Síndrome de burnout: um guia completo para proteger sua saúde mental
- Por Guido Boabaid
- 19/02/2025
- Tempo: 12 minutos
Um dos transtornos mentais mais associados ao trabalho é a síndrome de burnout. Isso porquê as demandas excessivas, longas jornadas e o excesso de responsabilidade na função tem sido cada vez mais comuns dentro de grandes e médias corporações.
Junto a isso, vem a autocobrança e pressões sociais que também contribuem para o desenvolvimento dessa condição.
Compreender essa realidade é muito importante para garantir o bem-estar no trabalho e uma vida mais plena. Continue a leitura para se aprofundar nesse assunto e descobrir maneiras de cuidar da sua saúde mental.
Sumário
O que é burnout e tem cura?
A síndrome de burnout é um distúrbio psíquico, resultante de estresse crônico relacionado ao trabalho. É uma condição que pode ser temporária, uma vez que, através de um tratamento adequado, é possível alcançar a cura do burnout e retomar uma vida profissional saudável.
Conhecida também como síndrome do esgotamento profissional, ela se manifesta em trabalhadores que lidam com jornadas duplas ou que estão sob pressão constante.
O termo “burnout” foi popularizado pelo psicanalista americano Herbert Freudenberger, que, em 1974, descreveu a condição enfrentada por ele e seus colegas da área médica, que frequentemente lidavam com turnos extensos e situações emocionalmente desgastantes. Como ainda acontece nos dias de hoje.
A síndrome de burnout não é um fenômeno isolado. Diversos países também enfrentam altas taxas de incidência. Segundo uma pesquisa realizada pelo International Stress Management Association – Brasil (ISMA-BR), o Japão lidera o número de casos no mundo porque 70% da população economicamente ativa relata ter tido burnout.
Na China, a cultura de longas jornadas é comum. E isso contribui para que o país seja o terceiro com maiores taxas de burnout, atrás do Brasil. Já nos Estados Unidos, 20% da população economicamente ativa também já sofreu com essa condição.
No Brasil, a síndrome de burnout passou a ser classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma questão de saúde pública e está incluída na lista de doenças ocupacionais.
A mesma pesquisa da ISMA colocou o Brasil em segundo lugar no ranking, com 72% da população brasileira sofrendo alguma sequela do estresse, do nível leve ao devastador. Entre eles, 32% têm a síndrome.
Inclusive, a partir de janeiro de 2025, trabalhadores diagnosticados com burnout terão os mesmos direitos trabalhistas e previdenciários que aqueles que enfrentam outras doenças relacionadas ao trabalho.
Quais são os sintomas de burnout?
Os sintomas de burnout são: esgotamento físico e emocional, insensibilidade ao mundo exterior, sensação de incompetência, depressão ansiedade e mais.
Eles podem se manifestar de várias maneiras, afetando tanto o bem-estar físico quanto emocional do indivíduo.
Reconhecer esses sinais de esgotamento é um passo importante para buscar ajuda no tempo certo e realizar os tratamentos adequados.
Esgotamento físico e emocional
Um dos principais sintomas da síndrome é o esgotamento profissional físico e mental. A pessoa afetada permanece em alerta constante, resultando em uma sensação de exaustão profunda.
Em muitos casos, o trabalhador sente que não há mais energia, e mesmo fins de semana ou férias não são suficientes para se recuperar do cansaço. É como se não houvesse mais energia física e mental.
Insensibilidade ao mundo ao redor
Outro sinal de esgotamento é a insensibilidade em relação ao que acontece ao redor. A pessoa pode experimentar uma despersonalização dos sentimentos, tornando difícil sentir empatia ou emoções. Isso pode levar a confusão, reações negativas e um sentimento de alienação.
Sensação de incompetência
Com a queda na produtividade e o aumento de erros, muitas pessoas com burnout desenvolvem uma sensação de incompetência. Apesar dos esforços para evitar esse descompasso, o cansaço persistente dificulta a realização de tarefas.
Depressão e ansiedade
É comum que a síndrome de burnout esteja associada a quadros de depressão e ansiedade.
Assim, na maioria dos casos estão presentes os sintomas: insônia, alterações de humor, dificuldade de concentração, falta de apetite, isolamento, pessimismo e baixa autoestima.
