Saúde mental na infância: importância e como cuidar!
- Larissa Speck
- Tempo: 8 minutos
A saúde mental na infância é um tema que merece nossa atenção, pois o bem-estar emocional das crianças influencia no seu desenvolvimento e afeta o futuro das suas relações sociais, bem como a capacidade de enfrentar desafios.
Isso porque, durante essa etapa da vida, o cérebro passa por intensas transformações, criando as bases para habilidades emocionais e cognitivas.
É nesse período, também, que muitos transtornos mentais podem surgir, como ansiedade, depressão, déficit de atenção e hiperatividade. Identificar esses problemas precocemente pode fazer diferença para a vida toda.
Neste artigo, abordaremos os principais aspectos da saúde mental infantil — inclusive, sinais de alerta e estratégias para promover o equilíbrio emocional.
Continue a leitura para descobrir como contribuir positivamente na vida das crianças ao seu redor.
Sumário
O que é saúde mental na infância?
A saúde mental infantil reflete o bem-estar emocional, psicológico e social das crianças. Ela se refere à capacidade de lidar com os desafios diários, expressar emoções, aumentar a autoestima e estabelecer vínculos positivos com familiares e amigos.
O desenvolvimento saudável da mente está intrinsecamente ligado ao meio em que a criança cresce. Ou seja: um lar estável e afetuoso proporciona as condições ideais para que os pequenos fortaleçam sua resiliência emocional.
Cuidar da saúde mental das crianças inclui incentivar a expressão de sentimentos, ajudar a lidar com frustrações e criar oportunidades para que ela desenvolva autonomia e autoconfiança.
Pesquisas recentes divulgadas pela FAPESP indicam que 6,8% das crianças entre 5 e 9 anos, têm ao menos um transtorno psiquiátrico, e esse número quase dobra na faixa dos 10 aos 14 anos.
Esse aumento reforça a necessidade de ações preventivas e acompanhamento contínuo para minimizar o agravamento de problemas emocionais e comportamentais ao longo da vida.
Qual a importância de cuidar da saúde mental infantil?
Quando prestamos atenção às necessidades emocionais das crianças, estamos dando a elas as ferramentas necessárias para lidar com os desafios da vida de forma saudável.
Nesse sentido, a prevenção de transtornos mentais começa cedo. Ao oferecer apoio emocional adequado, reduzimos as chances de que problemas como a depressão infantil ou a ansiedade infantil se desenvolvam ou se agravem.
Além disso, crianças que aprendem a entender e expressar suas emoções têm mais facilidade para lidar com situações estressantes à medida que crescem.
Vale ressaltar que o cuidado com a saúde mental na infância influencia fatores como:
- Evolução cognitiva e social;
- Desempenho escolar;
- Relações mais positivas com as pessoas ao redor;
- Autoestima elevada.
Esses benefícios, inclusive, se estendem para a adolescência e vida adulta, contribuindo para uma melhor saúde mental dos jovens.
Quais os principais problemas da saúde mental que afetam o desenvolvimento infantil?
Reconhecer os sinais de desafios emocionais é importante para oferecer o suporte adequado e promover um desenvolvimento saudável. Conheça, a seguir, quais são os principais transtornos mentais na infância:
- Ansiedade: caracterizada por preocupações excessivas, medos intensos ou comportamentos evitativos;
- Depressão: manifesta-se por meio de tristeza persistente, desinteresse frequente e mudanças no sono ou apetite;
- Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): envolve dificuldades de concentração, impulsividade e hiperatividade;
- Transtorno do Espectro Autista (TEA): afeta a comunicação social e pode incluir comportamentos repetitivos ou interesses restritos;
- Transtornos de comportamento: incluem padrões de comportamento desafiador, agressivo ou antissocial;
- Transtornos alimentares: podem se manifestar com a recusa alimentar, alimentação seletiva extrema ou preocupações excessivas com o peso.
Desse modo, pais, cuidadores e educadores devem estar atentos a mudanças significativas no comportamento, humor e no desenvolvimento educacional das crianças.
