Rivotril: tudo que você precisa saber
- Guido Boabaid
- 03/07/2024
- Tempo: 7 minutos
No mundo em que vivemos, cercado por imediatismos, cobranças e correrias, uma nova pandemia chega ao holofote: a saúde mental da população, e com ela, o aumento do uso de remédios, como o Rivotril. Durante o primeiro ano da pandemia do Covid-19, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou 25%, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Para lidar com esses desafios, os medicamentos estão sendo cada vez mais utilizados. Principalmente, os antidepressivos e ansiolíticos. Dentro dessa classe de medicamentos ansiolíticos, um dos que cresce exponencialmente suas vendas, é o Rivotril, marca comercial mais famosa do Clonazepam.
Neste conteúdo, você irá entender para que serve o Rivotril e seus principais efeitos colaterais. Acompanhe a leitura!
Sumário
Como funciona o Rivotril?
O Rivotril um medicamento ansiolítico classificado como um tranquilizante pertencente ao grupo das benzodiazepinas. Sua função principal é desacelerar certas funções do sistema nervoso central por meio de um efeito calmante.
As benzodiazepinas intensificam a operação do neurotransmissor Gaba, que possui propriedades depressoras, ou seja, reduz a agitação, tensão e o estado de alerta.
Para que serve o Rivotril?
Devido ao efeito de relaxamento e amenização da ansiedade, o uso do Rivotril é indicado para uma variedade de tratamentos de transtornos de saúde mental, incluindo:
- Distúrbio epiléptico;
- Transtornos de ansiedade (TAG, síndrome de pânico, fobia social);
- Transtornos do humor (transtorno bipolar, depressão);
- Síndromes psicóticas (acatisia, síndrome das pernas inquietas);
- Vertigem e distúrbios do equilíbrio;
- Síndrome da boca ardente.
Além disso, o medicamento também auxilia no controle de transtornos do humor e da síndrome do pânico em adultos.
Lembrando que o acompanhamento do médico deve ser realizado durante todo o uso do medicamento, principalmente por serem da categoria tarja preta, os quais são remédios utilizados em tratamentos psiquiátricos e que demandam supervisão médica, para garantir a segurança do paciente.
A popularidade do Rivotril
Mas entre tantos remédios antidepressivos e ansiolíticos, o que fez com que o Rivotril levasse a maior fama e se popularizasse tanto?
Primeiro de tudo, o preço, pois o Rivotril é um medicamento barato, se comparado a outros, e está sempre presente nas farmácias.
Outro ponto é que ele é utilizado para o tratamento dos sintomas de doenças que são consideradas o “mal do século”: a Ansiedade e a Depressão, por exemplo. Porém, ao utilizar esse medicamento, de maneira indevida, o paciente pode estar mascarando outras doenças, que demandariam tratamentos diferentes, que não o uso do Rivotril.
E, pelo fato de ser um remédio que mascara rapidamente sintomas que incomodam muito, como a insônia, as pessoas recorrem a ele com a finalidade de aliviá-los, sem abordar as raízes dos problemas.
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Efeitos colaterais do Rivotril
O Rivotril (Clonazepam), pode funcionar bem para o seu tratamento se estiver sendo administrado de forma correta. Entretanto, principalmente durante o começo da utilização do remédio, efeitos colaterais podem aparecer. Sendo os mais comuns: sonolência, fadiga e tontura. Outros efeitos colaterais incluem:
- Dor de cabeça;
- Fraqueza muscular;
- Perda de equilíbrio;
- Fala arrastada;
- Perda de coordenação;
- Confusão;
- Alteração de memória;
- Irritabilidade;
- Náuseas.
Após o período de adaptação, normalmente em torno de duas semanas, o corpo tende a se adaptar e os efeitos colaterais e incômodos vão sumindo. Contudo, lembre-se que podem ocorrer reações menos comuns, como a diminuição da libido. Caso os sintomas permaneçam, fique atento: não é normal conviver com esses efeitos!
Tratamento com o Rivotril
Utilizado no tratamento das crescentes doenças psiquiátricas, o Rivotril pode sim apresentar um bom desempenho quando administrado de forma correta e para o transtorno correto. Por isso, a importância de profissionais da saúde responsáveis que direcionem um tratamento correto e eficaz para o paciente, levando em conta fatores de contraindicação, como o álcool, que pode deixar o efeito sedativo do Rivotril mais intenso.
Além disso, é importante atentar-se às interações medicamentosas, pois os transtornos de saúde mental, muitas vezes, são tratados com múltiplos remédios, e alguns deles não podem ser utilizados junto com o Rivotril, enquanto outros, melhoram o desempenho do tratamento, quando usados em conjunto.
Sob esse viés, é notável como a farmacogenética é um alicerce para médicos e pacientes. O teste farmacogenético analisa o DNA e como as variações dos genes tendem a impactar na performance dos medicamentos, mostrando como o paciente pode reagir a diferentes medicamentos, escolhendo a melhor opção e dosagem. Pois, como cada DNA é único, cada corpo reage e metaboliza de forma diferente aos fármacos.
Como interromper o tratamento?
No tratamento com uso do Rivotril, não é indicado interromper de maneira brusca o uso do medicação. Assim como outros medicamentos, deve ser realizado um desmame gradual, para que os efeitos decorrentes da abstinência sejam os menores possíveis.
O que acontece se eu tomar Rivotril por muito tempo?
O famoso “barato sai caro” se encaixa nessa situação. O Rivotril pode ter um efeito rápido e mascarar os problemas a curto prazo, porém, se administrado por longos períodos, o remédio gera uma espécie de deformação nos receptores dos neurônios, que ficam menos sensíveis à ação dele. Ou seja, cada vez mais, é necessária uma dose maior para que o remédio faça o efeito desejado.
Não devemos banalizar o uso de medicamentos, principalmente os benzodiazepínicos. Porque, depois mais de quatro semanas consecutivas, começa-se a notar sintomas de abstinência, caso o paciente fique sem. Eles podem variar de irritabilidade e insônia até sonhos vividos e sensibilidades da pele e tremores. Nessa hora a rede de apoio é um grande aliado e possui um papel indispensável.
Conclusão
A saúde mental da população se tornou uma preocupação global, acentuada pela pandemia do Covid-19. O uso do Rivotril, um ansiolítico da classe das benzodiazepinas, cresceu notavelmente devido ao seu preço acessível e sua eficácia no tratamento de transtornos como ansiedade e depressão. No entanto, sem orientação médica, o seu uso pode levar à dependência e a efeitos colaterais indesejados. Sendo assim, é fundamental buscar tratamentos seguros e eficazes, considerando as particularidades de cada paciente.
Portanto, como afirma o psiquiatra, Márcio Bernik, coordenador do Programa de Transtornos de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo (IPq-FMUSP), em entrevista para BBC NEWS, “os benzodiazepínicos não são nem venenos, nem panaceias universais”. Ou seja, o remédio não resolve o problema em sua raiz, mas é um aliado para a aliviar sintomas em casos mais sérios.
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