Outros sintomas
Além dos sintomas mencionados, outras manifestações do burnout podem incluir:
- Dor de cabeça frequente;
- Alterações no apetite;
- Lapso de memória;
- Hipertensão arterial;
- Dores musculares;
- Problemas gastrointestinais;
- Alteração nos batimentos cardíacos.
Se você se identifica com esses sinais, procure ajuda o quanto antes. A intervenção precoce pode fazer toda a diferença na sua recuperação e na melhoria da sua qualidade de vida. https://www.instagram.com/p/C4gTjj1sMBl/?utm_source=ig_embed&ig_rid=d4db5635-2d6f-43c3-9a12-0d8c3bcb6eb3
O que vem antes do burnout?
Antes de chegar ao estado de crise, existem sinais precoces do burnout que podem indicar que algo não está bem. Entre eles:
- Estresse constante: a sensação de estar sempre sob pressão e não conseguir relaxar;
- Insatisfação no trabalho: sentir-se desmotivado ou desinteressado constantemente nas atividades diárias;
- Sobrecarga de tarefas: ter mais responsabilidades do que é possível gerenciar, levando a um sentimento de sobrecarga e ansiedade;
- Falta de reconhecimento: sentir que seu esforço não é valorizado ou reconhecido pela equipe ou pela liderança.
Além desses sinais, fatores de risco como ambientes de trabalho tóxicos, jornadas excessivas e a falta de apoio social também podem contribuir para o desenvolvimento da síndrome.
Quanto tempo dura uma crise de burnout?
A duração do burnout pode variar de pessoa para pessoa. Em geral, uma crise de esgotamento pode se estender por semanas ou até meses, principalmente se não for tratada adequadamente.
O tempo de recuperação é influenciado por alguns fatores, como o suporte emocional disponível, mudanças no ambiente de trabalho e a adesão do paciente ao tratamento.
Nesses casos, buscar ajuda profissional o mais rápido possível e começar a adotar estratégias de autocuidado na rotina diária são imprescindíveis para acelerar o processo de recuperação.
Com o tratamento certo, é possível retomar suas atividades de trabalho e melhorar sua qualidade de vida. Mas é importante lembrar que cada caso requer atenção personalizada e acompanhamento médico.
Como é o tratamento para a síndrome de burnout?
Após o diagnóstico, o tratamento para burnout pode incluir:
- Terapia psicológica;
- Prática de atividades físicas;
- Técnicas de relaxamento;
- Busca por apoio social.
Se você se identificou com alguns dos sintomas e está se perguntando qual exame que detecta síndrome de burnout, saiba que o diagnóstico não é feito através de um teste específico, e sim por meio de uma avaliação clínica por profissionais de saúde mental.
Nela, são analisados os sintomas apresentados e o histórico do paciente para identificar a condição. Depois, são utilizados questionários e entrevistas para mapear a intensidade dos sintomas e a situação geral do caso.Embora não exista um exame que detecte a síndrome de burnout, a avaliação deve ser sempre realizada por um profissional capacitado para indicar o tratamento adequado e promover a recuperação.
Como prevenir a síndrome de burnout?
Algumas dicas práticas para prevenir a síndrome de burnout, são:
- Estabeleça pequenos objetivos na vida profissional e pessoal, para aumentar a sensação de realização;
- Organize momentos de lazer com pessoas queridas, seja pessoalmente ou por videochamada, para fortalecer laços sociais;
- Encontre um equilíbrio saudável entre trabalho, lazer, família e vida social, proporcionando mais tempo para si mesmo;
- Evite o contato com pessoas negativas, como aquelas que reclamam constantemente, pois relacionamentos saudáveis são importantes para a felicidade no trabalho;
- Converse com alguém de confiança sobre o que está sentindo, compartilhe emoções para aliviar a carga emocional;
- Pratique atividades físicas regularmente, independentemente da modalidade, para manter o corpo em movimento e reduzir o estresse;
- Fuja dos vícios, evite o consumo excessivo de álcool, cigarro ou outras substâncias que podem piorar a confusão mental;
- Não se automedique e evite tomar remédios sem orientação médica;
- Priorize uma boa noite de sono, buscando dormir entre 7 e 9 horas por dia, para a recuperação do corpo e da mente.
