicamentos psiquiátricos;
- Especialista em medicina do sono: ideal para quadros persistentes ou complexos. Esses médicos têm formação específica em distúrbios do sono e realizam exames como polissonografia para investigar causas como apneia, síndrome das pernas inquietas ou insônia crônica idiopática.
Independentemente da especialidade, o mais importante é buscar ajuda médica assim que o sono começar a afetar sua saúde, produtividade ou bem-estar emocional. Quanto antes o diagnóstico for feito, mais rápido será o caminho para noites tranquilas e restauradoras.
Qual medicamento trata a insônia?
O uso de medicamentos no tratamento da insônia deve sempre ser individualizado e supervisionado por um médico. A escolha do remédio ideal depende da causa do distúrbio, da presença de outras condições (como ansiedade ou depressão) e da resposta única de cada organismo aos fármacos.
Veja os principais tipos utilizados:
- Benzodiazepínicos (ex.: diazepam, alprazolam): promovem sedação e relaxamento. Indicados para uso de curto prazo, pois oferecem risco de dependência e tolerância;
- Não-benzodiazepínicos (Z-drugs) (ex.: zolpidem, zopiclona): mais modernos, são eficazes na insônia crônica e têm menor potencial de dependência que os benzodiazepínicos;
- Antidepressivos com ação sedativa (ex.: trazodona, mirtazapina): usados quando a insônia está relacionada a transtornos mentais, como ansiedade ou depressão;
- Antihistamínicos (ex.: difenidramina): podem ser úteis em casos leves, mas causam sonolência residual e nem sempre são bem tolerados;
- Melatonina e agonistas da melatonina (ex.: ramelteon): ajudam a regular o ritmo circadiano e são indicados para distúrbios do sono relacionados a alterações no ciclo sono-vigília.
Por que a resposta aos medicamentos varia tanto?
Nem sempre o que funciona para uma pessoa funciona para outra. A forma como o organismo metaboliza e responde a diferentes substâncias depende de fatores genéticos — o que explica por que alguns pacientes não se adaptam a determinados medicamentos, mesmo em doses consideradas seguras.
A GnTech oferece testes farmacogenéticos que ajudam médicos a identificar, com base no DNA do paciente, quais medicamentos para distúrbios do sono têm maior chance de funcionar com menor risco de efeitos colaterais.
Essa abordagem reduz o processo de tentativa e erro, acelera os resultados do tratamento e promove mais segurança.
Entenda como funciona o teste no vídeo abaixo:
Como se chama o exame do sono?
O exame utilizado para avaliar distúrbios do sono é chamado polissonografia. Ele é considerado o padrão-ouro para o diagnóstico de diversas alterações do sono e fornece uma análise detalhada sobre o comportamento do organismo durante a noite.
Durante a polissonografia, diversos parâmetros fisiológicos são monitorados por meio de sensores conectados ao corpo:
- Atividade cerebral (eletroencefalograma);
- Movimentos oculares (EOG);
- Frequência cardíaca e ritmo respiratório;
- Níveis de oxigênio no sangue (saturação de O₂);
- Movimentos musculares e das pernas;
- Fases do sono e despertares noturnos.
Estratégias para dormir melhor
Além do tratamento clínico, pequenas mudanças na rotina fazem diferença real na qualidade do sono. Veja estratégias simples:
- Exercite-se durante o dia: a atividade física favorece o cansaço natural, mas evite treinos intensos à noite;
- Evite estimulantes à noite: café, chá preto e energéticos dificultam o relaxamento;
- Use a cama só para dormir: isso ajuda o cérebro a associar o ambiente ao descanso;
- Desligue telas antes de dormir: a luz azul prejudica a produção de melatonina, dificultando o sono profundo.
Dica extra: se o problema persistir, pode haver relação com ansiedade, depressão ou resposta a medicamentos. Nesse caso, testes farmacogenéticos da GnTech ajudam a personalizar o tratamento com mais eficácia e segurança.
Continue lendo os próximos conteúdos:
- Insônia: uma em cada cinco pessoas dorme mal
- Insônia: guia completo sobre o tema
- Não consigo dormir bem: causas comuns e o que fazer
- Sono e saúde mental: qual a importância e o que dizem o estudos
- Fases do sono: quais são, como funcionam e qual o tempo ideal
Não deixe a insônia comprometer sua saúde
A insônia vai além de noites mal dormidas. Ela impacta o humor, a memória, o desempenho no trabalho e a saúde física e mental. Por isso, o tratamento para insônia com seriedade é importante para recuperar o equilíbrio e a qualidade de vida.
Se os métodos tradicionais não estão funcionando, talvez seja hora de considerar uma abordagem mais precisa. Os testes farmacogenéticos da GnTech ajudam a descobrir como o seu corpo reage a diferentes medicamentos, otimizando o tratamento e evitando tentativas frustradas.
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Perguntas frequentes sobre o tratamento da insônia
Confira mais dúvidas sobre o tema:
O tratamento pode envolver terapia cognitivo-comportamental (TCC-I), uso de medicamentos específicos, mudanças no estilo de vida e ajustes personalizados com base em testes farmacogenéticos.
A insônia pode ser tratada por médicos do sono, neurologistas, psiquiatras ou clínicos gerais. O profissional ideal dependerá da origem do distúrbio. Em casos complexos, o tratamento pode envolver uma equipe multidisciplinar.
Entre os medicamentos mais prescritos estão o Zolpidem (um hipnótico da classe Z), a melatonina (hormônio do sono) e antidepressivos sedativos, como a trazodona. No entanto, a eficácia varia de pessoa para pessoa e o uso deve ser sempre prescrito por um médico.
As causas mais comuns são: ansiedade, depressão, estresse crônico, uso excessivo de telas antes de dormir, má higiene do sono, consumo de cafeína ou álcool à noite, e distúrbios neurológicos. Em alguns casos, pode haver influência genética na resposta aos medicamentos, dificultando o tratamento padrão.