Alguns sinais como isolamento, irritabilidade frequente, alterações no sono ou apetite, medos intensos ou dificuldades de aprendizagem podem indicar a necessidade de uma avaliação profissional e, se indicada, a terapia infantil.
Nesse contexto, um dado preocupante é o crescimento expressivo na ansiedade entre as crianças, superando até mesmo esse problema em adultos. Parte disso pode ser atribuída ao uso excessivo de telas.
Esse fato ressalta a importância da observação atenta, da abordagem preventiva e dos limites para o desenvolvimento equilibrado.
O que causa a falta de saúde mental na infância?
A saúde mental infantil pode ser afetada por fatores internos e externos. Experiências traumáticas, como abuso físico ou emocional, negligência e bullying, são causas frequentes de problemas psicológicos em crianças.
Veja mais situações que prejudicam a saúde emocional abaixo:
- Ambientes familiares instáveis e marcados por conflitos, abuso ou violência doméstica;
- Fatores como predisposição genética a certos transtornos, e questões de saúde crônicas podem impactar o equilíbrio psicológico;
- Uso descontrolado de tecnologias, frequentemente observado nessa idade.
Identificar e combater esses fatores de risco contribui para prevenir o desenvolvimento de problemas psicológicos em crianças.
Para isso, os responsáveis, educadores e profissionais de saúde devem estar atentos a mudanças de comportamento, humor ou desempenho escolar que possam indicar sofrimento emocional.
Ações preventivas, como criar um lar saudável, incentivar a comunicação sobre sentimentos e buscar ajuda profissional quando necessário, são passos importantes para proteger e fortalecer a saúde mental infantil.
Como cuidar da saúde mental dos filhos?
Promover a saúde emocional infantil é uma tarefa contínua que requer atenção e dedicação dos responsáveis. Ao criar um ambiente acolhedor e estimulante, podemos ajudar no desenvolvimento de habilidades emocionais sólidas. E, com isso, reduzir o risco de problemas psicológicos em crianças.
Abaixo, listamos algumas estratégias para fomentar o bem-estar mental dos pequenos:
- Crie uma estrutura diária previsível, incluindo horários para refeições, sono e atividades. Isso traz mais segurança e estabilidade emocional;
- Encoraje a criança a falar sobre suas emoções. Pergunte como elas se sentem e valide seus sentimentos;
- Estimule brincadeiras ao ar livre e exercícios regulares. Isso ajuda a liberar endorfina, que melhora o humor e reduz o estresse;
- Estabeleça regras para o uso de dispositivos eletrônicos e priorize interações pessoais e atividades criativas;
- Permita que a criança tome decisões apropriadas à sua idade. Isso promove autonomia e autoconfiança;
- Dedique tempo para ouvir a criança sem julgamentos, mostrando que seus pensamentos e opiniões são valorizados;
- Demonstre habilidades emocionais saudáveis em sua própria vida, lidando com o estresse de maneira construtiva.
Conclusão
Observar o bem-estar e a saúde mental infantil ajuda a identificar e tratar dificuldades com antecedência, para evitar problemas emocionais futuros.
Um ambiente seguro em casa e na escola contribui para que os pequenos lidem melhor com as adversidades e sentimentos.
Se houver preocupações, é recomendável buscar ajuda de profissionais especializados, que podem orientar e sugerir tratamentos como a terapia para trabalhar o emocional das crianças.
Ao priorizar a saúde mental desde a infância, estamos investindo em um futuro mais promissor.
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Perguntas frequentes
Confira, a seguir, as respostas para as dúvidas comuns sobre saúde mental infantil.
É o equilíbrio emocional, social e cognitivo que permite à criança lidar com desafios, expressar sentimentos e se desenvolver de forma saudável.
Uma boa maneira é usar linguagem simples e adequada à idade, incentivando a expressão de sentimentos e em um ambiente propício a conversas sobre emoções e bem-estar.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) garante o direito à saúde integral, incluindo a saúde mental, e prevê acesso prioritário a serviços desse tipo. Também estabelece a obrigatoriedade de notificação de casos de maus-tratos.
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