Dessa forma, a melhor forma de prevenção do burnout é adotar estratégias que diminuam o estresse, a pressão e a exaustão no trabalho.
Ter hábitos de vida saudáveis evita o desenvolvimento da síndrome e a tratar sinais e sintomas logo no início, além de prevenir outras doenças relacionadas ao estresse.
Além disso, sair da rotina de vez em quando, como experimentar novos pratos, conhecer lugares diferentes ou aprender um novo hobby, pode trazer mais motivação à sua vida.
Lembre-se: a mudança de hábitos e o cuidado diário são as principais formas de prevenção ao burnout.
Síndrome de Burnout: 6 mitos e verdades
Acompanhe, a seguir, os principais mitos e verdades sobre o assunto.
1. O Burnout acontece uma vez só, como um surto – MITO
A doença passa por quatro estágios principais, sendo: o primeiro um estresse “positivo” e que causa motivação; o segundo, que é o estresse negativo que causa a sensação de não dar conta de tudo; o terceiro, que é a exaustão junto de sintomas físicos; e por fim o quarto, que é quando a exaustão ultrapassa seu limite e dá a origem ao Burnout em si.
2. Existe prevenção contra o Burnout – VERDADE
A boa notícia é que através da psicoterapia e de fatores como boas noites de sono, alimentação física, prática de exercícios físicos, bem como cuidados com a saúde mental, é sim possível prevenir o Burnout.
3. A síndrome não acontecia antigamente – MITO
A síndrome de Burnout sempre existiu, a diferença é que assim como outras doenças mentais acaba sendo vista como contemporânea. Porém, o trabalho exaustivo sempre existiu.
O que acontece é que nos tempos atuais a psicologia está mais desenvolvida e também há um interesse maior das pessoas em se informarem mais sobre questões relacionadas à saúde mental.
4. Burnout e depressão são distúrbios diferentes – VERDADE
Sim! A depressão pode ser apenas um sintoma do Burnout. Assim, uma pessoa pode tanto ter Burnout e ter sintomas de depressão, ou não. Ou seja, são duas condições diferentes.
5. O tratamento sempre envolve medicação – MITO
Os medicamentos são apenas uma das opções para o tratamento da doença, no entanto, seu uso vai depender de cada caso, o qual deve ser avaliado por um psiquiatra de confiança que avalie o nível da síndrome e histórico do paciente.
6. Para resolver é só trabalhar menos – NEM SEMPRE!
É claro que reduzir o número de horas dedicadas ao trabalho faz parte do tratamento da síndrome de Burnout, porém, também há outros fatores importantes a serem levados em consideração, como por exemplo:
- Ambiente de trabalho;
- Cultura da empresa;
- Psicoterapia;
- Mudança de hábitos (sono, alimentação, atividade física, etc);
- Tempo de qualidade para descansar e também realizar hobbies e atividades de lazer.
Esperamos ter te ajudado com esse conteúdo. Fique de olho no nosso blog para ficar por dentro de todos os assuntos relacionados à saúde e bem-estar.
Busque sempre a ajuda profissional
Reconhecer os sintomas da síndrome de burnout é um passo necessário para buscar a ajuda profissional adequada o quanto antes.
O tratamento correto pode fazer uma grande diferença no tempo de recuperação e na qualidade de vida da pessoa que está nessa situação.
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Não fique com nenhuma dúvida
Confira, a seguir, as respostas para as dúvidas mais comuns sobre esse assunto.
Você pode suspeitar que tem burnout se sentir exaustão emocional, despersonalização, sensação constante de ineficácia no trabalho, mudanças de humor, dificuldade de concentração e aumento expressivo de irritabilidade.
As três fases são: fase de estresse, com sentimentos de sobrecarga e ansiedade, fase de resistência, marcado por exaustão emocional e fase de esgotamento, onde a pessoa se sente incapaz de trabalhar.
O tratamento do burnout é conduzido por psiquiatras ou psicólogos.
As sequelas do burnout podem incluir depressão e ansiedade, dificuldades de concentração e memória, fadiga crônica, distúrbios do sono e problemas gastrointestinais.
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